“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

JESUS ENSINA OS RITOS DO MISSAL AOS APÓSTOLOS


JESUS ENSINA OS RITOS DO MISSAL AOS APÓSTOLOS

E, enquanto eles estão assim discutindo, o Senhor aparece no começo da pequena área, e saúda: “A paz esteja convosco.”
Todos se põem de pé e o barulho serve de aviso para as mulheres sobre o que está acontecendo. E eles vão sair, mas Jesus entra na casa, saudando as mulheres também.
Maria diz: “Meu Filho!”, e o venera mais profundamente do que todos, ensinando com aquele gesto que, por mais que Jesus possa ser amigo, amigo e parente, a ponto de ser até filho, Ele sempre é Deus, e, como Deus há de ser venerado. Venerado sempre em espírito de adoração, mesmo que o seu amor por nós seja tão generoso, a ponto de fazer que Ele permita que, com toda a confiança, o tratemos como Irmão e Esposo nosso.
“A paz a ti, minha Mãe. Sentai-vos, comei. Eu vou lá para cima, onde Marziam está esperando o seu prêmio.”
Depois Jesus torna a sair, para poder subir pela escadinha, e chama em voz alta: “Simão Pedro e Tiago do Alfeu, vinde cá.”
Os dois chamados sobem atrás dele, e Jesus vai sentar-se à mesa do centro, onde está o Marziam, dizendo aos dois apóstolos: “Vós fareis o que Eu vos disser”, e ao chefe da mesa, que é o Matias: “Começa o banquete pascal.”
Jesus nesta tarde tem o Marziam a seu lado, no lugar onde estava o João na outra vez. O Pedro e o Tiago estão atrás das costas do Senhor, esperando suas ordens.
E, com o mesmo ritual da Ceia pascal, esta se realiza: os hinos, as perguntas, as libações. Não sei se nas outras mesas será a mesma coisa. Lá onde está Jesus e que eu presto atenção, a não ser que algum desejo dele me obrigue a ver outra coisa, e que de tudo eu me esqueça para contemplar o meu Senhor, oferecendo os melhores pedaços do seu cordeiro. Ele o recebeu sobre um prato, mas dele não come, nem se serve de alface, nem do molho, nem bebe do Cálice --- mas agora está oferecendo os melhores pedaços ao Marziam, que se sente completamente feliz.
Jesus no princípio fez um sinal ao Pedro, para que se inclinasse a fim de ouvi-lo, e o Pedro, depois de tê-lo ouvido, disse em voz alta: “Neste momento o Senhor ofereceu por todos nós o Cálice, sendo Pai e Chefe de sua Família.”
Agora Ele fez um novo sinal ao Pedro, que de novo o ouve, e depois se levanta para dizer: “Neste ponto o Senhor se cingiu, para purificar-nos e ensinar-nos como nós mesmos devemos fazer para consumar dignamente o Sacrifício Eucarístico.”
A ceia continua até que, a um outro sinal feito ao Pedro, ele dia ainda: “Neste momento, o Senhor pegou o pão e o vinho, os ofereceu e, orando, os abençoou e, dividindo-os em partes, as distribuiu a nós, dizendo: “Este é o meu Corpo e este é o meu Sangue do Novo e Eterno Testamento, que por vós e por muitos será derramado, em remissão dos pecados.”
Jesus se põe de pé. Ele está sumamente majestoso. E ordena ao Pedro e ao Tiago que pegue um pão e o parta em pequenos pedaços, e que encha de vinho um cálice, o maior que houver sobre as mesas. Eles obedecem, e ficam segurando diante dele o pão e o vinho, e Jesus estende sobre eles as suas mãos, rezando, sem nenhum outro gesto, a não ser um olhar de extasiado.
“Distribuí os pedaços do pão partido e oferecei o cálice fraternal. Todas as vezes que assim fizerdes, vós o fareis em memória de Mim.”
Os dois apóstolos obedecem, cheios de veneração...
Jesus, enquanto está sendo feita a distribuição das Espécies, desce até as mulheres. Eu penso, mas eu não vejo, porque não entro aonde elas estão, e dá a Comunhão à sua própria Mãe.
Eu tenho um pensamento. Não sei se ele corresponde à verdade. É que eu não entenderia porque Ele teria ido até lá, a não ser para fazer isso.
Depois Ele vai para o terraço. Mas não se assenta mais. E a Ceia chega ao fim. Ele diz: “Tudo foi consumado?”
“Tudo está consumado, Senhor.”
“Foi assim que Eu fiz sobre a Cruz. Levantai-vos. Vamos rezar.”
Ele estende os braços, como se estivesse na Cruz, e entoa a oração do Pai-Nosso.
Não sei porque é que estou chorando. Penso que talvez seja a última vez que eu ouço rezar esta oração. E, como nenhum pintor poderá nunca dar-nos a verdadeira efígie de Jesus, assim também nenhum por mais santo que seja, poderá dizer, tão virilmente e docemente ao mesmo tempo, o Pai-Nosso. Eu guardarei sempre uma grande saudade desses Pais Nossos ouvidos por Jesus, um verdadeiro colóquio da alma com o Pai muito amado e adorado pelos Céus, esse grito de honra, de obediência, de fé, de submissão, de humildade, de misericórdia, de desejo, confiança... e tudo!
“Ide! E a Graça do Senhor esteja em todos vós e a sua paz vos acompanhe”, diz Jesus, despedindo-se deles. E se despede em um fulgor de luz que supera de muito o clarão da Lua, quando cheia, que está alta sobre o Monte das Oliveiras silencioso, e o das lâmpadas acesas colocadas sobre a mesa.
Não se ouve mais uma voz. Há lágrimas nos rostos, adorações nos corações... e nada mais... A noite está presenciando e conhecendo, juntamente com os anjos, as palpitações daqueles benditos corações.

( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10. Pgs. 402,403,404)



OBS: Valtorta dizia em outros trechos que, o som da voz de Jesus era como o bronze, ecoava pelo ar com uma beleza sonora indescritível. Também conclui que somente um Deus poderia ter tal timbre de voz, tão possante a ponto de fazer-se ouvir por multidões.

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