“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 16 de abril de 2016

AS TENTAÇÕES CONTRA CRISTO


                                                   Salomé foi a perdição em sua totalidade. 

O AMOR VENCE A SENSUALIDADE

Mas, da escada interna salta sobre o terraço uma figura delgada de uma jovem velada. Ela corre, ligeira como uma borboleta até Jesus, tira o véu e o manto, e cai aos pés de Jesus, tentando beijá-los.
“Salomé!”, grita Cusa e outros com ele.
Jesus se afastou tão violentamente para escapar daquele contato, que sua cadeira tombou e Ele se aproveita dela para colocá-la entre Ele e Salomé, como uma separação. Seus olhos causam medo, pois estão fosforescentes, terríveis.
Salomé, leviana e descarada, toda cheia de denguice, diz: “Sim, sou eu. A aclamação chegou até o Palácio. Herodes te manda uma embaixada para dizer-te que ele te quer ver. Mas eu a precedi. Vem comigo, Senhor. Eu te amo e te desejo tanto! Eu também sou carne de Israel.”
“Vai para a tua casa.”
“A Corte te está esperando para prestar-te uma homenagem.”
“A minha Corte é esta. Não conheço outra, nem outras homenagens”, e com a mão Ele mostra os pobres sentados às mesas.
“Eu te trago presentes para ela. Toma as minhas jóias.”
“Eu não as quero.”
“Por que as recusas?”
“Porque são imundas e dadas para um fim imundo. Vai-te embora!”
“Salomé se levanta impedida. Olha rapidamente para o Terrível, o Puríssimo, que a fulmina com o braço estendido e com um olhar de fogo. Ela olha furtivamente para todos, e vê escárnio e nojo em todos os rostos. Os fariseus estão petrificados, e observam a cena inesperada. As romanas resolvem ir para perto, para verem melhor.
Salomé tenta ainda uma última prova: “Tu te aproximas até dos leprosos...”, diz ela submissa e suplicante.
“Ele são doentes. Tu és uma impudica! Vai-te embora!”
Este último “vai-te embora” foi tão forte, que Salomé recolheu o véu e o manto, e inclinada foi deslizando e se dirigindo para as escadarias.
“Cuidado Senhor!... Ela é poderosa... Poderia fazer-te mal”, sussurra Cusa em voz baixa. Mas Jesus responde com uma voz muito mais forte, para que todas as possam ouvir e, em primeiro lugar, aquela que foi expulsa: “Não importa. Eu prefiro ser morto a ter alianças com o vício. Suor de mulher lasciva e ouro de meretriz são venenos do inferno. Aliança de vilezas com os poderosos é culpa. Eu sou Verdade, Pureza e Redenção. E não mudo. Vai. Acompanha-a...”
“Eu castigarei os servos que a deixaram passar.”
“Não castigarás nenhum deles. Uma só é que sai castigada. Ela. Está castigada. E que ela saiba, e vós fiqueis sabendo que o pensamento dela a meu respeito é conhecido, e que dele Eu tenho nojo. Que a serpente volte para a sua toca. E o Cordeiro volta para os seus jardins.”
Ele se assenta. Está suando. Está calado. Depois Ele diz: “Joana, dá a cada um a esmola, para que menos triste lhes seja a vida por alguns dias. Que mais que devo fazer por vós, filhos da dor? Estou lendo os vossos corações. Aos doentes que sabem crer, paz e saúde.”
Um instante de pausa, e depois um grito... e são muitos e muitos que se levantam curados. Os judeus que tinham vindo para o surpreenderem, lá se vão aturdidos e desorientados diante do delírio geral, por entre as aclamações pelo milagre e pela pureza de Jesus.
Jesus sorri, beijando as crianças. Depois se despede dos hóspedes, entretendo as mulheres e falando com Joana em favor delas. Joana toma nota e as convida para o dia seguinte. Depois elas também se vão. Os últimos são os velhos.
Ficam apenas os apóstolos, os discípulos, as discípulas e as romanas. Jesus diz: “Assim é que deverá ser a união futura. Não há palavras. Os fatos falam aos espíritos e as mentes com sua evidência. A paz esteja convosco.”


(de Jesus á Valtorta, Vol. 6, pgs. 77, 78)


obs: Sexo não é amor, e sim um ato de puro desejo carnal. Amor, o amor verdadeiro é espiritual, é um bem querer a outro espírito sem desejar nada em troca. É se dar sem esperar recompensa. É fazer o bem a alguém, simplesmente para ver este alguém feliz.
Antonio.



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