“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A EXPLICAÇÃO DE JESUS SOBRE A PARÁBOLA DO SEMEADOR

                                    UM SEMEADOR SAIU PARA SEMEAR



A EXPLICAÇÃO DE JESUS SOBRE A PARÁBOLA DO SEMEADOR



Agora, ouvi o sentido da parábola.

Temos quatro espécies de campos: os férteis, os espinhosos, os pedregosos e os cheios de trilhas. E temos também quatro espécies de espíritos. Temos os espíritos honestos, os espíritos de boa vontade, preparados por ela e pelos bons trabalhos de um apóstolo, de um "verdadeiro" apóstolo; por que há apóstolos que tem o nome, mas não o espírito de apóstolos, e estes são mais mortíferos para as vontades em formação, do que os passarinhos, os espinhos e as pedras. Eles fazem uma tal desordem com as suas intransigências, com as suas pressas, com as suas censuras, com suas ameaças, que afastam para sempre de Deus. Outros são o oposto com uma regra contínua de benignidades intempestivas, fazem murchar as sementes em um terreno frouxo demais. Com sua desvirilização, desvirilizam as almas de que cuidam. Mas fiquemos com os verdadeiros apóstolos, isto é, com os de Deus. Esses são paternais, misericordiosos, e, ao mesmo tempo, fortes como é o seu Senhor. Pois bem. Os espíritos preparados por estes e pela sua própria boa vontade, são comparáveis aos campos férteis, limpos de pedras e espinhos, sem grama e joio, e neles prospera a palavra de Deus, e toda palavra - uma semente - cria haste e espiga, dando aqui cem, ali sessenta e mais uns trinta por cento. Entre estes que Me seguem, haverá destes? Certamente. E serão santos. Entre eles haverá pessoas de todas as castas e de todos os lugares, e até pagãos há, e que darão cem por cento pela sua boa vontade, unicamente por ela, ou então, pela deles e a de um apóstolo ou discípulo que os prepara. Os campos espinhosos são aqueles nos quais o descuido deixou penetrar os espinhosos enredos dos interesses pessoais, que sufocam a boa somente. É preciso que se vigie sempre, sempre, sempre. Não digas nunca: "Oh! Eu já estou formado, semeado, e por isso, posso ficar tranquilo, que hei de dar semente de vida eterna." É preciso que se vigie: a luta entre o Bem e o Mal é continua.
Já tereis observado uma tribo de formigas que quer fazer seu ninho em uma casa? Agora elas estão em cima do fogão. A mulher não deixa mais as comidas lá, mas as coloca na mesa; e elas, então, farejam o ar, e vão dar um assalto à mesa. A mulher põe as comidas no guarda-comida, e elas, pelo buraco da fechadura, passam para dentro do guarda-comida. A mulher pendura no forro as suas provisões, e elas fazem um comprido trilho ao longo das paredes e dos sarrafos, descem pela corda e comem. A mulher as queima, escalda, envenena. Depois disso fica sossegada, pensando ter acabado com elas. Oh! Se não se vigia, que surpresa! Aí vêm vindo as últimas que nasceram, e vamos começar tudo de novo. Assim é, enquanto se vive. É preciso que se vigie para extirpar as plantas daninhas, logo que germinam. Caso contrário, elas formam uma coberta de espinheiros e sufocam o trigo. Os cuidados com as coisas do mundo e o engano das riquezas criam o enredo, sufocam a planta da semente de Deus, e não deixam que ela produza espiga.
Eis agora os campos cheios de pedras. Quantos deles haverá em Israel! São aqueles que pertencem aos "filhos das leis", como disse o meu irmão Judas com muita exatidão. Neles não esta a pedra única do Testemunho, não está a Pedra da Lei. Neles há o pedregal das pequenas, pobres e humanas leis criadas pelos homens. São tantas, que o peso delas transforma em cacos a Pedra da Lei. E uma ruína que impede qualquer enraizamento de semente. A raiz não é mais nutrida. Não há terra. Não há seiva. A água a faz murchar, porque está sobre um pavimento de seixos, o Sol enche de forte calor aqueles seixos, e queima as plantinhas. São os espíritos dos substituidores da simples doutrina de Deus por suas complicadas doutrinas humanas. Eles até que recebem com alegria a minha palavra. No momento ficam emocionados e seduzidos por ela. Mas depois... Precisa um esforço heróico para aplainar e limpar o campo, a alma e a mente de todo aquele pedregal de retóricos. Só assim a semente criaria raiz e se tornaria uma planta vigorosa. Mas assim como está... não produz nada. Basta um simples medo de represálias humanas. Basta esta reflexão: "E depois? Que me farão por isso os homens poderosos?" E a pobre semente, não nutrida, fica agonizante. Basta que todo aquele pedregal comece a agitar-se com seu som vazio de centenas e centenas de preceitos, que tomaram o lugar do Preceito, para que logo o homem pereça junto com a semente recebida... Israel está cheio desses. Isto vem explicar-nos como é a vida. Deus é uma coisa que está na razão inversa da potência humana.
Como últimos, estão os campos cheios de trilhas, de poeira e desnudos. São os campos dos mundanos, dos egoístas. A comodidade é a lei deles, e o prazer é o seu fim. Nada de canseiras, mas dormir, rir, comer... O espírito do mundo reina sobre estes. A poeira do mundanismo cobre o terreno deles, que se torna, então, um terriço. Os passarinhos, ou seja, as dissipações, precipitam-se sobre os mil caminhos abertos para tornar mais fácil a vida. O espírito do mundo, isto é, o Maligno, bica e destrói todas as sementes que caem neste terreno, pois ele está aberto a todas as sensualidades e leviandades.
 Entendestes?


(o Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 3)

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