“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O DESEJO DE UMA VELHINHA DE SEGUIR JESUS


O DESEJO DE UMA VELHINHA DE SEGUIR JESUS



 Maria Salomé é acolhida como discípula.

 2 de maio de 1945.

Jesus está em uma casa que compreendo ser a de Tiago e João,  pelo que estão dizendo os que nela se encontram. Com Jesus, além dos dois apóstolos, estão Pedro e André, Simão Zelote, Iscariotes e Mateus. Os outros não os vejo. Tiago e João estão felizes. Vão e vêm entre a mãe deles e Jesus, como umas borboletas que não sabem qual a flor que hão de preferir, entre duas igualmente amadas, e Maria Salomé acaricia os seus dois rapagões, a cada vez que dela se aproximam, toda contente, enquanto Jesus sorri. Devem ter acabado de tomar a refeição, porque a mesa ainda está posta. Mas os dois querem que Jesus coma uns cachos de uva branca, tida em conserva pela mãe e que deve ser doce como o mel. O que é que eles não dariam a Jesus! Mas Salomé quer dar e receber alguma coisa que seja mais do que uvas e carícias. E depois de ter parado um pouco, pensativa, olhando para Jesus e olhando para Zebedeu, decide. Vai ao Mestre, que está sentado com as costas apoiadas na mesa e ajoelha-se diante Dele.
"Que queres, mulher?".
"Mestre, Tu decidiste que tua Mãe e a mãe de Tiago e Judas vão Contigo e também Susana vai, e certamente também a grande Joana de Cusa irá. Todas as mulheres que te veneram irão, se uma qualquer for. Eu quereria ir também. Leva-me, Jesus. Eu te servirei com amor".
 "Tu tens que cuidar do Zebedeu. Não o amas mais?".
"Oh! Se o amo! Mas eu amo mais a Ti. Oh! Não quero dizer que te amo como homem. Tenho sessenta anos e há quase quarenta que estou casada, e nunca vi outro homem, que não fosse o meu. Louca, agora que sou uma velha, não vou ficar. Nem, porém, pela velhice, morre o meu amor pelo meu Zebedeu. Mas Tu... Eu não sei falar. Sou uma pobre mulher. Falo como sei. E é isto, ao Zebedeu eu amo com tudo o que era antes. Mas a Ti eu amo com tudo aquilo que soubeste fazer vir em mim com as tuas palavras e com as que me foram ditas pelo Tiago e pelo João. E é uma coisa bem diferente... mas tão bela".
"Não será tão bela como o amor de um ótimo esposo".
 "Oh! Não. O é muito mais!... Oh! Não o leves a mal, Zebedeu! Eu te amo ainda com toda mim mesma. Mas a Ele eu amo com alguma coisa que é ainda Maria, mas que não é mais Maria, a pobre Maria tua esposa, mas é mais do que isto... Oh! eu nem sei explicar!". Jesus sorri para a mulher, que não quer ofender ao marido, mas não pode calar-se, diante do seu grande e novo amor. Também o Zebedeu sorri gravemente, aproximando-se da mulher que, continuando de joelhos, vira-se sobre si mesma para olhar, ao esposo e a Jesus. alternadamente.
"Mas sabes, Maria, que terás que deixar a tua casa? Tu, que aqui cuidas de tantas coisas! Os teus pombos... as tuas flores... e esta videira que produz aquela uva doce de que tanto te orgulhas... e as tuas colméias, as mais famosas do povoado... e não mais aquele tear, no qual fizeste tantos tecidos e tanta lã para os teus queridos... E os netinhos? Como farás, sem os teus pequenas netos?"
 "Oh! Mas meu Senhor! Que queres que sejam as paredes, os pombos, as flores, a videira, as colméias, o tear? Tudo isso são coisas boas, queridas, mas tão pequenas, comparadas a Ti e ao amor a Ti?! Os netinhos... é, sim. Será uma pena não poder fazê-los dormir no colo e ouvir que me estão chamando... mas Tu és mais! Oh! se és mais do que todas as coisas de que falaste! E, se elas, mesmo tomadas todas juntas, e por minha fraqueza, fossem tão queridas como Tu, ou mais do que seguir-te e servir-te, eu, chorando, as lançaria de lado com lágrimas de mulher, para seguir-te com o sorriso da minha alma.  Leva-me, Mestre. Dizei isto a Ele, vós, João e Tiago... e tu, meu esposo. Sede bons. Ajudai-me, vós todos! ".
 "Tudo bem. Irás tu também com as outras. Eu quis fazer-te meditar bem sobre o passado e o presente, sobre o que vais deixar e sobre o que vais assumir. Mas vem, Salomé. Já estás madura para entrar na minha família".
"Oh! Madura! Eu sou menos que uma criança! Mas Tu me perdoarás os erros e me segurarás pela mão. Tu... Porque, grosseira como eu sou, de tua Mãe e da Joana eu terei muita vergonha. De todos eu terei vergonha. Menos de Ti. Porque Tu és o Bom e tudo compreendes, de tudo tens dó, tudo perdoa".


( de Jesus à Valtorta, O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 2)

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