“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 26 de dezembro de 2015

PARÁBOLA DA VIDEIRA DA HORTA


PARÁBOLA DA VIDEIRA DA HORTA


“Um homem tinha uma bela videira. Mas, não sendo ele possuidor de uma vinha, sua videira havia sido plantada na pequena horta de casa, a fim de que subisse para o terraço, desse sombra e produzisse cachos. E muitos cuidados ele tomava com sua videira. Mas ela ia crescendo no meio das casas, perto da rua, e, por isso a fumaça das cozinhas e dos fornos e a poeira da estrada subiam para molestar a videira. E, enquanto ainda desciam do céu as chuvas de Nisã, as folhas da videira se limpavam das impurezas, e se fortaleciam com o sol, e o ar, sem terem sobre sua superfície a feia crosta de sujeira para a estorvarem. Quando porém, chegou o verão e a água não desceu mais do céu, a fumaça, a poeira e os excrementos dos passarinhos foram-se depositando em espessas camadas, sobre as folhas, ao mesmo tempo que o sol quente as ia secando. O dono da videira dava água às raízes que estavam dentro da terra. E por isso a planta não morria, mas ia vegetando com dificuldade, porque a água chupada pelas raízes subia apenas pelo interior, e as pobres folhas nada aproveitavam dela. Ao contrário, do solo tórrido, molhado com pouca água, subiam a água tornada quente, e as exalações que secavam as folhas, manchando-as com pústulas malignas. Enfim, veio uma grande chuva do céu sobre as folhas, e escorreu ao longo dos ramos, dos cachos, do tronco, mitigou o ardor dos muros e do chão, e, tendo passado a tempestade, o dono da videira viu uma planta limpa, para gozar e produzir alegria, sob um céu sereno.” Aí está a parábola.”
“Está bem. Mas e a comparação com o homem?”
“Mestre, isto faze-o Tu.”
“Não. Tu. Estamos entre irmãos, não precisas ter medo de fazer má figura.”
“Se é pela triste figura, dela eu não tenho medo, por ser uma coisa penosa. Pelo contrário, até gosto dela, porque serve para me tornar humilde. É que eu não quereria dizer coisas erradas...”
“Eu irei te corrigindo.”
“Oh! Então! Eis aqui. Eu diria: “Assim acontece com o homem que não vive ocupado nas hortas de Deus, mas vive no meio da poeira e da fumaça das coisas do mundo, coisas estas que lentamente vão criando sobre ele sujeira, talvez inadvertidamente, e ele se encontra esterilizado em seu espírito e sob uma crosta de humanidade tão espessa, que a aura de Deus e o Sol da Sabedoria não podem mais ajudá-lo. E inutilmente procura remediar o caso com um pouco de água apanhada para os usos pessoais, e usada com tantos cuidados nas partes inferiores, que as partes superiores ficaram sem ela... Ai do homem que não se limpa com a água do Céu, que o limpa das impurezas, que apaga os ardores das paixões e que verdadeiramente alimenta todo o eu. 
Tenho dito.”
“Falaste bem. Eu diria também que, com a diferença da planta que é uma criatura privada do livre arbítrio e fincada na terra e por isso não podendo andar em busca do que lhe agrada, nem evitar aquilo que lhe faz mal, o homem pode andar para ir buscar a água do Céu, para escapar da poeira, do ardor da carne e do mundo e do demônio. 
Seria assim mais completo o ensinamento.”


(de Jesus à Valtorta, Vol. 7, pgs. 86. 87)

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