COMO SER MERECEDORES DE
CONHECER DEUS?
“Oh! Senhor! Senhor! Dize-nos, então, como é que podemos
encontrar-te e conhecer que és Tu quem nos está falando, e onde é que estás,
depois que tiveres ido embora daqui,” exclamam diversos.
E alguns ainda continuam: “Nós somos gentios, e não
conhecemos a Tua Lei. Não temos tempo para ficar aqui e acompanhar-te. Como
faremos para termos aquela virtude que nos torne merecedores de conhecer a
Deus?”
Jesus sorri, radiante de beleza, em sua felicidade por estas
conquistas no meio dos gentios e, com doçura explica:
“Não vos preocupeis em saber muitas leis. Irão estes, (e põe
a mão sobre os ombros de Pedro e de Tadeu), levar minha Lei pelo mundo. Mas,
enquanto ele não chegam lá, tende por norma de lei as seguintes e poucas frases
nas quais está resumida a minha Lei de Salvação. Amai a Deus com todo o vosso
coração. Amai as autoridades, os parentes, os amigos, os servos, o povo, e até
os inimigos, como vos amais a vós mesmos. E, para estardes seguros e não
pecardes, antes de fazer qualquer ação, tanto se ela for mandada, como se for
espontânea, perguntai a vós mesmos: “Gostaria eu que o que estou querendo fazer
a este, fosse feito a mim?” E, se percebeis que não gostaríeis, não o façais.
Com estas simples linhas vós podeis traçar para vós o caminho pelo qual Deus virá
a vós, e vós ireis a Deus. Porque ninguém quereria que um filho lhe fosse
ingrato, que alguém o matasse, que algum outro lhe roubasse, ou lhe levasse a
esposa, ou lhe desonrasse a irmã, ou a filha, ou lhe usurpasse a casa, os
campos ou os servos fiéis. Com esta regra sereis bons filhos e bons pais, bons
maridos, irmãos negociantes e amigos. Portanto sereis virtuosos, e Deus virá a
vós.
Eu tenho ao meu redor, não somente hebreus e prosélitos, nos
quais não há malícia, quero dizer, que vêm a Mim, não para apanhar-me em
faltas, como fazem aqueles que vos expulsaram do Templo, para que não viésseis
à vida, mas também aos gentios de todas as partes do mundo. Eu vejo os
cretenses, os fenícios misturados com os habitantes do Ponto e da Frígia, e há
um daquelas praias até onde chegam as águas do mar desconhecido e que é a
passagem para outras terras, onde também serei amado. E vejo gregos com
sicilianos, cirenaicos com asiáticos. Pois bem. Eu vos digo: Ide!
Dizei em vossas cidades que a Luz está no mundo, e que venham
à Luz.
Dizei que a Sabedoria deixou os Céus, a fim de fazer-se pão
para os homens, e água para os homens doentios.
Dizei que a Vida veio para tornar sãos de novo, e ressuscitar
o que está doente e morto.
E dizei... dizei que o tempo passa rápido como um relâmpago
de verão. Quem tem desejo de Deus, venha. Seu espírito conhecerá a Deus. Que
tem desejo de cura, venha. A minha mão, enquanto estiver livre, dará cura
àqueles que a invocam com fé.
Dizei sim! Ide, e ide solícitos, e dizei que o Salvador está
esperando por aqueles que o esperam e desejam uma ajuda do alto, pela Páscoa,
na Cidade Santa.
Dizei-o aqueles que têm necessidade, e também àqueles que são
simplesmente uns curiosos. Daquele movimento impuro da curiosidade pode brotar
para eles a centelha da fé em Mim, da Fé que salva. Ide! Jesus de Nazaré, o Rei
de Israel, o Rei do mundo, convoca os representantes do mundo para dar-lhes os
tesouros de suas graças, e tê-los como testemunhas de sua elevação, que o
consagrará como triunfador pelos séculos dos séculos, Rei dos reis e Senhor dos
senhores. Ide! Ide!
Na aurora de minha vida terrena, de muitos lugares vieram os
representantes do meu povo, para adorar o Pequeno, no qual o Imenso se
ocultava. A vontade de um homem, que se julgava muito poderoso, mas que era um
servo da Vontade de Deus, havia ordenado que se fizesse um recenseamento do
Império. Obedecendo a uma desconhecida e imutável ordem do Altíssimo, aquele
homem pagão devia fazer-se o pregoeiro de Deus, que queria ver todos os homens
de Israel espalhados por todas as partes da terra, na terra deste povo, perto
de Belém Éfrata, assombrados com os sinais vindos do céu, ao primeiro vagido do
menino, e os representantes deles vieram adorar o Rei dos reis, ainda
pequenino, pobre, ainda longe de sua coroação na Terra, mas já... oh! já Rei,
na presença dos Anjos.
Chegou a hora na qual serei Rei na presença dos povos. Rei,
antes de voltar para o lugar de onde vim. Ao pôr-do-sol do meu dia terreno, a
tarde de minha vida de homem, é justo que aqui estejam homens de todos os povos
para verem aquele que vai ser adorado, e no qual se encerra toda a
Misericórdia. E que fruam dela os bons, as primícias desta messe nova, desta
Misericórdia, que se abrirá como uma nuvem de Nisã, para encher os rios de
águas salutares, a fim de que fiquem aptos para tornar frutíferas as árvores
plantadas em suas margens, como se lê em Ezequiel.”
(O Evangelho como me foi Revelado- Maria Valtorta-Vol,8,pg.
283,284,285)
Sem comentários:
Enviar um comentário