JESUS É O REMÉDIO DA
ALMA
Segundo ano da Vida pública de Jesus.
19 de abril de 1945.
“Senhor, que faremos com este?", pergunta Pedro a Jesus,
indicando o homem chamado José, que os segue, desde que deixaram Emaús e que
agora está ouvindo os dois filhos de Alfeu, que se ocupam particularmente dele.
"Eu já disse. Ele vai conosco até a Galiléia". "E
depois?...". "Depois... ele fica conosco. Verás que assim vai
acontecer". "Vai ser discípulo, ele também? Depois daquele fato que
sucedeu com ele?". "És fariseu, tu também?". "Eu não!
Mas... parece-me que os fariseus estão de olhos nele; até demais... ".
"E se eles o vêem conosco, vão dar-nos aborrecimentos. Tu quer dizer isto.
E então, pelo medo de sermos perturbados, deveriam deixar um filho de Abraão
entregue à desolação? Não, Simão Pedra. Ele é uma alma que se pode perder ou se
pode salvar, conforme o modo como for tratada a sua grande ferida".
"Mas os teus discípulos já não somos nós?...". Jesus olha para Pedro
e sorri amavelmente. Depois diz: "Um dia há muitos meses, Eu te disse:
"Muitos outros ainda virão...". O campo é vasto, muito vasto. Os
trabalhadores serão sempre insuficientes por causa da vastidão do campo... e
também porque muitos farão como Jonas: morrerão na aspereza do trabalho. Mas
vós sereis sempre os meus prediletos", termina Jesus, puxando para perto
de si o per turbado Pedro que, com esta promessa, se tranquiliza. "Então
ele vai conosco?". "Sim. Até que se fortaleça o seu coração, que está
envenenado de tanto ódio que teve que suportar. Está intoxicado".
Tiago e João, junto com André, alcançam também o Mestre e
escutam. " Vós não podeis avaliar o mal imenso que um homem pode fazer a
outro com a sua intransigência hostil. Eu vos peço que vos recordeis de que o
vosso Mestre sempre foi muito benigno para com os enfermos espirituais. Vós
pensais que os meus maiores milagres e minha principal virtude sejam
manifestador nas curas dos corpos. Não, amigos... Sim, vinde aqui também vós,
que estais na frente e vós que estais atrás de Mim. O caminho é largo e podemos
andar por ele em grupo". Todos se apertam Junto a Jesus, que prossegue:
"As minhas principais obras, as que mais testemunham a minha natureza e a
minha missão, que são olhadas com alegria pelo meu Pai, são as curas dos corações,
sejam elas curas de um ou mais vícios capitais, sejam desolações que abalam
aqueles que se persuadiram de que estão sendo punidos por Deus, abandonados por
Deus. Uma alma que perdeu esta certeza da ajuda de Deus, que é ela ainda? É
como uma trepadeira mirrada, que se arrasta no pó, não podendo mais agarrar-se
à ideia que era a sua força e a sua alegria. Viver sem esperança é um horror. A
vida, em suas asperezas, é bela, somente porque recebe estes raios de Sol
divino. Esta vida tem como meta aquele Sol. É tétrico o dia humano, molhado
pelo pranto, marcado pelo sangue? Sim. Mas depois teremos o Sol. Não haverá
mais dor, não mais separações, não mais asperezas, não mais ódios, não mais
misérias e solidões nem névoas opressoras. Mas luminosidade e canto, serenidade
e paz, mas Deus. Deus: o Sol eterno! Olhai como fica triste a terra, quando há
um eclipse. Se o homem tivesse que dizer: "O sol morreu", não lhe
pareceria estar sempre vivendo em um escuro hipogeu murado, sepultado, morto,
antes de morrer? Mas o homem sabe que, além daquele astro, que esconde o sol e
lança um ar fúnebre sobre o mundo, existe sempre o alegre sol de Deus. Assim é
o pensamento da união com Deus, durante toda a vida. Os homens ferem, roubam,
caluniam? Mas Deus cura, restitui, justifica. E com uma medida bem cheia. Os
homens dizem: "Deus te rejeitou"? Mas a alma tranquila pensa, deve
pensar: "Deus é justo e é bom. Ele vê as causas e é benigno. E o é ainda
mais do que o pode ser o mais benigno dos homens. Ele o é em grau infinito. Por
isso, não, Ele não me rejeitará, se, inclinando o rosto choroso sobre o seu
seio, eu lhe disser: 'Pai, só tenho a
Ti. Teu filho está aflito e abatido. Dá-me a tua paz..."'.
( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 2)
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