JESUS ENSINA OS RITOS DO MISSAL AOS
APÓSTOLOS
E,
enquanto eles estão assim discutindo, o Senhor aparece no começo da pequena
área, e saúda: “A paz esteja convosco.”
Todos
se põem de pé e o barulho serve de aviso para as mulheres sobre o que está
acontecendo. E eles vão sair, mas Jesus entra na casa, saudando as mulheres
também.
Maria
diz: “Meu Filho!”, e o venera mais profundamente do que todos, ensinando com
aquele gesto que, por mais que Jesus possa ser amigo, amigo e parente, a ponto
de ser até filho, Ele sempre é Deus, e, como Deus há de ser venerado. Venerado
sempre em espírito de adoração, mesmo que o seu amor por nós seja tão generoso,
a ponto de fazer que Ele permita que, com toda a confiança, o tratemos como
Irmão e Esposo nosso.
“A
paz a ti, minha Mãe. Sentai-vos, comei. Eu vou lá para cima, onde Marziam está
esperando o seu prêmio.”
Depois
Jesus torna a sair, para poder subir pela escadinha, e chama em voz alta:
“Simão Pedro e Tiago do Alfeu, vinde cá.”
Os
dois chamados sobem atrás dele, e Jesus vai sentar-se à mesa do centro, onde
está o Marziam, dizendo aos dois apóstolos: “Vós fareis o que Eu vos disser”, e
ao chefe da mesa, que é o Matias: “Começa o banquete pascal.”
Jesus
nesta tarde tem o Marziam a seu lado, no lugar onde estava o João na outra vez.
O Pedro e o Tiago estão atrás das costas do Senhor, esperando suas ordens.
E,
com o mesmo ritual da Ceia pascal, esta se realiza: os hinos, as perguntas, as
libações. Não sei se nas outras mesas será a mesma coisa. Lá onde está Jesus e
que eu presto atenção, a não ser que algum desejo dele me obrigue a ver outra
coisa, e que de tudo eu me esqueça para contemplar o meu Senhor, oferecendo os
melhores pedaços do seu cordeiro. Ele o recebeu sobre um prato, mas dele não
come, nem se serve de alface, nem do molho, nem bebe do Cálice --- mas agora
está oferecendo os melhores pedaços ao Marziam, que se sente completamente
feliz.
Jesus
no princípio fez um sinal ao Pedro, para que se inclinasse a fim de ouvi-lo, e
o Pedro, depois de tê-lo ouvido, disse em voz alta: “Neste momento o Senhor ofereceu por todos nós o Cálice, sendo Pai e Chefe de sua Família.”
Agora
Ele fez um novo sinal ao Pedro, que de novo o ouve, e depois se levanta para
dizer: “Neste ponto o Senhor se cingiu,
para purificar-nos e ensinar-nos como nós mesmos devemos fazer para consumar dignamente o Sacrifício
Eucarístico.”
A
ceia continua até que, a um outro sinal feito ao Pedro, ele dia ainda: “Neste
momento, o Senhor pegou o pão e o vinho, os ofereceu e, orando, os abençoou e,
dividindo-os em partes, as distribuiu a nós, dizendo: “Este é o meu Corpo e este é o meu Sangue do Novo e Eterno Testamento,
que por vós e por muitos será derramado, em remissão dos pecados.”
Jesus
se põe de pé. Ele está sumamente majestoso. E ordena ao Pedro e ao Tiago que
pegue um pão e o parta em pequenos pedaços, e que encha de vinho um cálice, o
maior que houver sobre as mesas. Eles obedecem, e ficam segurando diante dele o
pão e o vinho, e Jesus estende sobre eles as suas mãos, rezando, sem nenhum
outro gesto, a não ser um olhar de extasiado.
“Distribuí os pedaços do pão partido e
oferecei o cálice fraternal. Todas as vezes que assim fizerdes, vós o fareis em
memória de Mim.”
Os
dois apóstolos obedecem, cheios de veneração...
Jesus,
enquanto está sendo feita a distribuição das Espécies, desce até as mulheres.
Eu penso, mas eu não vejo, porque não entro aonde elas estão, e dá a Comunhão à
sua própria Mãe.
Eu
tenho um pensamento. Não sei se ele corresponde à verdade. É que eu não
entenderia porque Ele teria ido até lá, a não ser para fazer isso.
Depois
Ele vai para o terraço. Mas não se assenta mais. E a Ceia chega ao fim. Ele
diz: “Tudo foi consumado?”
“Tudo está consumado, Senhor.”
“Foi
assim que Eu fiz sobre a Cruz. Levantai-vos. Vamos rezar.”
Ele estende os braços, como se estivesse
na Cruz, e entoa a oração do Pai-Nosso.
Não
sei porque é que estou chorando. Penso que talvez seja a última vez que eu ouço
rezar esta oração. E, como nenhum pintor poderá nunca dar-nos a verdadeira
efígie de Jesus, assim também nenhum por mais santo que seja, poderá dizer, tão
virilmente e docemente ao mesmo tempo, o Pai-Nosso. Eu guardarei sempre uma
grande saudade desses Pais Nossos ouvidos por Jesus, um verdadeiro colóquio da
alma com o Pai muito amado e adorado pelos Céus, esse grito de honra, de
obediência, de fé, de submissão, de humildade, de misericórdia, de desejo,
confiança... e tudo!
“Ide! E a Graça do Senhor esteja em
todos vós e a sua paz vos acompanhe”,
diz Jesus, despedindo-se deles. E se despede em um fulgor de luz que supera de
muito o clarão da Lua, quando cheia, que está alta sobre o Monte das Oliveiras
silencioso, e o das lâmpadas acesas colocadas sobre a mesa.
Não
se ouve mais uma voz. Há lágrimas nos rostos, adorações nos corações... e nada
mais... A noite está presenciando e conhecendo, juntamente com os anjos, as
palpitações daqueles benditos corações.
(
O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10. Pgs. 402,403,404)
OBS: Valtorta dizia em outros trechos
que, o som da voz de Jesus era como o bronze, ecoava pelo ar com uma beleza
sonora indescritível. Também conclui que somente um Deus poderia ter tal timbre
de voz, tão possante a ponto de fazer-se ouvir por multidões.
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