“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A APARIÇÃO DE JESUS RESSUSCITADO NO MONTE TABOR À MAIS DE 500 PESSOAS


“ E que foi visto por Céfas, e depois disto pelos onze. Depois foi visto por mais quinhentos irmãos estando juntos, dos quais ainda hoje em dia vivem muitos, e alguns são já mortos. Depois foi visto de Tiago, logo, de todos os apóstolos. E ultimamente, depois de todos os mais, foi também visto de mim, como dum aborto. Porque eu sou o mínimo dos Apóstolos, que não sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus.”(Carta de São Paulo aos Coríntios)

Graças a um milagre de Deus, agora sabemos o que Jesus disse naquela época, quando se reuniu com estas 500 pessoas. Os escritos de Valtorta, confirmam as passagens dos Evangelhos, e vai além, revela os detalhes de como tudo realmente aconteceu. Para João apóstolo, Deus concedeu o milagre de ver o futuro e desta visão escreveu o Apocalipse. Para Valtorta, Deus concedeu o milagre de ver o passado, na época de Jesus, e escreveu o livro “O Evangelho como me foi Revelado”, contando inúmeras passagens Bíblicas da vida de Jesus como nenhum outro visionário fez até hoje.
Vejamos então o que Jesus revelou à Valtorta:

NO MONTE TABOR

 

20 de Abril de 1.947.

Ai estão todos os apóstolos, todos os discípulos pastores e também Jônatas, que Cusa licenciou do seu serviço. Ai estão também Marziam e Manaém e muitos dos setenta e dois discípulos, e vários outros. Estão por entre as árvores, que temperam com sua abundante folhagem, a luz e o calor. Elas estão no alto, perto do cume, onde aconteceu a transfiguração, mas a meia altura da encosta, lá onde um bosque de carvalhos parece querer pôr um véu diante do cume, segurando-o aos lados do monte com suas possantes raízes.
Quase todos estão cochilando por causa da hora e também porque eles ainda não têm o que fazer e pela longa espera. Mas bastou o grito de um menino, que eu não sei quem é, pois não o vejo daqui onde estou, para que todos surjam e ponham-se de pé, ao primeiro movimento que de repente se transforma em uma prostração de todos com o rosto no chão.
“A paz a todos vós. Eis-me aqui no meio de vós. A paz esteja convosco.” Jesus passa pelo meio deles, saudando-os e abençoando. Muitos soltam lágrimas, outros sorriem, felizes. Mas entre todos há muita paz.
Jesus vai parar lá onde os apóstolos e os pastores formam um grupo numeroso, juntos com Marziam, Manaém, Estevão, Nicolau, João de Éfeso, Hermes e um ou outro dos discípulos mais fiéis e dos quais não me lembro os nomes. Estou vendo aquele de Corozaim, que deixou de ir sepultar ao seu pai, para acompanhar a Jesus, e um outro que eu já vi outras vezes. Jesus toma em suas mãos a cabeça do Marziam, que está chorando ao olhá-lo, beija-o na fronte, apertando-o depois sobre o seu coração.
Depois Jesus se vira para os outros e diz: “Há muitos e há poucos. Onde estão os outros? Eu sei que são muitos os meus discípulos fiéis. Porque agora aqui só se reúnem com dificuldade, dentre todos eles, umas quinhentas pessoas, excluindo os meninos, que são filhos deste ou daquele entre vós.”
Pedro fala em nome de todos, pondo-se de pé. Até aquele momento ele tinha ficado de joelhos sobre a grama. “Senhor, entre o décimo terceiro, e o vigésimo dia depois de tua morte, vieram até aqui muitos de muitas cidades da Palestina, dizendo que Tu tinhas estado entre eles. Assim muitos de nós, para te verem primeiro, vieram até aqui, uns com este e outros com aquele. Alguns já partiram. Diziam os que tinham vindo, que te tinham já visto e que tinham falado contigo mas o mais maravilhoso é que todos diziam ter-te visto no décimo segundo dia depois da tua morte. Nós ficamos pensando ser este um engano de algum daqueles falsos profetas que Tu disseste que surgirão para levarem ao engano os eleitos. Tu o disseste lá sobre o Monte das oliveiras na primeira tarde... na primeira...”
Pedro sensibilizado de novo por aquela sua dor, ao recordar-se dela, inclina a cabeça e se cala. Duas lágrimas, acompanhadas por outras, caem-lhe dos fios da barba no chão.
Jesus põe-lhe a mão direita no ombro, e o Pedro estremece àquele contato. E, não ousando tocá-lo naquela mão com as suas, inclina o pescoço, com o rosto. Para acariciar com a face e roçar com seus lábios aquela Mão adorável.
Tiago de Alfeu continua a contar: “E nós passamos a desaconselhar que cressem naquelas aparições, naqueles entre nós que se punham de pé, a fim de irem correndo para o grande mar, ou para Bozra, ou para Cesaréia de Filipe, para Pela ou para Quédes, por sobre o monte que fica perto de Jericó, ou as planícies, como a de Esdrelon, para o grande Hermon, como também em Beteron e Betsemes e outros lugares sem nome, pois são umas casas isoladas na planície perto de Jafa ou de Galaad, não se tinha certeza. Alguns diziam: “Tudo isso vimos e ouvimos.” Outros mandaram dizer que te haviam visto, e até comido contigo. Sim, nós queríamos entretê-los, pensando que fossem ou umas ciladas de quem está contra nós, ou até fantasmas vistos por justos, que tanto pensam em Ti, que acabam Te vendo onde não estás. Mas esses quiseram ir-se embora, uns para aqui, outras para ali. E de tal modo que ficamos reduzidos a menos de um terço.”
“Tendes tido razão em insistir para entretê-los. Não porque Eu não tenha realmente estado onde aqueles, que vo-lo vieram dizer, disseram. Mas porque Eu quero que as minhas palavras sejam obedecidas, especialmente por aqueles que são meus servos. Se os servos começam a desobedecer, que é que farão os fiéis?
Escutai todos vós que estais aqui ao redor. Lembrai-vos de que em um Organismo, para que ele seja verdadeiramente ativo e são, requer-se uma hierarquia, isto é, quem comande, e quem transmita as ordens, e também quem obedeça. É assim que acontece nas cortes dos reis. Assim também nas religiões, da nossa hebraica, até as outras, ainda que sejam impuras. Sempre existe um chefe, os ministros dele e, afinal, os fiéis. Não pode um pontífice fazer nada sozinho. Não pode um rei fazer nada sozinho. E suas disposições são coisas que se referem unicamente às contingências ou a formalismos de ritos... sim. Infelizmente nunca, nem na religião mosaica, não existe nada mais do que o formalismo dos ritos... movimentos de um maquinismo que continua a executar sempre os mesmos gestos, até agora que a intenção daqueles gestos já morreu. E morreu para sempre. O Divino Animador deles, Aquele que dava aos ritos um valor, retirou-se do meio deles. Pois os ritos são gestos e nada mais. Gestos. Gestos que qualquer histrião poderia arremedar das cenas de um anfiteatro. Ai de uma religião, quando ela morre, e, de uma potência real, ela vira, ela se transforma, se torna uma pantomima clamorosa, exterior, uma coisa vazia dentro de um cenário pintado, atrás de vestes pomposas, um movimento de maquinismos, que executam determinados movimentos, assim como uma chave faz funcionar uma mola, mas tanto a mola como a chave não têm consciência do que estão fazendo. Ai! Pensai bem!
Lembrai-vos sempre, e dizei-o aos vossos sucessores, para que esta verdade seja conhecida através dos séculos. Menos amedrontador seria o cair de um planeta, caso ficasse despovoado de astros, e de planetas, isso não seria para os povos uma desventura igual à que seria o permanecer sem uma religião verdadeira. Deus remediaria, com o provido poder as necessidades humanas, porque Deus tudo pode fazer para aqueles que, pelo caminho de sabedoria, ou pelo caminho que sua ignorância conhece, procura amar a Divindade, com um espírito reto.
Mas, se chegasse um dia em que os homens não amassem mais a Deus, porque os sacerdotes de todas as religiões tivessem feito de cada uma delas unicamente uma pantomima vazia, sendo eles os primeiros a não crerem na religião, então ai da terra!
Agora, se Eu estou falando assim, por aquelas religiões que são impuras, algumas resultantes de revelações parciais feitas a alguns sábios, e outras nascidas das necessidades instintivas do homem de criar para si uma fé, a fim de dar à alma um campo onde ela possa amar a Deus, sendo essa necessidade o estímulo mais forte para o homem, o estado permanente de quem rebusca Aquele que existe e é desejado pelo espírito, mesmo que sua inteligência, cheia de soberba, se negue a obsequiar a qualquer deus, e mesmo que, o homem, sem saber que tem uma alma, não saiba dar o seu nome a esta necessidade que dentro dele se agita, que é que Eu deverei dizer por esta que leva o meu Nome, da qual Eu criei para vós os pontífices e os sacerdotes, para esta que Eu vos ordeno que propagueis por toda a terra?
Por esta Única, Verdadeira, Perfeita, Imutável na Doutrina ensinada por Mim, que sou Mestre, e completada pelo ensinamento daquele que está para vir, o Espírito Santo, Guia Santíssimo para os meus Pontífices e para aqueles que os ajudarão, os chefes segundos, nas diversas Igrejas criadas nas diversas regiões, onde se afirmará a minha Palavra.
E estas Igrejas não serão, por serem diversas em número, não serão diversas em pensamento, mas serão uma só coisa com a Igreja, formando com as partes de cada uma o grande edifício sempre maior, bem grande, o novo Templo que, com seus pavilhões atingirá todos os confins do mundo. Não são diferentes em seu pensamento, pois estão todas sujeitas ao Chefe da Igreja, a Pedro e aos sucessores dele, até o fim dos séculos.
E aqueles que, por qualquer motivo se separarem da Igreja Mãe, seriam uns membros cortados, não mais nutridores, nem mais nutridos pelo místico Sangue, que é a graça, que de Mim, Cabeça Divina da Igreja, lhes vem. Semelhantes a uns filhos pródigos, separados por sua própria vontade da casa paterna, ficariam sem sua efêmera riqueza, e constante e sempre mais grave miséria, obtusos, com seus alimentos e vinhos, por demais pesados para a inteligência espiritual, e depois a adoecer, por terem comido as bolotas amargas que os animais impuros comem, com um coração contrito, voltassem à casa paterna, dizendo: “Nós pecamos. Pai, perdoa-nos, e abre para nós as portas de tua morada.” E, então, mesmo que ele seja membro de uma Igreja separada, ou de uma Igreja inteira, como ele disse, mas onde e quando surgirão tantos meus imitadores, aptos para redimirem estas inteiras Igrejas separadas, a custo da vida, para fazerem a fim de reconstruírem um único ovil, sob as ordens de um só pastor, assim como Eu desejo ardentemente. E, então, tanto importa que seja um só, ou uma assembléia daqueles que voltam, abri-lhes as vossas portas.Sede paternos. Pensai bem que todos, desde uma ou muitas horas, talvez até durante anos, fostes, cada um de vós uns filhos pródigos, dominados pela concupiscência. Não sejais rigorosos para com quem se arrepende. Lembrai-vos bem disso. Muitos de vós fugistes há vinte e dois dias, hoje. E vossa fuga não era uma negação do vosso amor a Mim? Agora, pois assim como Eu vos acolhi, logo que vos arrependestes, e voltastes a Mim, assim fazei sempre. Tudo o que Eu fiz, fazei-o vós. Vós vivestes comigo durante três anos. As minhas obras e o meu pensamento, vós os conheceis. Quando no futuro, vos encontrardes diante de um caso a resolver, voltai vosso olhar para o tempo em que estivestes comigo, e comportai-vos como Eu me comportei. Assim não errareis nunca. Eu sou o exemplo vivo e perfeito do que deveis fazer.
E lembrai-vos também de que Eu não me neguei nem ao próprio Judas de Keriot... O sacerdote deve, por todos os meios, procurar salvar-se.
E que predomine o amor, sempre entre os meios usados para salvar.
Pensai que Eu não ignorava qual era o horror de Judas. Mas Eu, superando toda repugnância, tratei ao mesquinho como tratei a João. A vós... a vós muitas vezes será poupada a amargura de conhecer que tudo é inútil para salvar um discípulo amado... E poderíeis por isso trabalhar sem aquele cansaço que toma conta de nós, quando se fica sabendo que tudo é inútil... E que é preciso trabalhar até mesmo agora... e sempre... até que tudo se cumpra...”
“Mas Tu estás sofrendo, Senhor? Eu achava que Tu não pudesses sofrer mais! Tu sofres ainda por causa do Judas! Esquece-te dele, Senhor!”, grita João, que nem por um instante tira os seus olhares do seu Senhor.
Jesus abre os braços, no seu habitual gesto de resignada confirmação de um acontecimento doloroso, e diz: “ Assim é... Judas foi e é a maior dor no mar de minhas dores. É a dor que ainda faltava... As outras dores terminaram quando o sacrifício terminou. Mas esta continua. Eu o amei. Eu me consumi a Mim mesmo ao fazer esforços para salvá-lo... Eu pude abrir as portas do Limbo, e tirar de lá os justos, pude abrir as portas do Purgatório e tirar de lá os que lá estavam se purificando. Mas o lugar do horror estava fechado sobre ele. E para ele foi inútil a minha morte.”
“Não fiques sofrendo! Não sofras! Já estás na glória, Senhor meu! A Ti todo glória e alegria. Tu já consumastes a tua dor!”, pede ainda humildemente João.
“Verdadeiramente, ninguém podia pensar que Ele pudesse sofrer ainda!”, dizem todos, espantados e comovidos, cochichando uns aos outros.
“E vós nem pensais quão grande dor deverá ainda sofrer o meu coração. Nos séculos vindouros, por meio de cada pecador impenitente, por todas as heresias que me negam, por todos os que dizem crer em Mim, e me negam, por todos ó tortura das torturas!, por todos os sacerdotes culpados, e que são causa de escândalos, e causa também de ruínas. Vós não sabeis. Não sabeis, por enquanto. Nunca o sabereis completamente, até chegar a hora. Não o sabereis completamente enquanto não estiverdes comigo na Luz dos Céus. Então, que ireis compreender... Ao contemplar Judas, Eu contemplei nele os escolhidos para os quais a redenção se transformou em ruína, por causa da perversa vontade deles...
Oh! Vós que sois fiéis, vós que formareis os futuros sacerdotes, lembrai-vos da minha dor, tornai-vos cada vez mais santos para consolardes a minha dor, exortai, vigiai, ensinai, combatei, estai atentos como umas mães, incansáveis como uns mestres, vigilantes como uns pastores, viris como os guerreiros para preparar os futuros sacerdotes, que por vós hão de ser formados. A culpa do décimo segundo apóstolo, fazei oh!, fazei que ela não tenha repetições demais no futuro.
Sede como Eu fui convosco, como Eu sou convosco. Eu vos disse: “Sede perfeitos como o Pai dos Céus.” E que a vossa humanidade trema diante desta ordem. E agora mais ainda do que quando Eu vo-la dei. Porque agora vós já conheceis a vossa fraqueza. Pois bem. Para encorajar-vos, Eu vos direi: “Sede como o vosso Mestre...” Eu sou o Homem. E o que Eu vos fiz, vós o podeis fazer. Até os milagres. Sim. Até os milagres. Para que o mundo conheça que sou Eu que vos mando e para que quem sofre não fique chorando no desconforto deste pensamento: “Ele não está mais entre nós para curar os nossos doentes e consolar as nossas dores.”
Nestes dias fiz milagres para consolar os corações e para persuadi-los de que o Cristo não foi destruído, por ter sido condenado à morte, mas, pelo contrário, Ele está mais forte, eternamente forte e poderoso. Mas, quando Eu não estiver mais entre vós, vós fareis o que Eu fiz até aqui, e que Eu farei ainda. Mas, não somente pelo poder de fazer milagres, mas pela vossa santidade, crescerá o amor a nossa Religião. É pela vossa santidade e não pelo dom que Eu vos transmito, é que sereis queridos ao meu Coração, e o Espírito de Deus vos iluminará, enquanto a Bondade de Deus e seu Poder encherão as vossas mãos com os dons de Cristo.
O milagre não é um ato comum e indispensável para a vida. Não é assim! Felizes aqueles que souberem permanecer na fé, sem meios extraordinários, que os ajudem a crer, mas nem mesmo o milagre é um ato tão exclusivamente reservado para tempos especiais, que deva cessar, quando cessarem aqueles tempos. O milagre existirá no mundo. Sempre existirá. E sempre mais numeroso, quanto mais numerosos forem os justos no mundo. Quando se vir que os verdadeiros milagres são feitos muito raramente, pode-se dizer que a fé e a justiça estão enfraquecidas. Porque Eu disse: “ Os sinais que hão de acompanhar àqueles que têm uma verdadeira fé em Mim, serão a vitória contra os demônios e sobre as doenças, sobre os elementos e sobre as emboscadas. “Deus está com quem o ama. E o sinal de que os meus fiéis estarão em Mim será o número e a força dos prodígios que farão em meu Nome e para dar glória a Deus. Para um mundo que não tem milagres verdadeiros, sem caluniar, dizer: “perdeste a fé e a justiça. Tu és um mundo sem santos.”
Portanto, para voltar ao princípio, fizestes bem em procurar entrever aqueles que, semelhantes a uns meninos seduzidos por um rumor de música, ou por um brilho estranho, correm, distraídos para longe das coisas que para eles são seguras. Mas estais vendo? Eles recebem o seu castigo, porque perdem a minha palavra. Mas vós também tendes tido a vossa culpa. Vós estais lembrados de que Eu vos disse que não ficásseis correndo para cá e para lá cada vez que alguém dissesse que Eu estava em tal lugar. Mas vós não vos lembrais de que Eu também disse que na segunda vinda de Cristo Ele será semelhante a um relâmpago, que sai do oriente e resplandece até o Poente, em tempo menor do que o de abrir e fechar os olhos. Pois bem. Essa segunda vinda começou desde o momento da minha Ressurreição. E ela chegará ao seu fim com a aparição do Cristo como Juiz, diante de todos ressuscitados. Mas, antes disso, muitas vezes Eu aparecerei para converter, para curar, para consolar, ensinar e dar ordens!
Essa verdade Eu vos digo: Eu estou para voltar ao meu Pai. Mas a terra não ficará sem a minha presença. Eu serei seu vigilante amigo, Mestre e Médico lá onde os corpos e as almas de pecadores ou de Santos, tiverem necessidade de Mim, ou forem escolhidos por Mim, a fim de transmitirem as minhas palavras aos outros. Porque também isto é verdade, pois a Humanidade terá necessidade de um contínuo ato de amor da minha parte, sendo ela tão dura para dobrar-se, e fácil para esfriar-se, pronta para esquecer, desejosa de descer, mais do que de subir, que se Eu não a entretivesse com os meios sobrenaturais, nada adiantariam a lei, o Evangelho, os auxílios Divinos, que minha Igreja administrará, para conservar a Humanidade no conhecimento da verdade e na vontade de chegar ao Céu. Eu falo da Humanidade de Mim, que creio... grande massa dos habitantes da terra.
Eu virei. Quem me tiver, que permaneça humilde. Quem não me tiver, não fique cobiçoso por ter-me e ser elogiado por isso. Ninguém deseje o extraordinário para entrar nos Céus. Pois isso é uma arma, que sendo mal usada pode abrir, pode abrir o inferno, em vez do Céu. E agora vou dizer-vos como. Porque a soberba pode surgir. Porque pode surgir um estado de espírito, que Deus condena, pois ele é semelhante a um torpor, com o qual alguém vai-se acomodando para acariciar o tesouro recebido, e considerar-se já no Céu por ter já recebido aquele dom. Em tal caso, em lugar de chamas e asas, ele se retrai. E ai transformará em gelo e pedra, de onde sua alma se precipita e morre. Um dom mal usado pode suscitar a avidez de possuí-lo mais ainda, por isso, receber mais elogios. Então, nesse caso se poderia substituir o Senhor pelo Espírito do Mal, para seduzir os imprudentes com prodígios impuros.

Ficai sempre longe das seduções de toda espécie. Fugi delas. Ficai sempre contentes com o que Deus vos concede. Ele sabe o que vos é útil, e de que modo. E sempre pensai que todo dom é mais uma prova do que um dom, uma prova de vossa justiça e bondade. Eu dei a todos vós as mesmas coisas. Mas o que vos tornou melhores, arruinou Judas. Será, então, que o dom era um mal? Mas maligna era a vontade daquele espírito.
Assim sucede agora. Eu apareci a muitos. Não somente para consolá-los e fazer-lhes bem, mas para fazer-vos contentes. Vós me havíeis pedido que Eu persuadisse o povo disso, isto é, que aqueles do Sinédrio pensam em persuadir ao pensamento deles de que Eu estou ressuscitado. Eu apareci a crianças e a adultos, num mesmo dia, em lugares tão distantes entre si, que seriam necessários muitos dias de viagem para se ir chegando em cada um deles. Mas para Mim não existe mais a escravidão das distâncias. Estas aparições, ao mesmo tempo, vos desorientaram a vós também.
“Aquelas pessoas viram fantasmas”, que vós vos esquecestes de uma parte das minhas palavras, isto é, que Eu estaria de agora em diante, no oriente, no ocidente, no norte e no sul, onde Eu achar que é justo entrar, sem que nada me impeça, e tudo isso feito rapidamente como se fosse um fulgor que passa pelo Céu.
Eu sou um verdadeiro Homem. Eis aqui os meus membros e o meu corpo sólido, quente, capaz de mover-se, de respirar e de falar, como o vosso. Mas Eu sou verdadeiro Deus. E, se durante trinta e três anos, para uma finalidade superior, ainda que unida à Humanidade, esteve a Divindade, agora esta se impõe e a Humanidade goza da perfeita liberdade dos corpos glorificados. Rainha unida assim à Divindade, não mais sujeita a tudo o que é limitação para a Humanidade. Eis-me aqui. Aqui estou convosco, e poderia, se Eu quisesse estar, dentro de um instante, nos confins do mundo, a fim de atrair a Mim algum espírito que me procure.
E que fruto terá isso de ter Eu estado perto da Cesaréia marítima e na Alta Cesaréia, ou em Carit e Engati, perto de Pela ou de Juta e em outros lugares da Judéia ou em Bozra, ou sobre o Grande Hermon e em Sidon, ou nos confins da Galiléia? E também que tenha Eu curado um menino e ressuscitado a outro que fazia pouco tempo que havia morrido, e ter confortado uma angústia e chamado para o meu serviço a um que estava sendo macerado em uma dura penitência, e também para Deus um justo, que me havia pedido isso, e dado a minha mensagem aos inocentes, e as minhas ordens a um coração fiel?
Será que tudo isso persuadirá este mundo? Não. Aqueles que não souberam crer com verdadeira fé, ficarão na dúvida, e os malvados dirão que são delírios e mentiras as aparições e que o morto não estava morto, mas dormindo.
Estais lembrados de quando Eu vos disse a parábola do rico Epulão? Eu nela disse que Abraão respondeu ao condenado: “Se eles não dão ouvidos a Moisés e aos profetas, não crerão também em alguém que ressuscite dos mortos”, para dizer-lhes o que é que devem fazer. Por acaso, terão eles acreditado em Mim, que sou o Mestre, e nos meus milagres? Que é que foi que conseguiu o milagre de Lázaro? Conseguiu que se apressasse a minha condenação. E a minha ressurreição que foi que conseguiu? Que aumentasse o ódio deles. Até os meus milagres destes últimos dias no meio de vós, não persuadirão o mundo, mas unicamente aqueles que já não são mais do mundo, tendo eles escolhido o Reino de Deus, com os seus cansaços  trabalhos atuais e a sua glória futura.
Mas Eu tenho o prazer de ver-vos confirmados na fé em minha ordem, permanecendo sobre este monte, sem terdes pressas humanas para irdes gozar de coisas também boas, mas diferentes daquelas de que Eu vos havia falado. A desobediência dá um décimo, e leva nove décimos. Eles lá se foram embora, e ouvirão palavras dos homens. E que são sempre aquelas. Vós ficastes e ouvistes as minhas palavras, uma coisa boa e útil. A lição servirá de exemplo a todos vós, e também a eles no futuro.”
Jesus passa o olhar sobre aqueles rostos ali recolhidos, e chama: “Vem cá, Eliseu de Engadi. Quero dizer-te uma coisa.”
Eu não o havia reconhecido como aquele que era leproso, o filho do velho Abraão. Naquela ocasião, ele parecia um esqueleto espectral e agora é um homem sadio, na flor dos anos.
Ele se aproximou, prostrando-se aos pés de Jesus que lhe diz: “Uma pergunta está tremendo sobre os teus lábios, desde quando ficaste sabendo que Eu estive em Engadi. E é esta: “Tu consolaste meu pai?” Eu te digo: “Mais do que consolá-lo, Eu fiz. Eu o tomei comigo.”
“Elizeu, Eu estou aqui por breve tempo ainda. E depois irei para o meu Pai...”
“Senhor, então queres dizer que meu pai morreu?”
“Ele adormeceu sobre o meu coração. Para ele também terminou a dor. Ele terminou sua vida, permanecendo sempre fiel ao Senhor. Não. Não chores. Tu não tinhas deixado para acompanhar-me?”
“Sim, meu Senhor...”
“È isto, o teu pai está comigo. Por isso, acompanhando-me, virás outra vez para perto do teu pai.”
“Mas quando? Mas como?”
“Lá na vinha dele. Lá onde o ouvi falar de Mim a primeira vez. Ele me fez lembrar de seu pedido no ano passado. E Eu lhe disse: “Vem.” E ele morreu feliz, porque tu deixaste tudo para seguir-me.”
“Perdoa-me, se eu estou chorando... Era meu pai...”
“Eu sei compreender a dor...” E põe-lhe a mão sobre a cabeça para confortá-lo, dizendo aos discípulos: “Eis aqui um novo companheiro. Considerai-o querido, pois Eu o tirei do seu sepulcro para servir-me.”
Depois Ele o chama: “Elias vem a Mim. Não fiques envergonhado, como alguém que se sente estrangeiro entre seus irmãos... Todo o passado se destruiu. E tu também vens, ó Zacarias, que deixaste pai e mãe por causa de Mim, vai pôr-te junto com os setenta e dois, junto com o José de Cíntio. Pois vós o mereceis, porque por amor a Mim, desafiastes aos poderosos, por amor a Mim. E tu, Filipe, e também tu, companheiro dele, e que não queres mais ser chamado pelo teu nome, porque ele te parece horrível, e tomas agora o nome do pai, que é um justo, mesmo sem ainda estar no meio daqueles que me acompanham abertamente.
Estás vendo todos? Eu não excluo ninguém que tenha boa vontade, não aqueles que já me servem como discípulos, nem aqueles que praticavam obras boas em meu Nome, mesmo sem pertencerem as fileiras dos meus discípulos, também não àqueles que pertenciam as seitas, que nem todos amam, os quais podem sempre entrar pelo caminho justo, sem serem rejeitados. Assim como Eu faço, fazei vós. Eu não uno esses aos velhos discípulos. Porque o Reino dos Céus está aberto a todos os de boa vontade. E, ainda que eles não estejam presentes, Eu vos digo que não repilais nem mesmo os gentios. Eu não os repeli, quando os conheci como desejosos de conhecer a Verdade.
Fazei o que Eu faço.
E tu Daniel, que saíste, verdadeiramente saíste, não da cova dos leões, mas dos chacais, vem e une-te a estes. E, vem cá tu, Benjamim. Eu vos uno a estes(e mostra os setenta e dois, que estão quase todos), porque a messe do Senhor irá produzir muito fruto, e temos necessidade de muitos trabalhadores.
Agora estamos aqui juntos, enquanto passa o dia. Quando chegar a tarde, deixareis o monte e, lá pela aurora, ireis comigo, vós apóstolos, e vós dois que Eu chamei a parte, e todos os que aqui estão dos setenta e dois(e mostra Zacarias, e este mostra José de Cíntio, que para mim não é novo). Os outros ficarão aqui à espera dos que saíram correndo, para cá e para lá, como umas vespas ociosas, para dizer-lhes. Porque não é imitando os meninos preguiçosos e desobedientes, que se encontra o Senhor. E que estejam em Betânia todos, vinte dias antes do Pentecostes, porque depois eles iriam procurar-me em vão. Sentai-vos todos, e descansai. E vós, vinde comigo um pouco à parte.”
Ele está se preparando e segurando pela mão Marziam, acompanhado pelos onze apóstolos.
Ele se assenta onde a grama está mais viçosa abaixo dos bosques de carvalhos, e puxa para perto de Si Marziam, que está muito triste. E tão triste, que Pedro chega a dizer: “Consola-o Senhor. Ele já estava triste, mas agora o está ainda mais.”
“Por que, menino? Será que não estás comigo? Não deverias estar feliz, por estares sabendo que Eu superei a dor.”
Como única resposta, o Marziam se põe a chorar fortemente.
“Eu não sei o que ele tem. Interroguei, mas foi inútil. Hoje é que eu não haveria de ver um pranto assim!”, resmunga Pedro, um pouco inquieto.
“Mas eu o sei”, diz João.
“Isso é bom para ti. Mas, porque é então que ele está chorando?”
“Ele não está chorando só hoje. Já vem chorando há dias.”
“Pois eu nem percebi isso. E por que é que ele chora?”
“O Senhor o sabe. Tenho certeza disso. E também eu sei que só Ele é que tem a palavra que consola”, diz ainda João, sorrindo.
“É verdade. E Eu sei que Marziam é um bom discípulo, é mesmo um menino, por enquanto, um menino que não vê a verdade das coisas. Mas é o meu dileto entre todos os discípulos. Contudo ele ainda não pensa que Eu precisei ir reforçar a fé dos que vacilam ainda, e absolver e receber as vidas dos que espiram, anular os venenos da dúvida inoculados nos mais fracos, para responder com piedade ou com rigor àqueles que ainda querem combater contra Mim, para dar testemunho, com a minha presença, de que estou ressuscitado, lá onde insisti que havia necessidade de vir a ti, ó Marziam, em dizer que Eu estava morto. Será necessário vir a ti, menino, cuja fé, esperança e caridade, cuja vontade e obediência são minhas conhecidas? Vir a ti por um instante, quando Eu te tiver comigo, como agora, muitas vezes ainda? Tu, que farás o banquete de Páscoa, e não somente tu, mas no meio de todos os outros discípulos? Estás vendo todos estes? Eles fizeram a sua Páscoa, e o sabor do cordeiro e dos ázimos e do vinho tornou-se todo cinzas e fel e vinagre para os paladares deles, nas horas que vieram depois. Mas Eu e tu, meu menino, consumiremos com alegria, e será um mel que desce e permanece tal, a nossa Páscoa. Quem chorou antes, agora gozará. E quem antes gozou, não pode pretender gozar de novo.”
“Verdadeiramente... Não estávamos muito alegres naquele dia...”, murmura Tomé.
“Sim. Nosso coração estava tremendo...”, diz Mateus.
“E um rebuliço de suspeitas e de ira estava em nós, pelo menos em mim”, diz Tadeu.
“E por isso dizeis que quereríeis fazer a Páscoa suplementar, todos...”, diz Pedro.
“Isso mesmo, Senhor.”
“Um dia, tu te queixaste porque as discípulas e o teu filho não teriam tomado parte no banquete pascal. Agora te queixas, porque quem não gozou naquele dia deva agora ter a sua alegria.”
“É verdade. Eu sou um pecador.”
“E Eu sou aquele que se compadece. Quero que estejais todos ao redor de Mim, e não somente vós, mas também as discípulas. E Lázaro nos dará, mais uma vez, praticará mais uma vez conosco a hospitalidade. Eu não quis as tuas filhas, Filipe, nem as vossas mulheres, nem Mirta, nem Noemi, nem a jovenzinha que está com elas, nem este homem. Não havia lugares para todos em Jerusalém naqueles dias!”
“É verdade! Mas foi bom que não estivesse lá”, suspira Filipe.
“Sim. Eles teriam visto a nossa vileza.”
“Cala a boca, Pedro. Ela está perdoada.”
“Sim. Mas eu falei dela ao meu filho, e eu creio que por isso é que ele estava triste daquele jeito. Eu a confessei porque todas as vezes que a confesso é um alívio. É como se me tirassem uma grande pedra do coração. Eu me sinto mais absolvido todas as vezes que me humilho. Mas, se Marziam estiver triste porque tu te mostraste aos outros.”
“Por isso, e não por outras causas, meu Pai.”
“Pois então fica alegre. Ele te amou e te ama. Tu o estás vendo. Eu te havia falado, mas era da segunda Páscoa...”
“Eu pensava ter cumprido com muito pouca boa vontade a obediência que Porfíria havia exigido de mim em teu Nome, ó Senhor. E que por isso Tu me castigasses. E eu pensava também que não te mostravas a mim, porque eu odiava o... os teus crucificadores”, confessa Marziam.
“Não odeies a ninguém. Eu perdoei.”
“Sim, meu Senhor. Não odiarei mais.”
“E não fiques mais triste.”
“Não o ficareis mais, Senhor.”
Marziam, como todos os muitos jovens em anos, e com menos medo de Jesus do que os outros, se abandona ao abraço de Jesus, agora que é certo que Jesus não está encolerizado com eles, mas com toda a confiança. Pelo contrário, ele se esconde todo, como um pintinho por baixo da asa da mãe e na curva do braço o aperta a si, ao cessar aquela ânsia que o tornava triste e inquieto, depois de tantos dias, afinal adormece feliz.
“Ele ainda é um menino”, observa o Zelotes.
“Sim. Mas quanto ele sofreu. Foi Porfíria que me contou, quando avisada por José de Tiberíades, ele o trouxe a mim”, respondeu Pedro. Depois ele diz ao Mestre: “Então Porfíria também esteve em Jerusalém?” Quanto desejo se nota na voz de Pedro!
“Estiveram todas. Eu as quero abençoar, antes de subir ao meu Pai. Pois também elas prestaram serviço, e muitas vezes até melhor que os homens.”
“E a casa de tua Mãe, não vais?”, pergunta Tadeu.
“Nós estamos juntos!”
“Juntos? Desde quando?”
“Judas, Judas! Então te parece que Eu, que sempre encontrei alegria perto dela, agora não esteja com Ela?”
“Mas Maria está sozinha em sua casa. Assim me disse ontem minha mãe.”
Jesus sorri, e responde: “Atrás do véu do Santo dos Santos só entra o Sumo Sacerdote.”
“E, então, que queres dizer?”
“Quero dizer que há felicidades que não podem ser descritas nem conhecidas. Isto é o que quero dizer.”
Ele afasta docemente o Marziam de seu dorso, e o coloca nos braços do João. Que está mais perto. E ele se põe de pé. E, enquanto eles estão todos com as cabeças inclinadas, menos o João, que tem em seu peito a cabeça do Marziam, recebeu a bênção de Jesus, e Ele desaparece.
“Ele é verdadeiramente como o relâmpago, do qual Ele fala”, diz Bartolomeu.
E ele ficam pensativos à espera do pôr-do-sol.

(O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta, Vol. 10. Pags. 365 a 378)

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