“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

MENSAGEM DE JESUS A MARIA VALTORTA


COMO CUIDAR DAS ALMAS?

As obras de misericórdia corporais aplainam o caminho para as espirituais, as quais o tornam tão liso e plano, que a entrada de Deus em um homem, preparado desse modo para o encontro divino, acontece até sem que o indivíduo o fique sabendo. Ele encontra a Deus em si, e nem sabe por onde Ele terá entrado. Por onde? Ás vezes, acompanhando um sorriso, uma palavra de piedade, ou um pão, que faz a abertura da porta de um coração fechado para a graça, e assim é que começa o caminho de Deus para entrar naquele coração.
As almas! Elas são coisas da maior variedade que possa existir. Nelas não há nada de material, e são tantas as coisas materiais sobre esta terra, e tão variadas em suas aparências, assim como as almas o são em suas tendências e reações.
Estais vendo este robusto terebinto? Ele está no meio de um grande parque de terebintos, todos parecidos com ele em sua espécie. Quantos são? Centenas e centenas, talvez mil, talvez até mais. Eles cobrem este lado áspero do monte, dominando com o odor áspero e saudável de suas resinas, todos os outros odores do vale e do monte. Mas, olhai bem. São mil, ou mais e não há nem um só, pela grossura, a altura, a robustez, a inclinação, a posição, que seja igual a outro, se observarmos bem. Um está reto como uma lâmina, outro inclinado para o norte ou para o sul, para o oriente ou para o ocidente. Um nasceu em terra firme, outro sobre a beira de um barranco, que nem se sabe como possa sustentá-lo, nem como possa manter-se assim suspenso no ar, como se estivesse fazendo uma ponte com outro que vem de lá, outro sobre uma torrente, que agora está seca, mas que no tempo de chuva é uma cachoeira. Uns são contorcidos, como se algum malvado os tivesse comprimido, quando eram umas plantinhas tenras, outros são sem defeitos. Uns são revestidos de folhas, quase desde o chão, outros são escabelados, e têm apenas uma moitinha de folhas, lá no alto. Uns têm ramos só do lado direito. Outros bem cobertos de folhas em baixo e queimados lá em cima por algum raio. Um está quase morto, e ainda sobrevive em um único e obstinado galho, um galhinho, uma folha, -- que é que eu estou dizendo: uma folha, no meio dos milhares de folhas que ele tem? – que seja semelhante a outra. A princípio parece que o sejam. Mas não são. Olhai este galho. O mais debaixo de todos. Observai nele a ponta, somente a ponta do galho. Quantas folhas haverá naquela ponta? Talvez umas duzentas agulhinhas verdes e leves. Estais vendo bem? Haverá aí alguma semelhante a outra em cor, robustez, frescor, flexibilidade, postura e idade? Não há.
Assim são as almas tantas quantas forem, tantas serão suas diversidades e tendências e reações. E não será bom mestre e médico das almas quem não as souber conhecer e trabalhar, de acordo com suas diversas tendências e reações. Não é um trabalho fácil, meus amigos. É necessário um estudo contínuo, o hábito de meditar, que ilumina mais do que qualquer outra leitura sobre textos limitados. O livro que um mestre e um médico de almas deve estudar são as próprias almas. Tantas são as folhas do livro, quantas são as almas, e em cada folha muitos sentimentos e paixões passadas, presentes e em embrião.
Por isso é um estudo contínuo, atento, meditativo, uma paciência constante, tolerância, fortaleza em saber fazer os curativos das feridas mais purulentas, para saneá-las, sem mostrar repugnância, pois esta entristece o doente, e sem uma falsa piedade, que, para não desgostá-lo ao descobrir a podridão, e não limpá-la, por medo de fazer sofrer a parte podre, deixa assim que o mal se vê agravando, e corrompendo todo o resto do corpo. É preciso prudência, enquanto se faz o curativo, para não se agravar o caso, se se tratar com modos rudes demais as feridas dos corações e para não se ficar infectado por elas, ao quererem bancar os experientes, que não têm medo de infectar-se ao tratarem com os pecadores.
E todas estas virtudes, necessárias ao mestre e ao médico das almas que, onde encontram a sua luz para ver e compreender, a sua paciência, talvez heróica, para perseverarem, recebendo só frieza, e algumas vezes até ofensas, e a fortaleza para medicarem com sabedoria, com prudência a fim de não danificarem ao doente nem a si mesmos?
No amor. Sempre no amor. Ele dá luz a tudo, dá sabedoria, fortaleza e prudência. Ele nos preserva das curiosidades, que são o caminho que leva a querer assumir as culpas que foram curadas. Quando alguém é todo amor, não pode entrar nele nenhum desejo nem outra ciência, que não seja a do amor.
Estais vendo? Dizem os médicos que, quando alguém está para morrer de uma doença, dificilmente torna a adoecer dela, porque o sangue dele já a teve e a venceu. Este conceito não é completamente certo, mas também não é totalmente errado. Mas o amor, que é saúde e não doença, faz isso que dizem os médicos, e o faz com todas as más paixões. Quem ama firmemente a Deus e aos irmãos nada faz que desagrade a Deus e aos irmãos, e por isso se aproxima dos doentes do espírito e, ao tomar conhecimento de coisas que o amor tinha até então ocultado, não se corrompe por elas, pois fica fiel ao amor, e o pecado não penetra nele.
Que quereis que seja a sensualidade, para alguém que venceu a sensualidade com a caridade?
Que é que são as riquezas para quem no amor de Deus e das almas encontra todo o seu tesouro?
Que poder tem a gula, a avareza, que é que pode a incredulidade, a preguiça ou a soberba contra quem só deseja a Deus, e se entrega a si mesmo ao serviço de Deus, contra quem, em sua fé encontra todo o seu bem, contra quem se sente estimulado pela chama incansável da caridade, e trabalha incansavelmente para agradar a Deus, por quem conhece a Deus – pois amá-lo é conhecê-lo – e não pode mais encher-se de soberba, porque ele se vê quem é em comparação com Deus?
Um dia vós sereis sacerdotes da minha Igreja. Portanto, sereis os médicos e mestres dos espíritos. Lembrai-vos destas minhas palavras. Não será o nome que tereis e as vestes que usareis, nem as funções que exercereis que vos farão ser sacerdotes, isto é, ministros de Cristo, médicos e mestres das almas, mas será o amor que possuirdes o que vos tornará tais. Ele vos dará tudo o que é necessário para o terdes, e as almas, todas diferentes umas das outras, chegarão a ter uma única semelhança, a semelhança com o Pai, se vós as souberdes trabalhar com amor.”


(de Jesus à Valtorta, Vol 7, pgs.337 a 340)   

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