“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

terça-feira, 5 de julho de 2016

A VOZ DO ESPÍRITO DE DEUS



SABÉIA FALA ATRAVÉS DO ESPÍRITO SANTO


A jovem, que não pode ouvir nada, que não pode ver nada, põe-se de pé, tira o véu, descobre assim completamente a cabeça e estende os braços, dando um forte grito:


 “Ei-lo que vem a mim o meu Senhor! Este é o Messias, ó homens. Eu vejo sobre Ele a luz de Deus, que no-lo mostra, e lhe presto honra!”, e se joga no chão, mas ficando em seu lugar, a uns dois metros de Jesus, com o rosto no chão, por entre a grama, e ela grita: “ Eu te saúdo, ó Rei dos Povos, ó Admirável, ó Príncipe da Paz, Pai do século sem fim, Chefe do novo povo de Deus!”.
“Ó Adonai, Tu és grande! Somente Tu és grande, Adonai! Grande és Tu no Céu e na Terra, no tempo e nos séculos dos séculos, e além do tempo, desde sempre e para sempre. Ó Senhor, Filho do Senhor. Debaixo dos teus pés estão os teus inimigos, e mantém firme o teu poder no amor daqueles que te amam.”
“O trono de meu Senhor está ornado com as doze pedras das doze tribos dos justos. Na grande pérola, que é o trono, o branco e precioso trono resplandecente do Santíssimo Cordeiro, estão encastoados topázios com ametistas, esmeraldas com safiras, rubis e sardônicas, ágatas e crisólitos, e berilos, ônix, jaspes, opalas. Os que crêem? Os que esperam, os que amam, os que se arrependem, os que vivem e morrem na justiça, os que sofrem, os que deixam o erro pela verdade, os que eram duros de coração, mas se tornaram mansos em seu Nome, os inocentes, os arrependidos, os que de despojam de todas as coisas, para ficarem ágeis e seguir o Senhor, as virgens de espírito resplandecente, com uma luz parecida com uma aurora do Céu de Deus... Glória ao Senhor! Glória a Adonai! Glória ao Rei sentado em seu Trono!”
“Olha o teu Rei, ó povo de Deus! Procura conhecer o seu Rosto! A Beleza de Deus está diante de ti. A Sabedoria de Deus veio usar de uma boca para te instruir. Não são mais os profetas, ó povo de Israel, que te falam do Inominável. Ele mesmo. Ele que conhece o mistério que é Deus e que te fala de Deus. Ele que conhece o Pensamento de Deus, e que te aproxima do seu seio, ó povo ainda pequeno, depois de tantos séculos, e te nutre com o leite da Sabedoria de Deus para tornar-te adulto em Deus. Para fazer isso, Ele se encarnou em um seio. No seio de uma mulher de Israel, grande mais aos olhos de Deus e dos homens, do que qualquer outra mulher. Ela roubou o coração de Deus com um só de seus suspiros de pomba. A beleza do seu espírito seduziu ao Altíssimo, e Ele dela fez o seu trono. Maria de Aarão pecou, porque nela estava o pecado. Débora julgou o que se devia fazer, mas não trabalhou com suas mãos. Jael foi forte, mas sujou-se com sangue. Judite era justa, e temia o Senhor, e Deus esteve em suas palavras, e lhe permitiu o ato, para que Israel fosse salvo, mas, por amor à Pátria usou de uma astúcia homicida. Mas a mulher que o gerou supera essas mulheres, porque Ela é a serva perfeita de Deus, e o serve sem pecar. Toda pura, inocente e bela, Ele é o belo Astro de Deus, desde o seu surgir, até o seu ocaso. Toda bela, resplendente e pura, para ser Estrela e Lua. Luz para os homens encontrarem o Senhor. Ela não vai à frente, nem atrás da Arca Santa, como não vai à frente Aarão, pois a Arca é Ela mesma. Sobre a onda escura da terra, coberta pelo dilúvio das culpas, Ela desliza e salva, porque quem nela entra encontra o Senhor. Pomba sem mancha, ela sai e leva consigo a oliveira da paz aos homens, porque Ele é p Azeitona formosa. Ela se cala e em seu silêncio está falando e trabalhando mais do que Débora, do que Jael e do que Judite, e não aconselhas batalhas, não incita a matanças, não derrama outro sangue, a não ser o mais escolhido, aquele com o qual fez o seu Filho. Mãe infeliz! Mãe sublime... Temia Judite ao Senhor, mas de um homem tinha sido sua flor. Ela deu ao Altíssimo sua flor intacta, e o Fogo de Deus desceu no cálice do lírio suave, e um seio de mulher foi capaz de conter e transportar o Poder, a Sabedoria e o Amor de Deus. Glória à Mulher! Cantai, ó mulheres de Israel, os louvores dela.”
“Adonai Adonai, Tu és grande! Cantemos ao Divino um cântico novo! Shalém! Shalém! Malquich! Paz! Paz! O Rei, ao qual nada resiste...”
“Não há alguém que resiste. Escuta, ó povo. Desde que começou a minha dor, ó povo de Betleque, tu me tens ouvido falar. Depois de anos de silêncio e de dor, eu ouvi, e disse o que ouvi. Agora já não estou mais entre os verdes bosques de Beltleque, como a virgem viúva que acha no Senhor sua única paz. Eu não tenho em torno de mim somente os meus concidadãos para lhes dizer: Temamos o Senhor, porque chegou a hora de estarmos prontos para o seu chamado. Embelezemos a veste do nosso coração para não sermos indignos de sua presença entre nós. Cinjamo-nos de fortaleza, porque a hora do Cristo é hora de prova. Purifiquemo-nos como vítimas para o altar, a fim de que possamos ser escolhidos Poe Aquele que no-lo ensina. Quem é bom, faça-se melhor. Quem é soberbo, torne-se humilde. Quem sofre de luxúria, livre-se da carne, a fim de que possa acompanhar o Cordeiro. O avarento se transforme em benfeitor, pois Deus nos faz o bem por seu Messias, e cada um pratique a justiça, para poder pertencer ao povo do Bendito que vem. Agora eu estou falando diante dele, e diante de quem crê nele e também diante de quem não crê, e zomba do Santo, e daqueles que falam e crêem em seu Nome e nele. Mas eu não tenho medo. Vós dizeis que eu sou doida, vós, dizeis que quem fala em mim PE um demônio. Eu sei que poderíeis fazer-me apedrejar como blasfemadora. Sei que isto que eu vos direi vos parecerá um insulto e blasfêmia e me odiareis. Mas eu não tenho medo. Sou a última, talvez das vozes que falam dele antes de sua manifestação, e terei talvez a sorte de muitas outras vozes, mas não tenho medo. Muito longo é o exílio, no frio e na solidão da terra, para quem pensa em ir para o Seio de Abraão, ao Reino de Deus, que o Cristo abre para nós, mais santo do que o seio de Abraão. Sabéia do Carmelo, da estirpe de Aarão não teme a morte, Mas teme o Senhor. E fala quando Ele a faz falar, para não desobedecer a sua vontade. E diz a verdade, porque fala de Deus, com as palavras que Deus lhe dá. Eu não temo a morte. Mesmo que me chamásseis de demônio, e me apedrejásseis como blasfemadora, mesmo que o pai, a mãe e os meus irmãos por essa desonra morrerem, eu não tremerei de medo, nem de dó. Eu sei que o demônio não está em mim, porque em mim está calada toda concupiscência, e toda Betleque sabe disso. Eu sei que as pedras não poderão fazer outra coisa, além de colocarem uma parada mais breve do que um respiro em meu canto, e, depois, mais ampla na liberdade do Além-terra. Eu sei que a dor daqueles que são do meu sangue, Deus a confortará, e que ela será breve, enquanto que eterna será depois a sua alegria de parentes mártires, por causa de uma mártir. Não temo a vossa morte, mas sim a que me viria, se eu não lhe obedecesse. Eu falo. E falo aquilo que me foi dito, ó povo escuta e escutai vós ó escribas de Israel.”
Levanta de novo a voz amargurada, e diz: “O antigo povo de Deus não pode cantar o cântico novo, porque não ama ao seu Salvador. Cantarão o cântico novo os que forem salvos de todas as nações, os do povo do Cristo Senhor, e não aqueles que odeiam o meu Verbo. Que horror ( ela dá realmente um grito que faz estremecer). A voz produz luz, e que a luz produza vista. Que horror! Que é que estou vendo?”
“Eu estou vendo! Estou vendo!”, e, bebendo suas lágrimas ela continua: “Estou vendo os delitos deste meu povo. E sou impotente para fazê-los cessar. Eu vejo os corações dos meus compatriotas, e não os posso mudar. Que horror! Que horror! Satanás deixou os seus lugares e veio fazer sua morada nos corações destes.”
“Faze-a calar!”, mandam os escribas a Jesus.
E a mulher continua: “Eu volto à terra, ao barro, ó Israel, que ainda sabes amar ao Senhor, Cobre-te de cinzas, veste e cilício. Por ti mesma e por eles! Jerusalém! Salva-te, Jerusalém! Eu vejo uma cidade tumultuada, pedindo um delito. Eu ouço, estou ouvindo o urro dos que estão invocando com ódio um sangue sobre eles. Eu vejo que estão levantando a vítima na Páscoa de sangue, vejo escorrendo aquele sangue, ouço aquele sangue gritar mais do que o sangue de Abel, enquanto se abrem os céus, a terra se sacode, e o sol escurece. E aquele sangue não grita vingança, mas pede piedade para com o seu povo assassino, piedade para nós! Jerusalém, converte-te. Aquele sangue! Aquele sangue, um rio. Um rio que lava o mundo, curando-o de todos os males, cancelando todas as culpas. Mas para nós, para nós de Israel, aquele sangue é um fogo, para nós ele é um escopo que escreve sobre os filhos de Jacó o nome dos deicidas e a maldição de Deus. Jerusalém! Tem piedade de ti mesma e de nós...”
“Ó Jordão, rio sagrado de nossos pais, que tens a onda azul e encrespada, como um bisso precioso, e por ela refletes as claras estrelas e a cândida lua, e acaricias os salgueiros de tuas margens, que és um rio de paz e, contudo conheces tantas dores. Ó Jordão, que nas horas de tempestade, sobre as ondas inchadas e agitadas, transportas as areias de milhares de torrentes com as suas rapinas, e às vezes até troncos de tenros arbustos, sobre os quais está um ninho, e sem teres dó do casal de passarinhos, que o vão acompanhando, piando de dor, vendo o seu ninho destruído pela tua rapina. Assim verás, ó Sagrado Jordão, atingido pela ira divina, arrancado das casas e do altar, e indo para a ruína para perecer na maior das mortes, o povo que não quis o Messias. Salva-te meu povo! Crê no teu Senhor! Segue o teu Messias! Reconhece-o pelo que Ele é. Não é rei de povos e milícias. É Rei das almas, das tuas almas e de todas as almas Ele é. Desceu para recolher as almas justas, e subirá de novo para conduzi-las ao Reino eterno. Ó vós, que estais preocupados com o futuro da Pátria, uni-vos ao Salvador. Que não morra completamente a semente de Abraão! Fugi dos falsos profetas, das bocas mentirosas, dos corações rapinantes que querem arrancar-vos dos braços da Salvação. Sai das trevas que vêm crescendo ao redor de vós. Escutai a voz de Deus. No decreto de Deus, os grandes que vós hoje temeis, já são pó. Mas um só é o Vivente. Os lugares nos quais eles reinam, e dos quais eles vos oprimem, já são ruínas. Um só é o que dura, Jerusalém! Onde estão os orgulhosos filhos de Sião, de que te gabas? Onde estão os rabis e sacerdotes, com os quais te ornas e dos quais tanto admiras? Olha para eles! Estão oprimidos com grilhões, vão para o exílio, passando pelo meio dos escombros dos teus palácios, pelo meio do fedor dos mortos pela espada e pela fome. Sobre ti está o furor de Deus, ó Jerusalém, que rejeitas o teu Messias, e o golpeias no rosto e no coração. E, ti toda beleza está destruída. Toda esperança para ti está morta. Profanados estão o Templo e o altar...” “... foram-lhes arrancados os éfodes. Não valem mais nada...””... porque eles não reinam mais. Agora há um outro, o Pontífice eterno, e ele é Santo e colocado por Deus. Rei e Sacerdote eterno, por Aquele que faz suas as ofensas feitas ao Cristo, e delas toma as vinganças. Um outro Pontífice, o verdadeiro, o Santo, Ungido por Deus e pelo seu Sacrifício, no lugar daqueles sobre cuja fronte a tiara é até um desdouro, pois ela cobre pensamentos de horror!
Ele veio para trazer-te a paz. E tu fizeste guerra. Saúde, e escarneceste dele. Amor, e tu o odiaste. Milagre, e tu o chamaste de demônio. Suas mãos curaram os teus doentes, e tu as traspassaste. Ele te trazia a luz, e tu cobriste de cuspo e sujeira o rosto dele. Ele te trazia a vida, e tu lhe deste a morte. Israel, chora o teu pecado, e não maldigas o Senhor, enquanto vais indo para o teu exílio, que não terá fim como aqueles de outros tempos. Percorrerás a terra toda, Israel, mas como um povo vencido e maldito, perseguido pela voz de Deus, e com as mesmas palavras que Ele disse a Caim. E aqui não poderás voltar a construir um ninho firme, a não ser quando reconheceres com os outros povos que este é Jesus, o Cristo, o Senhor, Filho do Senhor.”
...Põe os pés no chão, ó povo que ainda sabes amar. Cobre-te de cinzas, veste-te com o cilício. O furor de Deus está suspenso sobre nós, como uma nuvem carregada de granizo e de relâmpagos por cima de um campo amaldiçoado.”
...Paz, paz, ó Rei de justiça e de Paz, ó Adonai, grande e poderoso, ao qual nem mesmo o Pai resiste! Impetra paz para nós, pelo teu Nome, ó Jesus, Salvador e Messias, Redentor e Rei, e Deus três vezes Santo.”

(de Jesus à Valtorta - O Evangelho como me foi Revelado - Vol. 8)













Sem comentários:

Enviar um comentário