“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 29 de fevereiro de 2020

CARIDADE - A extensão da compreensão desta palavra







CARIDADE

(A extensão da compreensão desta palavra)


Diz Jesus: 

“Eu vos falei da fé e da esperança, e pensava que não fosse preciso falar-vos de novo sobre a caridade, porque Eu tanto a exalo, que dela deveríeis estar já saturados. Mas estou vendo que vós a conheceis só de nome, sem saberdes qual é a natureza e a forma dela. Tendes dela um conhecimento como o que tendes da lua. Estais lembrados de quando Eu vos disse que a esperança é como o braço atravessado do doce jugo, que regula a fé e a caridade, que é o patíbulo da humanidade, e o termo da salvação? Sim. Mas não compreendestes as minhas palavras, qual o significado delas. E, por que não me pedistes explicação delas? Pois Eu vos vou dá-las. É um jugo, porque obriga o homem a conservar baixa a sua soberba estulta, sob o peso das verdades eternas. E é um patíbulo para esta vossa soberba. O homem que espera em Deus, seu Senhor, necessariamente humilha o seu orgulho, que gostaria de proclamar-se “deus”, mas reconhece que ele não é nada, e que Deus é tudo, que ele nada pode e que Deus pode tudo, que ele homem é um pó que passa, e que Deus é eternidade, que eleva o pó a um grau superior, dando-lhe um prêmio de eternidade. O homem se prega em sua cruz santa, para chegar à Vida. E aí o fixam as chamas da fé, da caridade, mas é a esperança que o levanta até o Céu, pois ela está entre as outra duas. Mas guardai bem esta lição: se faltar a caridade, o trono fica sem luz, e o corpo, despregado de um lado, inclina-se para a lama, por não ver mais o Céu. Ele anula assim os efeitos salutares da esperança, e acaba tornando estéril até a fé, porque afastados de duas da três virtudes teologais, caem num enfraquecimento e enregelamento mortal.
Não vos recuseis a Deus, nem nas coisas muito pequenas. E já é recusar-se a Deus deixar de prestar ajuda ao próximo, por um orgulho de pagãos.
A minha doutrina é um jugo que pega a humanidade culpável e é um malho que rompe a opressão dura para libertar o espírito. É um jugo e um malho, sim. Mas também quem a aceita não sente o cansaço que produzem as outras doutrinas humanas, e todas as outras coisas humanas, mas também quem se deixa ferir por elas não sente a dor de ser esmagado no seu eu humano, mas experimenta uma sensação de libertação. Por que é que procurais livrar-vos dela, para substituí-la por tudo o que é pesado e doloroso?
Vós todos tendes as vossas dores e as vossas canseiras. Toda a humanidade tem dores e canseiras, ás vezes até acima das forças humanas. Desde o menino, como este, que já traz em seus pequenos ombros um grande peso, que o faz encurvar-se, e que afasta o sorriso infantil dos seus lábios, e a despreocupação de sua mente, que sempre, humanamente falando, não terá por isso nunca sido de um menino. Desde este menino, até o velho que se inclina já para a tumba, com todos os seus desenganos e canseiras, com o peso e as feridas de sua longa vida. Mas na minha Doutrina e na minha Fé está o alívio para estes pesos oprimentes. Por isso, ela é chamada a “Boa Nova”. E quem a aceita e lhe obedece, será feliz desde esta terra, porque terá Deus para seu alívio, e as virtudes para lhe tornarem fácil e luminoso o caminho, como se elas fossem umas boas irmãs que, segurando-o pela mão, com suas lâmpadas acesas, lhe alumiarão o caminho e a vida, e lhe cantam as promessas eternas de Deus, até quando, depois que seu corpo se tiver inclinado, já cansado desta terra, tiver ido despertar no Paraíso.
Por que quereis, ó homens, ficar afadigados, desolados, cansados, desgostosos, desesperados, quando podeis ser aliviados e confortados? Porque vós também meus Apóstolos, quereis sentir os cansaços da missão, as suas dificuldades, a sua severidade, enquanto que, se tiverdes a confiança de um menino, podereis ter somente uma risonha tarefa, uma luminosa facilidade para cumpri-la, e compreender e sentir que ela é severa, somente para com os impenitentes, que não conhecem a mão do menino pelo caminho, mostrando aos passos incertos do pequenino onde é que estão as pedras, os espinheiros, os ninhos das serpentes e os buracos, para que ele os fique conhecendo, e não corra perigo.
...Vinde a Mim, vós Apóstolos, e vinde a Mim, vós todos, ó homens que sofreis por dores materiais, por dores morais, por dores espirituais. Estas últimas, produzidas pela dor de não saberdes santificar-vos, como quereríeis por amor a Deus e com solicitude, e sem voltardes ao Mal. O caminho da santificação é longo e misterioso, e as vezes por ele se anda, sem que o caminhante saiba que vai indo pelas trevas, com  sabor de um tóxico na boca, e achando que não está indo para a frente, e que não está bebendo nenhum líquido celeste. Ele não sabe também que essa cegueira espiritual é um dos elementos da perfeição.
Felizes aqueles, três vezes felizes que continuam a andar, sem poderem gozar da luz e de doçuras, e não param porque nada estão vendo, nem ouvindo, e não ficam parados, dizendo: “Enquanto Deus não me der delícias, eu não vou para a frente.” Eu vo-lo digo: a estrada mais escura se tornará mais clara, de repente, abrindo-se para paisagens celestes. O tóxico, depois de ter tirado todos os gostos pelas coisas humanas, se transformará em doçura do Paraíso para estes corajosos, que dirão, espantados: “Como foi isso? Como eu estou sentindo tanta doçura e alegria?” Porque eles terão perseverado, e Deus os fará exultar, desde esta terra, com as coisas do Céu.
Mas, enquanto isso, para resistirdes, vinde a Mim, vós todos que estais afadigados e cansados, vos, Apóstolos, e convosco todos os homens que procuram a Deus, que choram por causa da dor desta terra, que se extenuam, lutando sozinhos, e Eu vos restaurarei. Tomai sobre vós o meu jugo. Ele não é um peso, é um apoio. Abraçai a minha Doutrina, como se fosse uma esposa amada. Imitai o vosso Mestre, que não se limita a falar bem dela, mas faz o que ensina. Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração. Encontrareis o repouso para as vossas almas, porque mansidão e humildade vos dão o reino nesta terra e nos Céus. Eu já vo-lo disse que os verdadeiros triunfadores entre os homens são os que os conquistam pelo amor, pois o amor é sempre manso e humilde. Eu não vos mandaria nunca fazer coisas superiores ás vossas forças, porque Eu vos amo e vos quero comigo no meu Reino. Tomai, pois, a minha insígnia e o meu tribunal e esforçai-vos para serdes semelhantes a Mim, e tais quais a minha Doutrina ensina. Não tenhais medo, porque o meu jugo é suave e o meu peso é leve, enquanto que infinitamente poderosa é a glória de que gozareis se me fordes fiéis. Infinita e eterna...

(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta – Vol. 4, pg. 289 a 292)   

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