“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

MENSAGEM DE MARIA SANTÍSSIMA A MARIA VALTORTA


MENSAGEM DE MARIA SANTÍSSIMA A MARIA VALTORTA

OBS: Numa visão anterior, Valtorta havia visto os órfãos Maria e Matias pedindo comida na casa do fariseu Ismael, que negou ajuda. Porém Jesus vendo a grande injustiça com os pequenos faz um milagre em um pé de macieira, que de seco que estavam os galhos, de repente aparecem algumas maçãs que saciam a fome dos dois órfãos. Depois os acolhe e os abriga.

21 de Agosto de 1944.

“Maria, fala a Mãe. 
O meu Jesus falou da infância do espírito, um dos requisitos necessários para a conquista do Reino. Ontem eu te mostrei uma página da sua vida de Mestre. Tu viste meninos. Uns pobres meninos. Não havia outras coisas a dizer? Sim. E eu as vou te dizer. A ti, que eu quero tornar sempre mais querida para Jesus. É uma esfumatura, no quadro que falou ao teu espírito, para o espírito de muitos. Mas as esfumaturas, que fazem ficar bonito um quadro, são elas que revelam a capacidade do pintor e a sabedoria do observador. Eu quero fazer-te notar a humildade do meu Jesus.
Aquela pobre menina, em sua ignorante simplicidade, não trata de modo diferente o pecador, que tem um coração de pedra, e o meu Filho. Ela não entende o que é Rabi, nem o que é Messias. É pouco menos do que uma selvagem, que viveu nos campos, em uma casa onde desprezavam o Mestre, porque o fariseu Ismael desprezava o meu Jesus e, por isso, ela nunca ouviu falar dele, e nunca o tinha visto.
O pai e a mãe dela, alquebrados por um trabalho duro, que o cruel patrão exigia deles, não tinham tido tempo nem modo de levantar a cabeça dos torrões das glebas, que eles esboroavam. Talvez já tivessem ouvido, enquanto estavam ceifando o feno ou as messes, ou colhendo frutas e cachos de uvas, ou quebrando azeitonas no duro trabalho das moendas, algum clamor de hosanas e, então, terão levantado por um momento a cabeça cansada. Mas o medo e o cansaço terão feito abaixarem-se de novo aquelas cabeças, como sob um jugo. Eles tinham morrido, pensando que o mundo fosse somente ódio e dor. Enquanto que, pelo contrário, o mundo era amor e bem, desde quando os santíssimos pés do meu Jesus o passaram a calcar. Pobres servos de um patrão, eles morreram, sem terem encontrado, nem uma vez o olhar e o sorriso de meu Jesus, nem ouviram a sua palavra, que dava tal riqueza ao espírito que, por ela, os indigentes se sentiam com que enriquecidos e os esfaimados saciados, os doentes sãos e os que sofriam consolados.
Pois bem. Jesus não diz: “Eu, que sou o Senhor, te digo: Faze isto.” Ele se conserva anônimo.
E aquela pequena, tão ignorante que não compreendia nada, nem mesmo diante do milagre da macieira despojada até de folhas, mas que enche um dos seus ramos de maçãs para matar a fome deles, ela o continua a chamar “Senhor”, como chamava a Ismael de patrão e a Jacó de cruel. Ela se senta atraída pelo bom Senhor, pois a bondade sempre atrai. E mais nada. Ela o acompanha com confiança. E passa a amá-lo de repente, como por um instinto, pobre pequeno ser, perdido neste mundo, e numa ignorância desejada pelo mundo, do grande mundo dos poderosos e gozadores, que querem deter nas trevas os inferiores, a fim de poderem torturá-los à vontade e tirar deles o maior proveito.
Saberá, pois, quem era aquele “Senhor” que, pobre como ela, sem casa nem alimento, sem mãe, pois tudo havia deixado por amor aos homens, até daquela migalha de homem que era ela, pobre criatura ainda pequena, aquele Senhor que lhe havia dado frutos miraculosos, querendo tirar-lhe dos lábios e do coração o amargor da maldade humana, que cria o ódio dos miseráveis contra os poderosos, por meio de um fruto do Pai, não com um pedaço de pão oferecido tardiamente e que para ela teria tido sempre um sabor de dureza e de pranto.
Verdadeiramente aquelas maçãs recordavam a do Paraíso Terrestre. Um fruto que apareceu no ramo para o Bem e para o Mal, teria significado a redenção de todas as misérias e, antes de todas, a da ignorância de Deus para os dois orfãozinhos, e significando o castigo para aquele que, conhecendo já a Palavra, tinha agido como se não a conhecesse. Saberá pois da boa mulher que a acolheu em nome de Jesus, quem era Jesus, que para ela foi muitas vezes Salvador. Salvador da fome, das interpéries, dos perigos do mundo e da culpa original?
Mas para ela Jesus sempre teve a luz daquele dia, e naquela luz sempre lhe apareceu: o Senhor bom, de uma bondade incrível, o Senhor que tinha carícias e dons, o Senhor que tinha feito esquecer de que não tinha pai nem mãe, que estava sem casa e sem roupa, porque Ele é doce como uma mãe, e lhes havia dado um ninho em seu cansaço e uma coberta para a sua nudez, com a veste do seu peito e o seu manto e os de outras boas pessoas que estavam com Ele.
Uma luz paternal e suave, que não pereceu sob as ondas das lágrimas, nem mesmo quando ela ficou sabendo que Ele estava sendo atormentado sobre uma cruz, nem mesmo quando, como uma das pequenas fiéis da primitiva Igreja, ela viu em que se havia transformado o rosto do seu “Senhor”, debaixo das pancadas e dos espinhos, e quando pensou como estava Ele agora no Céu, à direita do Pai. Uma luz que lhe sorriu, em sua última hora na terra, conduzindo-a sem temor para o seu Salvador, uma luz que lhe sorriu de novo, e tão inefavelmente doce, no fulgor do Paraíso.
Jesus olha assim também para ti. Procura vê-lo sempre, como a tua longínqua homônima, e sê feliz por este amor dela. Sê simples, humilde, fiel como a pobre pequena Maria, que ficaste conhecendo. Vê até onde ela chegou, apesar de ser uma pobre e pequena ignorante de Israel: chegou ao Coração de Deus. O amor se lhe revelou, como a ti, e ela se tornou douta na verdadeira Sabedoria.
Tem fé, fica em paz. Não há miséria que o meu Filho não possa transformar em riqueza e não há solidão que Ele não possa preencher, como não há falta que Ele não possa cancelar. O passado não existe quando o amor o anula. Mesmo que tenha sido um passado horrendo. Queres tu temer, se não teve medo Dimas, o ladrão?
Ama, ama, e não tenhas medo de nada.
A Mãe te deixa a sua benção.


(O Evangelho como meu foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 5, pgs. 26 a 28)


A BONDADE ANDOU NA TERRA E SEU NOME ERA JESUS DE NAZARÉ


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