QUEM ME AMA,
QUE ME SIGA
Diz Jesus:
“É assim que vai iniciar-se o meu
terceiro ano de vida pública. Ele se inicia com uma partida bem triste, como
também foi o primeiro e o segundo. Ele se inicia com uma grande oração e
penitência, como o primeiro... Porque tem as dificuldades dolorosas do
primeiro, e mais ainda. Naquele tempo Eu me estava preparando para converter o
mundo. Agora, Eu me estou preparando para uma obra bem mais vasta e importante.
Mas, escutai-me bem, e ficai sabendo que se no primeiro Eu fui Homem-Mestre, o
Sábio que invoca a Sabedoria com sua humanidade perfeita e sua perfeição
intelectual, e que no segundo fui o Salvador e Amigo, o Misericordioso, que
passa acolhendo, perdoando, compadecendo-se e suportando, no terceiro Eu serei
o Deus Redentor e Rei, o Justo, não vos espanteis, pois se virdes em Mim formas
novas, se no Cordeiro virdes brilhar o Forte.
Que foi que Israel me respondeu, ao meu
convite de amor, ao abrir-lhe os braços dizendo: “Vem, Eu amo e perdôo?” Foi
com uma sempre crescente e obstinada obtusidade e dureza de coração, com a
mentira e com suas ciladas. Pois bem. Assim seja.
Eu o havia chamado, em todas as suas
classes, inclinando minha fronte até o pó.
E sobre essa Santidade, que se humilhava,
ele ainda escarrou.
Eu o havia convidado a santificar-se. E
ele me respondeu endemoninhando-se.
Eu cumpri o meu dever em tudo. E ele
chamou o meu dever de “pecado”.
Eu calei-me. E ele tomou o meu silêncio
por culpabilidade.
Eu falei. E ele chamou a minha palavra de
blasfêmia.
Agora basta!
Ele não me deixou respirar. Não me
concedeu nenhuma alegria. E a alegria para Mim consistia em fazer que Eu
crescesse na vida espiritual dos recém-nascidos para a Graça. São-lhes armadas
ciladas, e eles vêm a Mim, que os devo tirar do meu peito, causando a eles e a
Mim a angústia que sentem os progenitores e os filhos separados uns dos outros,
a fim de colocá-los a salvo de um Israel malévolo.
Eles, os poderosos de Israel, que se
dizem os “santificadores”, e se gabam de o serem, me impedem a Mim e gostariam
de impedir-me de salvar e de alegrar-me com os salvados por Mim.
Eu tenho, há já muitos e muitos meses um
Levi publicano em minha amizade e a meu serviço, e o mundo pode ver se Mateus é
um escândalo ou uma emulação. Mas, a acusação continua a ser feita, e continua
a ser feita por causa de Maria de Lázaro e de tantos e tantos outros, que Eu
salvarei.
Agora basta!
Eu vou indo pelo meu caminho sempre
áspero e molhado pelo pranto... Eu vou... Nenhuma de minhas lágrimas cairá em
vão. Elas gritam ao meu Pai... E depois, haverá de gritar um outro humor bem
mais poderoso. Eu vou. Eu não me detenho. Quem me ama, que me siga, e tenha
coragem, porque vêm se aproximando as horas da dureza. Eu não me detenho. Nada
me faz parar. Eles também não pararão... Mas, ai deles! Ai deles! Ai daqueles
por cuja causa o Amor tem que virar Justiça!... O sinal do novo tempo vai ser o
de uma Justiça severa para todos aqueles que estão obstinados no seu pecado
contra as palavras do Senhor e contra a ação do Verbo do Senhor!...”
Jesus está parecendo um arcanjo punidor.
Eu diria que Ele está em chamas, contra a parede enfumaçada, de tanto que seus
olhos estão brilhando... Parece que Ele brilha até em sua voz, que está com
sons agudos como os do bronze e da prata, quando nesses metais se bate com
violência.
Os oito apóstolos estão pálidos e como
que diminuídos pelo temor. Jesus olha para eles... Com piedade e amor. E diz: “Não
digo isto para vós meus amigos. Não são para vós estas ameaças. Vós sois os
meus apóstolos, e Eu vos escolhi.” Sua voz se torna doce e profunda.
( de Jesus à Valtorta, Vol. 5, pgs. 107,
108, 109)
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