Revelações particulares
feitas por Jesus Cristo à confidente colombiana Catalina Rivas, sobre os fatos
de Sua Paixão, Crucifixão e Morte na Cruz
JESUS É
COROADO DE ESPINHOS
. . .Na Vontade de Meu Pai, vivi dias de intensa
tristeza, sem queixar-Me, porém na aceitação do que o Pai Me queria fazer
sentir. Quando fui aprisionado no Horto, os que Me acusavam estavam dispostos a
qualquer mentira e Me deixei levar aonde quisessem, sem a mínima resistência. E
quando quiseram cingir Minha cabeça com a coroa de espinhos, inclinei a cabeça,
sem mais, porque a recebia das mãos dAquele que Me enviou ao mundo.
. . . Quando os braços daqueles homens cruéis ficaram
cansados, de tanto descarregar golpes sobre Meu Corpo, colocaram sobre Minha
cabeça uma coroa tecida com galhos de espinhos e, desfilando diante de Mim,
diziam-Me: Então és Rei?... Nós Te saudamos!
. . . Uns Me cuspiam, outros Me insultavam, outros descarregavam
novos golpes contra Minha cabeça, cada um acrescentando uma nova dor a Meu
Corpo maltratado e desfeito.
. . . Estou cansado, não tenho onde descansar;
empresta-Me teu coração e teus braços, para cobrir-Me com teu amor. Tenho frio
e febre; abraça-Me um instante, antes que continuem destruindo este templo de
amor.
. . . Os soldados e algozes, com suas mãos sujas,
empurram Meu Corpo; outros, com asco de Meu Sangue, empurram-Me com suas lanças
e voltam a abrir Minha carne. Sentam-Me com um empurrão sobre um lugar de
pedras afiadas. Choro em silêncio pela dor e eles, de modo grotesco, zombam de
Minhas lágrimas. Finalmente, rasgam Minha fronte encaixando a coroa de galhos
trançados de espinhos.
. . .
Considerai como, com essa coroa, quis expiar os pecados de soberba de tantas
almas que se deixam subjugar pela falsa opinião do mundo, desejando ser
estimadas em excesso. Permiti, sobretudo, que Me coroassem de espinhos e que
assim Minha cabeça sofresse cruelmente, a fim de reparar, pela humildade voluntária,
as rejeições e orgulhosas pretensões de tantas almas que se negam a seguir o
caminho traçado por Minha Providência, por julgá-lo indigno de seu mérito e de
sua condição.
. . . Nenhum caminho é humilhante quando está
traçado pela Vontade de Deus... Em vão tentareis enganar-vos a vós mesmos
pensando seguir a vontade de Deus e em plena submissão a tudo o que Ele vos
pedir.
. . . Há no mundo pessoas que, quando chega o
momento da decisão (de assumir um novo modo de vida), refletem e examinam os
desejos de seu coração. Talvez encontrem, naquele ou naquela a quem pensam
unir-se, os fundamentos sólidos para uma vida cristã e piedosa; quem sabe vejam
cumprir enfim, em seus deveres de família, o necessário para satisfazer seus
desejos de felicidade. Mas a vaidade e o
orgulho vêm a escurecer seu espírito e elas se deixam arrastar pelo afã de
aparecer, de se destacar. Então, planejam buscar alguém que, sendo mais nobre,
mais rico, satisfaça sua ambição. Ah! Quão nesciamente se cegam! Não, Eu vos
direi: não encontrareis a verdadeira felicidade neste mundo, e oxalá a
encontreis no outro. Vede bem, que vos pondes em grande perigo!
. . . Falarei também às almas chamadas para o
caminho da perfeição. Quantas ilusões nas que Me dizem estar dispostas a fazer
Minha Vontade e que cravam em Minha cabeça os espinhos de Minha coroa.
. . . Há, respectivamente, almas que quero para
Mim. Conhecendo-as e amando-as, desejo colocá-las onde vivo, em Minha sabedoria
infinita, onde encontrarão tudo que é necessário para chegar à santidade: ali
será onde Me farei conhecer a elas e onde Me darão mais consolo, mais amor e
mais almas.
. . . Mas, quantas decepções! Quantas almas se
cegam pelo orgulho e soberba ou por uma mesquinha ambição. Enchem a cabeça de
vãos e inúteis pensamentos, negam-se a seguir o caminho que lhes traça Meu
amor.
. . . Almas que Eu havia eleito, credes cumprir
Minha Vontade resistindo à voz da graça que vos chama e encaminha por essa
senda que vosso orgulho rejeita?
. . . Filha Minha, amor de Minhas dores,
consola-Me; faz em teu coração pequenino um trono para teu Rei e Salvador, e
coroa-Me de beijos.
. . . Coroado de espinhos e coberto com um manto
púrpura, os soldados Me apresentaram de novo a Pilatos. Não encontrando em Mim
um delito para castigar-Me, Pilatos Me fez várias perguntas, e questionou por
quê Eu não lhe respondia, sabendo que ele tinha todo poder sobre Mim.
. . . Então, rompendo Meu silêncio, disse-lhe:
"Não terias esse poder, se não te houvesse sido dado do alto; mas é
preciso que se cumpram as Escrituras". E, abandonando-Me a Meu Pai
Celestial, calei-Me novamente...
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