“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

JESUS USA A NATUREZA PARA ENSINAR


JESUS USA A NATUREZA PARA ENSINAR


Jesus, quando se vê observado, passa saudando: “A paz e a bênção de Deus esteja convosco”, e eles respondem: “E a bênção de Deus volte para Ti”, ou simplesmente: “Esteja contigo também.”
Alguns mais faladores, fazem que Jesus se interesse pela colheita, e lhe dizem: “Foi boa este ano. Olha só que espigas bem granadas, e como estão bem fincadas no chão. Dá trabalho ceifá-las. Mas elas são pães!...”
“Sede agradecidos ao Senhor por isso. Vós sabeis que não é por palavras, mas com obras que se há de mostrar a gratidão. Sede misericordiosos nesta vossa colheita, pensando no Altíssimo que foi misericordioso com suas orvalhadas e com o sol para os nossos campos, a fim de que tivésseis muito trigo. Lembrai-vos do preceito do Deuteronômio. Pensai ao recolherdes a riqueza que Deus vos deu, em quem não a tem, e deixai-lhes um pouco do que é vosso. Santa mentira é essa que é caridade para com o vosso próximo, e que Deus está vendo. Melhor é estar pronto a deixar, do que recolher com avidez. Deus abençoa os generosos. Dar é melhor do que receber, porque obriga o justo Deus a dar em maior abundância àquele que teve piedade.
Jesus vai passando, e repetindo os seus conselhos de amor.
...Em certo momento, faz sinal a João, a Judas Iscariodes e a um dos mais velhos, que Ele chama de Bartolomeu, e, tendo-os ao redor de Si, diz: “Mas, observai este pequeno inseto, que trabalho está fazendo, Olhai. Há tempo que Eu estou observando. Ele quer tirar deste cálice tão pequeno o mel que está lá no fundo. Mas, como não consegue passar, olhai. Ele espicha primeiro uma patinha, depois a outra, e as molha no mel. Depois se alimenta com ele. Em poucos momentos esvazia o conteúdo do cálice. Vede que coisa admirável é a Providência de Deus! Não deixando de saber que, sem certos órgãos, o inseto, criado para ser um crisólito voando sobre o verde dos prados, não podia alimentar-se, por isso o muniu desses minúsculos pelos, que ele tem ao longo das perninhas. Vós os estais vendo? Nem tu, Bartolomeu? Não? Olha bem. Agora vou pegá-lo, e to mostrar contra a luz.”
E delicadamente pega o pequeno besouro, que parece de ouro brunido, e o põe deitado de costas em sua mão.

O besouro se faz de morto, e os três observam suas perninhas. Depois ele se põe a espernear para fugir. Naturalmente ele não consegue, mas Jesus o ajuda, e o põe em pé, o animalzinho caminha sobre a palma de sua mão e vai até a ponta dos dedos, pendura-se e abre as asas. Mas ele está ainda desconfiado.
“Ele não sabe que Eu só quero o bem de todos os seres, e só tem o seu pequeno instinto. É perfeito, se o considerarmos em sua natureza, que é suficiente para tudo aquilo de que ele precisa, mas é muito inferior ao pensamento humano. E isso é porque o inseto é irresponsável, se ele fizer alguma má ação. O homem, não. O homem tem em si uma luz de inteligência superior, e mais a terá quanto mais instruído for nas coisas de Deus. Por isso ele será responsável pelas suas obras.”
“Então, Mestre”, diz Bartolomeu, “nós, a quem Tu ensinas, temos muita responsabilidade?”
“Muita. E mais responsabilidade tereis no futuro, quando o Sacrifício se tiver consumado, e a Redenção tiver vindo, e, com ela a Graça, que é  força e Luz. E, depois dela, virá quem ainda mais vos fará compreender para querer. Quem, pois, não quiser, será muito responsável.”
“Então, bem poucos se salvarão!”
“Por que, Bartolomeu?”
“Porque o homem é tão fraco!”
“Mas sua fraqueza se fortifica, porque tendo confiança em Mim, ele se torna forte. Pensais que Eu não compreendo as vossas lutas? E não tenha dó de vossas fraquezas? Estais vendo? Satanás é como aquela aranha, que está tecendo a sua teia daquele raminho até este fuste. O fio é tão subtil e traiçoeiro. Olhai como ele brilha. Parece a prata de uma filigrana impalpável. Ele ficará invisível durante a noite, e amanhã pela manhã estará brilhando como pedrinhas preciosas, e as mocas imprudentes, que giram pela noite adentro, procurando alimentos pouco limpos, lá cairão, como também as pequeninas mariposas, que são atraídas por tudo o que brilha...”
Outros apóstolos se aproximam, e estão ouvindo as lições tiradas dos reinos vegetal e animal.
“...Pois bem, o meu amor faz para com Satanás o que está fazendo agora a minha mão. Está destruindo a teia. Olhai como a aranha sai fugindo, e vai esconder-se. Ela tem medo do mais forte. Também Satanás tem medo do mais forte. E o mais forte é o Amor.
Não seria melhor destruir a aranha?”, diz Pedro, que é muito prático em suas conclusões.
“Seria melhor. Mas essa aranha cumpre o seu dever. É verdade que ela mata as pequenas mariposas, tão bonitinhas, mas também extermina um grande número de moscas sujas, que transmitem doenças e contaminações de doentes para os sãos, de mortos para vivos.”
“Mas, em nosso caso, o que a aranha faz?”
“Que ela faz, Simão? Ela faz aquilo que a boa vontade faz em vós. Destrói as tibiezas, os quietismos, as vãs preocupações. Ela vos obriga a estar vigilantes. Que é que nos torna dignos de prêmio: É a luta e a vitória. Podeis ter vitória, sem que tenhais tido luta? A presença de Satanás nos obriga a uma contínua vigilância. O Amor, pois, que vos ama, torna a presença dele não inexoravelmente nociva. Se estiverdes perto do Amor, Satanás tenta, mas tornou-se incapaz de fazer-vos um verdadeiro mal.
“Sempre?”
“Sempre. Nas grandes, como nas pequenas coisas. Por exemplo, uma pequena coisa. A ti ele inutilmente aconselha que tomes cuidado com a tua saúde. É um conselho traiçoeiro, procurando separar-te de Mim. O amor te conserva unido a Mim, Simão, e as tuas dores perdem valor até aos teus próprios olhos.”
“Sim. Mas não fiques desanimado por isso. Eia! Sus! O Amor te dará tanta coragem, que agora ele é o primeiro a sorrir diante da tua natureza humana, que treme com as tuas reumas...”


(de Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs.339, 340, 341)








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