“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O AMOR PERFEITO


MARIA POSSUIA O AMOR PERFEITO


Restituir à sua verdade as figuras do Filho do Homem e de Maria, verdadeiros filhos de Adão, pela carne e pelo sangue, mesmo ainda de um Adão inocente. Como nós devíamos ser os filhos do Homem, se o Progenitor e a Progenitora não se tivessem rebaixado de sua perfeita humanidade, isto é, de ser homem, ou seja, de ser uma criatura, na qual está a dupla natureza: a espiritual, feita à imagem e semelhança de Deus, e a material, como vós sabeis que eles procederam. Eles tinham sentidos perfeitos, isto é, submissos à razão, pois por ela se revelava neles uma grande acuidade. Quanto aos sentidos, Eu incluo também os morais, junto com os corporais. Portanto um amor completo e perfeito, amor ao esposo, ao qual não era a sensualidade que a unia, mas somente o vínculo de um amor espiritual, e para com o Filho muito amado. Amado com toda a perfeição de uma mulher perfeita para com a criatura nascida dela. Do mesmo modo como Eva devia ter amado a criatura dela nascida. Foi assim que Eva deveria ter amado: como Maria, isto é, não por aquele gozo carnal e que ele era filho, mas porque aquele filho era filho do Criador e da obediência cumprida à sua ordem de multiplicar a espécie humana. E amado com todo o ardor de uma perfeita fiel, sabendo que ele é seu filho, não de um modo figurado, mas realmente Filho de Deus.
Aqueles que julgam amoroso demais o amor de Maria a Jesus, Eu digo que considerem bem quem era Maria, a Mulher sem pecado e, por isso, sem defeitos em sua caridade para com Deus, para com seus pais, para com o esposo, para com o Filho, para com o próximo, ao considerar que é que a Mãe via em Mim, além de ver o Filho de seu seio e, finalmente considerar qual a nacionalidade de Maria. Ela era de raça hebréia, uma raça oriental e de tempos muito anteriores aos atuais. Por isso, desses elementos é que brota a explicação de certas amplificações verbais de amor, que a vós podem parecer exageradas. Um estilo florido e pomposo, até conversações comuns, e o estilo oriental e hebraico. Todos os escritos daquele tempo e daquela raça disso são uma prova, e nem o correr dos séculos conseguiu mudar muito o estilo do oriente.
Pretenderíeis que, porque vós, vinte séculos depois, e quando a perversidade da vida matou o grande amor, deveis, ao examinar estas páginas, que Eu vos desse uma Maria de Nazaré igual á árida e superficial como é a do vosso tempo? Maria é o que é, e não se troca a doce, pura, amorosa menina de Israel, Esposa de Deus, Mãe virginal de Deus, por outra excessivamente, doentiamente exaltada, ou por uma glacialmente egoísta mulher do vosso século.
Aqueles que julgam amoroso demais o amor de Jesus por Maria, Eu digo que Eu, era Deus, e que Deus Uno e Trino, gozava de todo o conforto, ao amar Maria, Aquela que lhe dava uma reparação pela dor de toda a raça humana, o meio pelo qual Deus pudesse tornar a gloriar-se de sua Criação, que forma os cidadãos para os seus Céus. E finalmente considerem que todo amor se torna culpável quando, e somente quando cria uma desordem, isto é, quando vai contra a vontade de Deus e deixa de cumprir o seu dever.
Agora considerai bem: o amor de Maria fez isso? O meu amor fez isso? Será que Ela me entreteve com um amor egoísta, para Eu não cumprir toda a vontade de Deus? Terei Eu, por um amor desordenado, renegado talvez a minha missão? Não. Um e outro amor tiveram o mesmo desejo: que se cumprisse a vontade de Deus para a salvação do mundo. E a Mãe disse todos os adeuses ao Filho, e o Filho disse todos os adeuses à Mãe, para entregar o Filho do magistério público, e à Cruz do Calvário, entregando a Mãe à solidão e à angústia, para que Ela fosse a Co-redentora, sem levar em conta a nossa humanidade, que se sentia dilacerada, nem o nosso coração que se despedaçava pela dor. Será isso uma fraqueza? Um sentimentalismo? É um amor perfeito, ó homens que não sabeis amar, e não compreendeis mais o amor as suas vozes!
E esta obra tem por escopo iluminar uns pontos que um complexo de circunstâncias cobriu de trevas e que agora forma as faixas escuras dentro da luminosidade do quadro evangélico e há pontos que perecem fraturas, e não são mais do que pontos escuros, entre um episódio e outro, são pontos indecifráveis e que no poder de decifrá-los é que esta a chave para se compreender exatamente certas situações, que se haviam formado e certas atitudes fortes, que Eu tinha devido tomar, em contraste com as minhas exortações contínuas ao perdão, a mansidão e a humildade, certos enrijecimentos para com os teimosos e os adversários inconvertíveis. Lembrai-vos de que Deus, depois de ter usado toda a sua misericórdia, para honra de Si mesmo, sabe também dizer “Basta” aqueles que, porque Ele é bom, crêem ser lícito abusar de sua longanimidade, e tentá-lo. Com Deus não se brinca. É uma palavra antiga e sábia esta.
Conhecer exatamente a complexidade e duração da minha longa Paixão, a qual culmina na Paixão cruenta completada em poucas horas, mas que me havia maltratado em um tormento quotidiano, que durou lustros e lustros e, que foi sempre aumentando, e, com a minha, a paixão da Mãe, a qual a espada da dor transfixou o coração, durante um tempo igual. E levar-vos, pelo conhecimento disso, a amar-vos mais.


(de Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 10)

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