JESUS É DE TODOS
26 de abril de 1945.
Jesus caminha sozinho, passando rente a uma sebe de cactáceas
que, zombando de todas as outras árvores despidas, brilham ao sol com suas
pazinhas gordas e espinhosas, sobre as quais ficou ainda um ou outro fruto ao
qual o tempo deu uma cor vermelho tijolo e sobre as quais já vêm sorrindo
alguma precoce flor, com seu amarelo pincelado de cinabre. Atrás, os apóstolos
cochicham entre eles, e não me parece que estejam fazendo propriamente elogios
ao Mestre. O qual, em certo momento, vira-se de repente e diz:
"Quem olha para os ventos, não semeia e quem fica
olhando para as nuvens, nunca irá fazer a colheita". É um provérbio
antigo. Mas Eu o sigo. E vós estais vendo que, onde tínheis medo de encontrar
ventos contrários e nem queríeis parar, Eu encontrei terreno e modo de semear.
E não obstante as "vossas" nuvens que, seja-vos dito, não é bom que
as fiqueis mostrando onde a Misericórdia quer mostrar o seu sol, estou certo de
já ter feito uma colheita".
"No entanto, ninguém te pediu um milagre. É uma fé muito
estranha a que eles têm em Ti!"
"E crês tu, Tomé, que só o pedido de um milagre já prove
que há fé? Estás enganado. É tudo ao contrário. Quem quer um milagre para poder
crer, é sinal de que, sem o milagre, que é uma prova palpável, ele não
acreditaria. Ao invés, aquele que diz: "Eu creio", só pela palavra de
outrem, mostra a máxima fé".
"De modo, então,
que os samaritanos são melhores do que nós!".
"Não digo isto. Mas na condição em que estão de
rebaixamento espiritual, mostraram uma capacidade de entender a Deus muito
superior à dos fiéis da Palestina. Encontrareis isso muitas vezes em vossa
vida, e Eu vos peço, recordai-vos também deste episódio para saberdes
controlar-vos, sem preconceitos para com as almas que virão à fé no
Cristo".
(de Jesus à Valtorta, O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 2)
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