AS LÁGRIMAS DE JESUS
Depois
de falar a multidão em Juta...
As
pessoas vão saindo com pesar. Mas quando um menino, por primeiro, diz: “Senhor,
deixa que eu te beije a mão”, e Jesus consente, todos querem dar um beijo sobre
as carnes santas do Cordeiro.
São
beijos de crianças em seu rosto, beijos de velhos sobre as mãos, beijos de
mulheres em seus pés desnudos por entre a grama, e que se prosternam com
palavras de adeus e de bênção. Jesus, com paciência, os acolhe, e tem para
todos uma saudação particular.
Finalmente,
todos foram contentados... Só falta a família que o hospedou. Todos abraçam a
Jesus. E a Sara diz: “Não voltarás mais mesmo?”
“Não,
mulher. Nunca mais. Mas não estaremos separados. Meu amor estará sempre
contigo, convosco, e o vosso comigo. Não vos esquecereis de Mim, Eu o sei. Mas
Eu vos digo, mesmo nas horas mais terríveis, que estão para vir, não deis
acolhida à mentira, nem mesmo como a uma hóspede de passagem, ou como a uma
invasora imprevista... Dá-me cá o pequenino, Sara.”
A
mulher lhe entrega Jesai, e Jesus se assenta sobre a grama, com o pequenino no
colo, e fica falando com o rosto inclinado sobre os cabelinhos do pequeno: “Lembrai-vos sempre de que Eu sou o
Cordeiro que o Isaque vos ensinou a amar, até mesmo antes que me conhecêsseis.
E que um cordeiro é sempre inocente, como este menino, mesmo quando ele é
apresentado vestido com a pele de lobo, para fazê-lo passar por um malfeitor.
Lembrai-vos de que Eu sou ainda mais inocente do que este pequenino que, feliz
dele, por sua inocência e meninice, não poderá compreender a calúnia dos
homens, a respeito do seu Senhor. E por isso não ficará perturbado por ela...
mas continuará a honrar-me como agora...
Tende
um coração como ele, tende-o por cordeiro, considerai-o amigo, inocente como o
Salvador, que vos ama e abençoa de uma maneira toda especial.
Adeus,
Maria! Vem dar-me um beijo... Adeus Emanuel! Vem tu também... Adeus, Jesai,
cordeirinho do Cordeiro... Sede bons... Amai-me...”
“Tu
estás chorando, Senhor?”, pergunta espantada, a menina, vendo brilhar uma
lágrima, por entre os cílios de Jesus.
“Ele
está chorando?”, pergunta o marido de Sara.
“Tu
estás chorando, ó Mestre! Por que?”, pergunta a mulher.
“Não
vos entristeçais com o meu pranto. É amor e bênção... Adeus, Sara. Adeus,
homem. Vinde, como os outros, beijar o vosso amigo, que vai-se embora...”, e,
tendo recebido em suas mãos o beijo dos dois esposos, coloca de novo o menino
nos braços da mãe, abençoa de novo, e depois, determinado, começa a descida
pela mesma estradinha por onde veio.
As
palavras de adeus dos que ficam, o acompanham: profundas são as do homem,
comovidas as da mulher, gritadas as dos meninos, e vão até o pé da colina.
Depois vêem a torrente, seguindo a qual, eles tornam a subir, rumo ao norte, e
só ela é que continua a saudar o Mestre, que vai deixando para sempre as terras
de Juta.
(de
Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs, 250, 251)
OBS: O doce Jesus se despede dos
habitantes de Juta, pois já estava em seu terceiro ano de vida pública e já
próximo de sua hora. E se despedia com emoção dos lugares onde já sabia que não
voltaria mais. Principalmente onde era recebido por fiéis, amantes da verdade.
E assim o nosso amigo Jesus se despedia, com lágrimas nos olhos, e desejando
que todos nós continuemos a acreditar no que Ele sempre disse, que sejamos
homens de boa vontade em aceitar os preceitos de Deus e sua doutrina.
Estas lágrimas derramadas por
Jesus-Deus, tanto antes de sua crucificação, como depois, não tem outro nome
senão: SALVAÇÃO.
(Antonio C. Calciolari)
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