MARIA A MÃE DE TODOS
E
Maria e Maria de Cléofas entram de novo em casa... Na casa onde permanecem,
recordando o que acontecera pouco antes, cadeiras fora de lugar, louças ainda
esparsas... a desordem que segue a uma partida.
Maria
acaricia pensativa, o pequeno tear, no qual ela ensinava Áurea a trabalhar...
Ela está com os olhos já brilhando, por causa de um choro que está sendo por
ela retido.
“Tu
sofres, Maria!”, diz-lhe Maria de Cléofas, que está chorando sem fazer esforço
para reter o choro. “Tu já estavas afeiçoada!... Para cá estão vindo... depois
lá se vão... e nós ficamos sofrendo.”
“É
a nossa vida de discípulas. Ouviste hoje o que Jesus dizia: “Assim fareis no
futuro: vendo em todas as criaturas almas fraternas, sereis hospitaleiros,
sobrenaturalmente hospitaleiros, julgando-vos peregrinos. Dareis ajuda, comida,
conselho, e depois deixareis que os irmãos vão para os seus destinos, sem
ficardes segurando com amores ciumentos, certos de que, após a morte vos
encontrareis de novo com eles. Virão perseguições, e muitos vos terão que
deixar e ir para o martírio. Não sejais vós que aconselhareis a ninguém a
vileza. Permanecei na oração em vossas casas, que se esvaziaram para ir
garantir a coragem dos mártires, serenos para fortalecerem os mais fracos, e
fortes para estarem prontos a imitar aqueles heróis. Acostumai-vos com as separações,
com os atos de heroísmo, com o apostolado da caridade fraterna, desde agora...”
E
nós o estamos fazendo. Estamos sofrendo... isto é certo! Nós somos de carne...
Mas o espírito goza de uma alegria espiritual, que é a de fazer a vontade do
Senhor e cooperar para a sua glória. Por outro lado... Eu sou a Mãe de todos...
e não o devo ser de um só. Eu não o sou com exclusividade nem mesmo com
Jesus... Tu estás vendo como eu o deixo ir, sem ficar detendo-o... Eu gostaria de
ficar aqui até que Ele dissesse: “Vem”. E eu fico.
As
permanências dele aqui? São as minhas alegrias de mãe.
As
minhas peregrinações com Ele? São as minhas alegrias de discípula.
As
minhas solidões aqui? São as minhas alegrias de fiel, que faz a vontade do seu
Senhor.”
“Aquele
Senhor é teu Filho, Maria...”
“Sim.
Mas é sempre o meu Senhor...”
(
de Jesus à Valtorta, Vol 7, pgs. 54,55)
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