Salomé foi a perdição em sua totalidade.
O AMOR VENCE A
SENSUALIDADE
Mas, da escada interna salta sobre o terraço uma figura
delgada de uma jovem velada. Ela corre, ligeira como uma borboleta até Jesus,
tira o véu e o manto, e cai aos pés de Jesus, tentando beijá-los.
“Salomé!”, grita Cusa e outros com ele.
Jesus se afastou tão violentamente para escapar daquele
contato, que sua cadeira tombou e Ele se aproveita dela para colocá-la entre
Ele e Salomé, como uma separação. Seus olhos causam medo, pois estão
fosforescentes, terríveis.
Salomé, leviana e descarada, toda cheia de denguice, diz: “Sim,
sou eu. A aclamação chegou até o Palácio. Herodes te manda uma embaixada para
dizer-te que ele te quer ver. Mas eu a precedi. Vem comigo, Senhor. Eu te amo e
te desejo tanto! Eu também sou carne de Israel.”
“Vai para a tua casa.”
“A Corte te está esperando para prestar-te uma homenagem.”
“A minha Corte é esta. Não conheço outra, nem outras homenagens”, e com a mão Ele mostra os pobres sentados às mesas.
“A minha Corte é esta. Não conheço outra, nem outras homenagens”, e com a mão Ele mostra os pobres sentados às mesas.
“Eu te trago presentes para ela. Toma as minhas jóias.”
“Eu não as quero.”
“Por que as recusas?”
“Porque são imundas e dadas para um fim imundo. Vai-te
embora!”
“Salomé se levanta impedida. Olha rapidamente para o
Terrível, o Puríssimo, que a fulmina com o braço estendido e com um olhar de
fogo. Ela olha furtivamente para todos, e vê escárnio e nojo em todos os
rostos. Os fariseus estão petrificados, e observam a cena inesperada. As
romanas resolvem ir para perto, para verem melhor.
Salomé tenta ainda uma última prova: “Tu te aproximas até dos
leprosos...”, diz ela submissa e suplicante.
“Ele são doentes. Tu és uma impudica! Vai-te embora!”
Este último “vai-te embora” foi tão forte, que Salomé
recolheu o véu e o manto, e inclinada foi deslizando e se dirigindo para as
escadarias.
“Cuidado Senhor!... Ela é poderosa... Poderia fazer-te mal”,
sussurra Cusa em voz baixa. Mas Jesus responde com uma voz muito mais forte,
para que todas as possam ouvir e, em primeiro lugar, aquela que foi expulsa: “Não
importa. Eu prefiro ser morto a ter alianças com o vício. Suor de mulher
lasciva e ouro de meretriz são venenos do inferno. Aliança de vilezas com os
poderosos é culpa. Eu sou Verdade, Pureza e Redenção. E não mudo. Vai.
Acompanha-a...”
“Eu castigarei os servos que a deixaram passar.”
“Não castigarás nenhum deles. Uma só é que sai castigada.
Ela. Está castigada. E que ela saiba, e vós fiqueis sabendo que o pensamento
dela a meu respeito é conhecido, e que dele Eu tenho nojo. Que a serpente volte
para a sua toca. E o Cordeiro volta para os seus jardins.”
Ele se assenta. Está suando. Está calado. Depois Ele diz: “Joana,
dá a cada um a esmola, para que menos triste lhes seja a vida por alguns dias.
Que mais que devo fazer por vós, filhos da dor? Estou lendo os vossos corações.
Aos doentes que sabem crer, paz e saúde.”
Um instante de pausa, e depois um grito... e são muitos e
muitos que se levantam curados. Os judeus que tinham vindo para o surpreenderem,
lá se vão aturdidos e desorientados diante do delírio geral, por entre as
aclamações pelo milagre e pela pureza de Jesus.
Jesus sorri, beijando as crianças. Depois se despede dos
hóspedes, entretendo as mulheres e falando com Joana em favor delas. Joana toma
nota e as convida para o dia seguinte. Depois elas também se vão. Os últimos
são os velhos.
Ficam apenas os apóstolos, os discípulos, as discípulas e as
romanas. Jesus diz: “Assim é que deverá ser a união futura. Não há palavras. Os
fatos falam aos espíritos e as mentes com sua evidência. A paz esteja convosco.”
(de Jesus á Valtorta, Vol. 6, pgs. 77, 78)
obs: Sexo não é amor, e sim um ato de puro desejo carnal. Amor, o amor verdadeiro é espiritual, é um bem querer a outro espírito sem desejar nada em troca. É se dar sem esperar recompensa. É fazer o bem a alguém, simplesmente para ver este alguém feliz.
Antonio.
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