“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OS SACRAMENTOS


JESUS RESSUSCITADO FALA AOS APÓSTOLOS SOBRE OS SACRAMENTOS

Jesus diz:

“Prestai-me toda a vossa atenção, porque Eu vou dizer-vos coisas de importância. Por enquanto, vós não as entendereis todas, nem as entendereis bem. Mas Aquele que virá depois de Mim vo-las fará compreender. Escutai portanto.
Nenhum de vós está convencido de que, sem a ajuda de Deus, o homem peca facilmente, pois é muito fraca a sua constituição, que ficou enfraquecida pelo Pecado. Por isso, Eu seria um Redentor imprudente se, depois de ter-vos dado tantas coisas para vos redimir, não vos desse também os meios para conservar-vos com os frutos do meu Sacrifício.
Vós sabeis que toda a facilidade para pecar vem da Culpa que, privando os homens da Graça, ainda os despoja de sua fortaleza, que é a união pela Graça. Vós dissestes: “Mas Tu nos deste a graça.” Não. Ela foi dada aos justos até à minha morte. Para dá-la aos futuros, há necessidade de um meio. É um meio que não será somente uma figura ritual, mas que imprimirá verdadeiramente, é quem recebe o caráter real de filhos, como eram Adão e Eva, cuja alma, vivificada pela graça, possuía dons excelsos dados por Deus à criatura bem amada.
Vós bem sabeis o que o homem tinha e o que o homem perdeu. Agora, pelo meu Sacrifício, as portas da Graça estão reabertas, e o rio dela poderdes ver para todos aqueles que a pedem por amor a Mim. Porque os homens terão o sinal de filhos de Deus pelos méritos do Primogênito entre os homens, desde que vos está falando, o vosso Redentor, vosso Pontífice eterno, vosso Irmão da parte do Pai e vosso Mestre. Será de Jesus Cristo e por Jesus Cristo que os homens presentes e futuros poderão possuir o Céu e gozar de Deus, até o último homem.
Até agora, mesmo os justos mais justos, ainda que circuncidados, como filhos do povo eleito, não podiam chegar a este fim. Consideradas por Deus as suas virtudes, estão preparados os lugares deles nos Céus, mas ainda fechados os mesmos, e negados ainda para o gozo de Deus, porque em suas almas a culpa Original e nenhuma ação, por santa que fosse, poderia destruí-la, já que não se pode entrar no Céu com raízes e ramos de uma árvore tão maléfica, pois ao lado dos canteiros benditos e floridos com todas as virtudes, estava também a árvore maldita da culpa e nenhuma por mais santa que fosse, podia destruí-la. No dia de Parasceve, o suspiro dos Patriarcas e Profetas e de todos os justos de Israel, se aplacou na alegria da Redenção cumprida, e as almas mais cândidas do que a neve da montanha, em tudo o que consistia a virtude delas, perderam também a única mancha que as separava do Céu.
Mas o mundo continua. Gerações e mais gerações surgem, e surgirão. Povos e mais povos irão a Cristo. Pode Cristo morrer para cada nova geração para salvá-la, ou para cada povo que a Ele vá? Não. O Cristo morreu uma vez e não morrerá mais, nunca mais porem, então, essas gerações, esses povos, tornam-se sábios pela minha palavra, mas não podem possuir o Céu e gozar de Deus, porque estão manchados pela mancha original? Também não. Isso não seria justo, nem para com eles, pois também seria vão o amor deles para comigo, e nem para comigo, pois por muito poucos Eu teria sido morto. E, então? Como conciliar essas diferentes coisas? Qual o milagre novo que o Cristo fará, o Cristo que já fez tantos, antes de deixar o mudo a fim de ir para o Céu, depois de ter amado os homens, até o ponto de querer morrer por eles?
Um milagre Ele já o fez, deixando-vos o seu Corpo e o seu Sangue como alimento fortificante, e para lembrança do seu amor, dando-nos a ordem de fazer o que Eu fiz, para deixar uma lembrança de Mim, e como um meio santificador para os discípulos dos discípulos, até o fim dos séculos.
Mas, naquela tarde, vós já estando purificados externamente, estais lembrados do que foi que Eu fiz? Eu cingi uma toalha, e vos lavei os pés, e a um de vós, que se escandalizava com aquele gesto tão aviltante. Eu disse: “Se Eu não te lavar, não terás parte comigo”. Vós não compreenderam que é que Eu queria dizer, e de que é que Eu estava falando, e a que símbolo me referia. Mas agora Eu vo-lo digo.
Além de ter-vos ensinado a humildade e a necessidade de ser puros para poderdes entrar no meu Reino e poderdes fazer parte dele, além de ter-vos benignamente a observar que de um que é justo, e por isso puro no espírito, na inteligência, Deus dele exige unicamente um último banho a parte que necessariamente é a mais fácil para contaminar-se, até nos justos, porque somente pela poeira, que a necessária convivência entre os homens espalha sobre os membros limpos, sobre a carne, Eu ensinei uma outra coisa.
A vós Eu vos lavei os pés, a parte mais baixa do corpo, a que vai da lama para a poeira, algumas vezes está no meio das sujeiras, para significar a carne, a parte material do homem, naqueles que são sem a Mancha de origem, ou, por obra de Deus, ou pela natureza divina, algumas imperfeições, muitas vezes até mesmo pequenas, a tal ponto que só Deus as vê, mas que, em verdade é preciso vigiar, antes que se tornem fortes, tornem-se hábitos naturais, e seja necessário extirpá-los.
Portanto, Eu vos lavei os pés. Quando? Antes de repartir o pão e o vinho, de transubstanciá-los no meu Corpo e no meu Sangue. Porque? Porque Eu sou o Cordeiro de Deus, e não posso descer onde Satanás tem o seu sinal. Por isso é que antes Eu vos lavei. Por Mim mesmo fui entregue a vós. Também vós lavareis com o Batismo àqueles que virão a Mim, para que não recebam indignamente o meu Corpo e, este não se mude para eles em uma tremenda condenação à morte.
Vós estais desanimados. Tomai cuidado. Em vossos olhares estais perguntando: “E Judas, então?” Eu vos digo: “Judas comeu sua morte.” O supremo ato de amor não lhe tocou o coração. A última tentativa de seu Mestre esbarrou na pedra do coração dele, e aquela pedra, em vez de Tau, tinha gravada a horrenda sigla de Satanás, o sinal da Besta.
Por isso é que vos lavei, antes de admitir-vos ao banquete Eucarístico, antes de ouvir a confusão dos vossos pecados, antes de infundir-vos o Espírito Santo, e assim, o caráter de verdadeiros cristãos, reconfirmados pela Graça e como Sacerdotes meus. Portanto, seja assim feito com os outros que vós deveis preparar para a vida cristã.
Batizai com a água, em Nome de Deus Uno e Trino, e ao meu Nome, e, pelos meus méritos infinitos, a fim de que seja cancelada nos corações a Culpa de origem, perdoados os pecados, infundida a Graça e as Santas Virtudes, e o Espírito Santo possa descer e fazer sua morada nos Templos consagrados, que serão os corpos dos homens vivos à graça do Senhor.
Era necessária a água para anular o pecado? A água não toca na alma, não. Mas também o sinal imaterial não toca na vista do homem, que é tão material em todas as suas ações. Bem que Eu podia infundir a vida até sem meios visíveis. Mas, quem teria acreditado? Quantos são os homens que sabem crer firmemente, se não virem? Apanhai pois da antiga Lei mosaica, a água lustral, usada para purificar os imundos e admiti-los de novo, depois que eles se contaminaram com um cadáver, nos acampamentos. Em verdade, cada homem que nasce está contaminado, tendo tido contacto com uma alma morta para a Graça. Seja, pois, com água lustral purificada do contacto imundo, e tornada digna de entrar no Templo eterno.
E considerai de muito valor a água. Depois de ter expiado e redimido com trinta e três anos de uma vida afadigada, que culminou na Paixão, depois de ter dado todo o meu Sangue pelos pecados dos homens, eis que do Corpo esvaído em Sangue e esgotado do Mestre foram ainda tiradas as águas salutares para lavarem a Culpa Original. Com o Sacrifício consumado. Eu vos redimi daquela mancha. Se sobre as soleiras desta vida um meu milagre divino me tivesse feito descer da Cruz, na verdade Eu vos digo que pelo Sangue derramado, Eu teria limpado as culpas, mas não a Culpa. Para essa foi necessária a consumação total. E, e, verdade, as águas salutares das quais fala Ezequiel, saíram deste meu Lado. Mergulhai nele as almas, que elas saiam dele sem manchas para receberem o Espírito Santo que, e, memória daquele sopro, que o Criador deu sobre o rosto de Adão, para dar-lhe uma alma e portanto a imagem e semelhança com Ele, tornará a assoprar e a habitar nos corações dos homens redimidos.
 Batizai com o meu Batismo, mas em nome do Deus Trino, pois em verdade, se o Pai não houvesse querido, e o Espírito operado, o Verbo não se teria encarnado,e vós não teríeis tido Redenção. E por isto justo e de dever é que cada homem receba a vida daqueles que se uniram querendo doar-lhe, e que se chamam o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, quando nós fomos batizados, e que, tomará o nome de cristão, para diferenciá-lo de outros passados ou futuros, os quais serão ritos, mas não sinais indeléveis sobre a parte imortal.
E tomai o Pão e o Vinho, do modo como Eu fiz, e em meu Nome abençoai-os, parti-os e distribuí-os, e que se nutram os cristãos de Mim. E, ainda, do Pão e do Vinho fazei uma oferta ao Pai dos Céus, consumando-a depois, em memória do Sacrifício, que Eu ofereci e consumei sobre a Cruz para a vossa salvação. Eu, Sacerdote e Vítima, por Mim mesmo me ofereci e consumi, não podendo alguém, onde Eu não o tivesse querido, fazer isso de Mim. Vós, meus Sacerdotes, fazei isso em memória de Mim, e para os tesouros infinitos do meu Sacrifício subam impenetráveis a Deus, e desçam propícios sobre todos aqueles que os invocam com fé firme.
Fé firme Eu disse. Não se exige ciência para se fruir do alimento e do Sacrifício Eucarístico, mas, sim, fé. Uma fé de que naquele Pão e naquele vinho virão que um, autorizado por Mim e por aqueles que depois de Mim virão --- vós, tu Pedro, o Pontífice novo da Nova Igreja, e tu, Tiago de Alfeu, e tu, João, tu André, Simão, tu, Filipe, tu, Bartolomeu, tu, Tomé, tu, Judas Tadeu, tu, Mateus, tu, Tiago de Zebedeu --- consagrarás em meu Nome o meu verdadeiro Corpo, o meu verdadeiro Sangue, e quem com eles se alimenta Me recebe em minha Carne, Sangue, Alma e Divindade e quem me oferece realmente, oferece Jesus Cristo, como Ele se ofereceu pelos pecados do mundo. Um menino ou um ignorante pode receber-me assim como um douto ou um adulto. E, tanto o menino, como o ignorante terão iguais benefícios pelo Sacrifício oferecido daquilo que qualquer de vós tiver. Basta que neles haja fé firme e a Graça do Senhor.
Mas vós estais para receber um novo Batismo: o do Espírito Santo. Eu vo-lo prometi, e Ele vos será dado, o próprio Espírito Santo descerá sobre vós; E Eu vos direi quando. Vós estareis cheios dele na plenitude dos dons sacerdotais. Podereis, então, assim como Eu fiz convosco na graça os cristãos e infundir neles os dons do Paráclito. Sacramento régio, pouco inferior ao Sacerdócio, que ele tenha a solenidade das consagrações mosaicas, com a imposição das mãos e a unção com óleo perfumado, que e, outros tempos foi usado para consagrar os sacerdotes.
Não. Não ficareis olhando-vos uns aos outros, assim espantados. Eu não digo palavras sacrílegas. Nem vos ensino atos sacrílegos. A dignidade do cristão é tão grande, que Eu vo-lo repito, é pouco inferior ao sacerdócio. Onde é que vivem os sacerdotes? No Templo. E um cristão será um templo vivo. Que é que fazem os sacerdotes? Servem a Deus com suas orações, com os sacrifícios, e com a cura dos fiéis. Assim é que teriam devido fazer. E o cristão servirá a Deus com a oração, com o sacrifício e a caridade fraterna.
E ouvireis a confissão dos pecados, assim como Eu ouvi as vossas e as de muitos, e perdoei ao ver o vosso arrependimento.
Estais agitados? Por quê? Tendes medo de não saberdes distinguir? Eu já falei outras vezes sobre o pecado e sobre o julgamento do pecado. Mas, ao julgardes, lembrai-vos de meditar nas sete condições, pelas quais uma ação pode ser ou não ser pecado e de gravidade diversa. Eu as resumo. Quando se pecou, e quantas vezes, quem foi que pecou, com quem, qual a matéria do pecado, qual  causa e por que é que se pecou. Mas vós não temais. O Espírito Santo vos ajudará.
O que Eu com todo o meu coração vos recomendo que observeis é uma vida santa. Ela aumentará de tal modo em vós as luzes sobrenaturais, que chegareis a ler sem erro no coração dos homens, e podereis com amor e com autoridade, dizer aos pecadores temerosos de revelar suas culpas, e rebeldes em confessá-las o estado de seus corações, ajudando os tímidos e humilhando os impenitentes. Lembrai-vos de que a Terra perde o seu Absolvedor, e que vós deveis ser o que Eu era: justo, paciente, misericordioso, mas não fraco. Eu vos disse: “o que desligardes na Terra, estará desligado no Céu, e o que ligardes aqui será ligado no Céu.” Por isso, com uma prudente reflexão, julgai cada homem, sem deixar-vos corromper por simpatias ou antipatias, por presentes ou por ameaças, sendo imparciais em tudo e para com todos, como é Deus, tendo presente a fraqueza do homem e as insídias dos seus inimigos.
Eu vos recordo que as vezes Deus permite até as quedas dos seus eleitos, não porque a Ele agrade vê-los cair, mas porque de uma queda pode vir um bem futuro maior. Estendei, pois, a mão a quem cai, porque não sabeis se aquela queda poderá ser a crise final de um mal que vai morrer para sempre, deixando no sangue uma purificação redunda em saúde, e, em nosso caso, que redunda em santidade.
Mas ao contrário, sede severos para com aqueles que não tiverem respeito para com meu Sangue, e que com a alma, que acabou de ser limpada pelo banho divino, vão-se jogar na lama, uma vez e cem vezes. Não os amaldiçoeis, mas sede severos, exortai-os, setenta vezes sete, e recorrei ao castigo extremo de separá-los do povo eleito, somente quando a pertinácia deles em uma culpa que está escandalizando os irmãos, vos obriga a agir para não vos tornardes cúmplices de suas ações. Lembrai-vos daquilo que Eu disse: “Se o teu irmão pecou, corrige-o entre ti e ele somente. Se ele não te ouve, corrige-o na presença de duas ou três testemunhas. E, se não basta isso, leva o caso ao conhecimento da Igreja. E, se ele não dá ouvidos nem a ela, considera-o, então como um gentio e um publicano.


(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10)

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