A DELÍCIA DO DEUS ENCARNADO
TERCEIRO ANO DA VIDA
PÙBLICA DE JESUS
Jesus e alguns
Apóstolos voltam à Nazaré.
“Passaremos pelo
beco, e bateremos na porta. Minha Mãe ficaria com pena, ao ver destruída esta
cancela”, lhe responde Jesus.
“É o seu horto
fechado”, exclama Judas de Alfeu.
“Sim. E ela é a
rosa”, diz Tomé.
“O lírio entre os
espinhos”, diz Tiago.
“Melhor, é a mina de
água viva que, jorrando com ímpeto do monte belo, dá a Água da Vida à terra, e
jorra, com sua beleza perfumada, rumo ao Céu”, diz Jesus.
“Daqui a pouco, ela
estará feliz ao ver-te”, diz Tiago.
“Meu irmão, dize-me
uma coisa que há tempo eu desejo saber. Como tu vês Maria? Como Mãe, ou como
súdita? Ela é tua Mãe, mas é mulher, e Tu és Deus...”, diz Tadeu.
“Como irmã e esposa,
como delícia e repouso de Deus, e como conforto do Homem. Tudo vejo e tenho em
Maria, como Deus e como Homem. Ela, que era delícia da Segunda Pessoa da
Trindade no Céu, delícia do Verbo, como do Pai e do Espírito, é a delícia do
Deus Encarnado, e o será do Homem-Deus glorificado”, responde Jesus.
“Que mistério!
Portanto, Deus se privou duas vezes de suas complacências. Em ti e em Maria, e
vos deu à terra”, medita o Zelotes.
“Que amor! Isto é
que deves dizer: O amor levou a Trindade a dar Maria e Jesus à terra”, diz
Tiago.
“E não por Ti, que
és Deus, mas pela sua Rosa, não temeis confiá-la aos homens, todos eles
indignos de a tutelar?”, pergunta Tomé.
“Tomé, quem te responde
é o Cântico: “O Pacífico tinha sua
vinha, e a confiou aos vinhateiros, os quais, profanadores instigados pelo
Profanador, muitas somas teriam dado para possuí-la, isto é, todas as seduções,
mas a Vinha bela do Senhor se guardou por si mesma, e não quis dar os seus
frutos, a não ser o Senhor, e abriu-se ao mesmo, gerando o Tesouro sem preço: o
Salvador.”
Chegaram à porta da
casa. Judas do Alfeu comenta, enquanto Jesus está batendo na porta fechada: “Seria
o caso de se dizer: “Abre-me, irmã, minha esposa dileta, pomba imaculada...”
Mas, quando a porta se abre e aparece o doce rosto da Virgem, Jesus não diz
senão a doce palavra, abrindo os braços para recebê-la: “Minha Mãe!”
Oh! Meu Filho!
Bendito! Entra, e que a paz e o amor estejam contigo!”
“E à minha Mãe, à
casa, e a quem nela está”, diz Jesus, entrando acompanhado pelos outros.
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