“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A INFLUENCIA DO LIVRE ARBÍTRIO NA ALMA


O PRÍNCIPE DA PAZ, MESTRE, SALVADOR E REDENTOR JESUS DE NAZARÉ



A INFLUENCIA DO LIVRE ARBÍTRIO NA ALMA

Diz Jesus:

Quando nós tínhamos só uma carne animal no seio de nossa mãe, Deus no Céu criou a alma, para fazer à sua semelhança o futuro homem, e a colocou na carne, que no seio já se ia formando. E o homem ao chegar o seu tempo de nascer, nasceu com sua alma, a qual, até chegar o uso da razão, foi como uma terra deixada sem ser cultivada pelo dono. E, tendo chegado à idade da razão, o homem começou a raciocinar, a distinguir o Bem do Mal. E foi então que ele descobriu que tinha uma vinha a ser por ele cultivada a seu gosto. E se lembrou de por um vinhateiro à frente dessa vinha: o seu livre arbítrio. De fato, a liberdade de guiar-se, dada por Deus ao homem, seu filho é como um criado muito útil dado por Deus ao homem, seu filho, para ajudá-lo a tornar fértil a vinha, isto é, a sua alma.
Se o homem não tivesse que afadigar-se para fazer-se rico, a fim de fazer para si mesmo um futuro eterno de uma prosperidade sobrenatural, se tudo ele tivesse que receber de Deus, que merecimento ele teria em criar-se de novo uma vida de santidade, depois de Lúcifer ter corrompido a santidade inicial da humanidade, que havia sido dada gratuitamente por Deus aos primeiros homens? Já é muito que às criaturas, decaídas por terem herdado a culpa, Deus conceda ainda que possa merecer o prêmio de se fazerem santas, nascendo de novo, por sua própria vontade, para aquela natureza do começo, de criaturas perfeitas, que o Criador havia dado a Adão e Eva e aos seus filhos, se os progenitores deles se tivessem conservado imunes da Culpa original. O homem decaído deve tornar-se homem eleito por sua livre vontade.
Pois bem. Que é que sucede às almas? Sucede o seguinte: o homem confia sua alma à sua própria vontade, ao seu livre arbítrio, o qual se põe a trabalhar a vinha, que ficou até agora como um terreno sem plantas que durem para sempre. Só umas ervas mirradas e umas florezinhas caducas, nos primeiros anos ainda se viam aqui e ali sobre ela: eram caducas da instintiva bondade de um menino, que ainda é bom, porque é como um anjo, que não conhece o Bem e o Mal.
Vós direis: “por quanto tempo durará isso?” Geralmente se fala assim: “Até os seis anos.” Mas, na verdade, há um uso precoce da razão, pelo qual já vemos meninos responsáveis por suas ações, já antes dos seis anos. Vemos meninos responsáveis por suas ações até aos três anos, aos quatro anos, responsáveis porque sabem o que é Bem e o que é Mal, e querem livremente isto ou aquilo. Desde o momento em que uma criatura sabe distinguir a má da boa ação, ela é responsável. Antes, não. Por isso, o excepcional, mesmo com cem anos de idade, é um irresponsável. Mas, por sua vez, já tem responsabilidade os seus tutores, que devem amorosamente velar sobre ele e sobre o próximo que, pelo excepcional ou pelo louco pode ser atacado, a fim de que o excepcional não faça mal a si mesmo nem aos outros.
Mas Deus não atribui ao excepcional nem ao louco nenhuma culpa, porque para sua desgraça ele é privado da razão. Mas nós estamos falando de seres inteligentes e sãos de mente e de corpo.
Portanto, o homem confia a sua vinha inculta a um trabalhador: é o livre arbítrio, e ele começa a cultivá-la. A alma, que é a vinha, tem, porém, uma voz, e a faz ouvir ao arbítrio. É uma voz sobrenatural, alimentada por vozes sobrenaturais, que Deus não nega nunca as almas: é o Anjo da Guarda, a de espíritos mandados por Deus, é a da Sabedoria e das recordações sobrenaturais, de que todas as almas se lembram, ainda que delas o homem não tenha uma percepção exata. E fala ao livre arbítrio, com uma voz suave, e até suplicante, para pedir-lhe que a adorne com plantas boas, que seja ativo e sábio, para não fazer dela uma mata selvagem, maligna e venenosa, onde ficam aninhadas as serpentes e os escorpiões, onde se entoca a raposa e a fuinha, e outros quadrúpedes malvados.
O livre arbítrio nem sempre é um bom cultivador. Nem sempre ele guarda a vinha, nem a defende com uma sebe intransponível, isto é, com uma vontade firme e boa, atenta para defender a alma dos ladros, dos parasitas, de todas as coisas perniciosas, dos ventos violentos que poderiam fazer cair as pequeninas flores das boas resoluções, mal estas começaram a formar-se no desejo. Oh! Que sebe alta e forte se faz necessário que se levante ao redor do coração para salvá-lo do mal! Como é necessário vigiá-la, para que não seja forçada, para que não se abram nela nem grandes aberturas, pelas quais entram as dissipações, nem aberturas pequenas, mas traiçoeiras em sua base, nas quais se entocam as víboras: os sete vícios capitais.
Como pois, é preciso sachar, queimar as ervas más, podar, fazer arroteios, adubar com a mortificação, curar com o amor a Deus e ao próximo, a sua própria alma. E vigiar, com olhos abertos e cheios de luz, e com a mente desperta, para que os mergulhões, que podiam parecer bons, não se revelem maus depois, e, se isto acontecer, será preciso arrancá-los sem dó. É melhor uma planta só, mas perfeita, do que muitas que causem prejuízo ou são inúteis.
Nós temos nossos corações, temos, por isso vinhas que são sempre trabalhadas, plantadas com novas plantas por um cultivador desordenado, que amontoa as plantas novas: esse trabalho, essa ideia, essa vontade, ainda que não sejam más, contudo, depois se tornam más, pois caindo as plantas no solo, se mestiçam, e morrem... Quantas virtudes perecem, porque estão misturadas com a sensualidade, pois não são cultivadas, porque, afinal o livre arbítrio não é ajudado pelo amor! Quantos ladrões começam a roubar, a por a mão nas coisas e a arrebatar, porque sua consciência está dormindo, em vez de ficar vigilante, ou porque a vontade se enfraqueceu e se corrompe, ou porque o arbítrio se deixa seduzir, e se faz escravo, ele que era livre, agora escravo do Mal.
Mas pensai bem! Deus o deixa livre, e o arbítrio se faz escravo das paixões, do pecado, das concupiscências, do Mal, afinal. A soberba, a ira, a avareza e a luxúria, que se misturaram antes, depois triunfam sobre as plantas boas!... É um desastre. Grande é a aridez que resseca as plantas, porque não há mais a oração, que é a união com Deus, e, por isso, uma orvalhada de sucos benéficos deixa de descer sobre a alma! Muito gelo vem entorpecer as raízes pela falta de amor a Deus e ao próximo! O terreno está muito magro, porque rejeita a adubação, que é a mortificação e a humildade, Que emaranhamento intrincado de ramos bons com ramos não bons, porque não se tem a coragem de passar pela dor, ou de se ter que cortar o que é nocivo! Este é o estado de uma alma que tem, para com o seu guarda e cultivador, um arbítrio desordenado para o Mal.
Ao passo que a alma, que tem um arbítrio vivendo em ordem e na obediência à Lei dada ao homem, para que ele saiba o que é, e como se conserva a ordem. Se ele é heroicamente fiel ao Bem, porque o Bem eleva o homem, e o torna semelhante a Deus, enquanto que o Mal o enfeita, e o faz semelhante ao demônio. O homem fiel à uma vinha irrigada por águas puras, abundantes e úteis, de uma fé que há de estar sob a sombra da esperança, iluminada pelo sol da caridade, corrigida pela vontade, adubada pela mortificação, atada pela obediência, podada pela fortaleza, conduzida pela justiça, vigiada pela prudência e pela consciência. E então a Graça cresce, ajudada por tudo isso, cresce a Santidade, e a vinha se torna um jardim maravilhoso, ao qual desce Deus para saborear as suas delícias, até que, tendo-se conservado essa vinha sempre como um jardim perfeito, e tento chegado a morte, pelos seus anjos Deus faz transportar esse trabalho de um livre arbítrio, decidido e bom, para o grande e eterno Jardim dos Céus.
Certamente vós quereis ter essa sorte. E, então, velai para que o Demônio, o Mundo e a Carne mão seduzam o vosso arbítrio, nem devastem a vossa alma. Velai até o fim e as tempestades poderão molhar-vos, mas não vos farão mal, e vós, carregados de frutos, ireis para o vosso Senhor receber o prêmio eterno.

(de Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs. 468 a 471)





OBS: Esta mensagem de Jesus me deu luz em muitas dúvidas. Abriu um caminho de compreensão a respeito das inúmeras ciladas que enfrentamos diariamente, mas que podem ser facilmente contornadas, desde de que estejamos com Deus no coração. Só mesmo você Jesus, poderia explicar de uma maneira tão doce e simples, um assunto tão complexo.(Antonio)

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