IGREJA DE TODAS AS NAÇÕES.
A Igreja de Todas as Nações, também conhecida como Igreja
ou Basílica da Agonia, é uma Igreja Católica localizada no Monte das Oliveiras,
em Jerusalém, próxima ao jardim de Getsêmani.
JESUS EXPLICA COMO SERÁ A IGREJA FUTURA.
Jesus
se detém para olhar, pensativo, para toda aquela parte da Palestina. Tiago olha
para Ele e diz: Estás olhando para a beleza desta região?
Sim,
também para ela. Mas, mais do que para ela, eu estou pensando nas peregrinações
futuras e na necessidade de enviar-vos e de enviar, sem perda de tempo, os
discípulos, não a um trabalho limitado como o de agora, mas a um trabalho
realmente missionário. Temos regiões e mais regiões, que ainda não me conhecem
e Eu não quero deixar lugares sem me conhecerem. Esta é a minha preocupação em
todas as horas: andar, fazer, enquanto estou podendo fazer tudo.
De
vez em quando, sucedem coisas que te fazem ir devagar.
Mais
do que Me fazerem ir devagar, Me levam a fazer alterações no itinerário a ser
seguido. Pois nunca são inúteis as viagens que fazemos. E, enquanto isso, há
tantas, tantas coisas para fazer... E também porque, depois de ter estado
ausente de um lugar, quando a ele volto, encontro muitos corações que voltaram
ao ponto em que estavam antes, e devo começar tudo de novo.
Sim,
é cansativa e desagradável esta apatia dos espíritos, esta volubilidade, e esta
preferência pelo mal.
É
cansativa. Mas não digas desagradável. O trabalho de Deus nunca é desagradável.
As pobres almas devem causar-nos piedade, não desagrado. Um pai nunca fica
desgostoso pelas doenças do seu filho. E nós não devemos ficar desgostosos com
ninguém.
Jesus,
permites-me fazer-te algumas perguntas? Eu, até nesta noite mesmo, não dormi.
Mas fiquei pensando muito, enquanto te fiquei olhando dormir. Durante o sono
pareces ficar tão jovem, meu irmão! Ficavas sorrindo, com a cabeça apoiada
sobre um braço dobrado por baixo dela, justamente como fazem os meninos. Eu Te
via bem por causa do luar bem claro que houve esta noite. E eu fiquei pensando.
E muitas perguntas me subiram ao coração.
Dize
quais são.
Eu
dizia a mim mesmo: é preciso que eu pergunte a Jesus como poderemos chegar a
ser esse organismo, ao qual Tu deste o nome de Igreja e no qual, se é que eu
entendi bem, haverá hierarquias, estando nós nesta insuficiência. Tu nos dirás
o que temos que fazer, ou nós é que deveremos pensar nisso?
Eu,
quando chegar a hora, vos mostrarei o começo dela. Nada mais. Durante a minha
presença entre vós, Eu já vos vou mostrando as diversas classes com as
diferenças entre apóstolos, discípulos e discípulas. Eu quero que, assim como
os discípulos devem ter respeito e obediência para com os apóstolos, assim
também os apóstolos tenham amor e paciência para com os discípulos.
E
que deveremos fazer? Pregar-te sempre, e somente isso?
Isto
é essencial. Depois, devereis em meu nome, absolver e abençoar, tornar a
colocar no estado de graça, administrar os Sacramentos que Eu vou instituir.
Que
coisa são essas?
São
meios sobrenaturais e espirituais aplicados com meios materiais, modos para
persuadir os homens que o sacerdote faz realmente alguma coisa. Tu estás vendo
que o homem, se não vê não crê. Ele tem sempre a necessidade de alguma coisa
que lhe diga que alguma coisa existe. Por isso, quando Eu faço milagres,
impondo as mãos, molho com a saliva ou dou um bocado de pão molhado. Eu poderia
fazer o milagre somente com o meu pensamento. Mas, podes crer que, neste caso,
as pessoas diriam: “ Foi Deus que fez o milagre?” Elas diriam: “ Ficou curado,
porque era hora de ficar curado”. E atribuiriam o merecimento ao médico, aos
remédios ou á resistência física do doente. O mesmo acontecerá com os Sacramentos.
Eles são formas de culto para administrar a Graça, conferindo-a ou
fortalecendo-a nos fiéis. João, Poe exemplo, usava a imersão na água para dar
uma idéia da limpeza, que exclui os pecados. Na realidade, mais do que a água,
que servia para limpar os membros, era útil a mortificação de se confessarem
sujos, pelos pecados que haviam feito. Eu também terei o batismo, o meu
batismo, que não será simplesmente uma figura, mas será realmente uma detersão
da mancha original da alma e a restituição á mesma do estado espiritual, que
Adão e Eva possuíam, antes da sua culpa, mas agora está melhorado, porque dado
pelos merecimentos do Homem-Deus.
Mas...
a água não desce sobre a alma! A alma é espiritual. Quem será capaz de tocar
nela no recém-nascido, no adulto, no velho? Ninguém.
Estás
vendo que admito que a água é um meio material, que não tem força sobre uma
coisa espiritual? Portanto, não será a água, mas sim a palavra do sacerdote,
membro da Igreja de Cristo, consagrado ao seu serviço ou de outro, que creia
verdadeiramente, e que em casos excepcionais o substitua, operará o milagre da
redenção da culpa original do que é batizado.
Está
bem. Mas o homem comete também os seus próprios pecados. E esses outros
pecados, quem lhos tirará?
Sempre
o Sacerdote, Tiago. Se um adulto for batizado, junto com a culpa original, lhe
serão canceladas as outras culpas. E, se o homem já é batizado e torna a pecar,
o Sacerdote o absolverá, em nome do Deus Uno e Trino e, pelo mérito do Verbo
Encarnado, como faço Eu com os pecadores.
Mas
Tu és Santo. Enquanto nós...
Vós
deveis ser Santos, porque tocais nas coisas santas e administrais o que é de
Deus.
Então,
batizaremos muitas vezes um mesmo homem, como João que faz a imersão de um
homem na água tantas vezes quantas o homem for a ele?
Loão
no seu batismo, não faz mais do que uma purificação por meio da humildade
daquele que vai para ser imergido. Eu já te disse isso. Vós não batizareis de
novo a quem já foi batizado, a não ser que ele tenha sido batizado com uma
fórmula não apostólica, mas cismática, e nesse caso se pode administrar um
segundo batismo, fazendo-se uma pergunta clara ao batizado, se ele for adulto,
se ele o quer, e uma clara afirmação de querer, fazer parte da verdadeira
Igreja. Nas outras vezes, para restabelecer a amizade e a paz com Deus usareis
a palavra do perdão, unida aos méritos de Cristo, e a alma, que veio a vós com
verdadeiro arrependimento e humilde acusação de si mesma, ficará absolvida.
E
se alguém não puder vir, porque está doente, a tal ponto que nem pode ser tirado
do lugar onde se acha? Morrerá, então, no pecado? Ao sofrimento da agonia ainda
se acrescentará mais esse do medo do juízo de Deus?
Não.
O sacerdote irá ao doente, e o absolverá. E lhe dará até uma forma mais ampla
de absolvição, de um modo geral, mas todos e cada um dos órgãos dos sentidos,
pelos quais geralmente o homem chega ao pecado. E, Israel o óleo Santo,
composto segundo a regra dada pelo Altíssimo, e com o qual é consagrado o
altar, o Pontífice, os sacerdotes e os reis. O homem é realmente um altar. E
rei ele se torna, por sua eleição para o trono do Céu; pode, portanto,
consagrado com o óleo da Unção. O óleo santo será, junto com o altar, parte do
culto de Israel incluído na minha Igreja, embora com outros usos. Porque não
tudo em Israel é mau será repelido. Antes, muitas recordações da antiga estirpe
estarão na minha Igreja, e uma será o óleo santo, usado também na Igreja para
consagrar o altar, os pontífices e as hierarquias eclesiásticas todas, para
consagrar Oe reis e os fiéis, se tornarem os príncipes herdeiros do reino ou,
então, quando tiverem necessidade de maiores auxílios para poderem comparecer
diante de Deus, com seus membros e sentidos limpos de toda culpa. A graça do
Senhor socorrerá a alma e também o corpo, se a Deus lhe apraz, para o bem do
doente. O corpo muitas vezes não reage contra as doenças, também por causa dos
remorsos que lhe perturbam a paz e pela obra de Satanás que, por aquela morte
espera ganhar uma alma para o seu Reino e levar ao desespero os sobreviventes.
O doente passa da angústia satânica e da perturbação interior á paz, mediante a
certeza do perdão de Deus, que lhe obtém também o afastamento de Satanás. E,
visto que o dom da graça tinha por companheiro, em nossos primeiros pais, o dom
da imunidade ás doenças e de toda espécie de dor, o doente, restituído a graça,
grande como a de um recém nascido batizado com o meu batismo, pode obter também
a vitória sobre a doença. Nisto ajudado também pelas orações dos irmãos na fé,
nos quais existe a obrigação da piedade para com o enfermo, piedade não só
corporal, mas sobretudo espiritual, tendendo a obter a salvação física e
espiritual do irmão. A oração é já uma espécie de milagre, Tiago. A oração de
um justo, como viste em Elias, muito pode fazer.
Eu
te compreendo pouco, mas o pouco que eu compreendo já me enche de reverência
pelo caráter sacerdotal dos teus sacerdotes. Se bem compreendo, teremos contigo
muitos pontos em comum: a pregação, a absolvição, o milagre. Três sacramentos,
portanto pregação.
Não,
Tiago. Pregação e milagres não são sacramentos. Mas os Sacramentos serão mais.
Serão sete, como o sagrado candelabro do Templo e os dons do Espírito do Amor.
E em verdade os sacramentos são dons e são chamas, dados para que o homem arda
diante do Senhor pelos séculos dos séculos. Haverá também o sacramento para as
núpcias do homem. Isso é o que foi acenado no símbolo das núpcias santas de
Sara de Raguel, libertada do demônio. Ele, aos esposos, dará todos os auxílios
para uma santa convivência, segundo as leis e os desejos de Deus. Também o
esposo e a esposa se tornam ministros de um rito: o da procriação. Também o
marido e a mulher se tornam sacerdotes de uma pequena igreja: a família. Devem,
por isso, ser consagrados para procriar com a bênção de Deus e para criar uma
descendência na qual se bendiga o Nome Santíssimo de Deus.
E
a nós, os sacerdotes, quem nos consagrará?
Eu,
antes de deixar-vos. Vós, depois, consagrareis os sucessores e todos quantos
associardes para propagarem a fé cristã.
Tu
nos ensinarás, não é mesmo?
Eu
e Aquele que Eu mandarei. E essa sua vinda será um Sacramento, voluntário, da
parte de Deus Santíssimo em sua primeira epifania, e depois dado por aqueles
que tiverem recebido a plenitude do sacerdócio. Será força e inteligência, será
afirmação na fé, será piedade santa e santo temor, será uma ajuda de conselho e
de sabedoria sobrenatural, e a posse de uma justiça, que por sua natureza e
poder, tornará adulto a criança que a recebe. Mas tu não podes, por enquanto,
compreender isto. Ele mesmo é que te fará compreender. Ele, o Divino Paráclito,
o Amor Eterno, quando tiverdes chegado ao momento de recebê-lo em vós. E assim
não podeis por enquanto, compreender um outro sacramento. É quase
incompreensível para os anjos, de tão sublime. E, no entanto, vós, simples homens,
o compreendereis em virtude da fé e do amor. Em verdade te digo que quem o amar
e nutrir com ele o seu espírito, poderá pisar o demônio sem ser danificado.
Porque, então, Eu estarei com ele. Procura lembrar-te destas coisas, meu irmão.
A ti é que tocará dizê-las aos companheiros e aos fiéis, muitas e muitas vezes.
Vós, então sabereis já por ministério divino, mas tu poderás dizer:
Ele
me disse um dia, descendo do Carmelo. Tudo Ele me disse, porque eu estava
sendo, desde aquele momento, destinado a ser o chefe da Igreja de Israel.
Eis
uma outra pergunta a fazer-te. Fiquei pensando nela esta noite. Mas serei eu
que devo dizer aos companheiros. Eu é que vou ser o chefe aqui? Não me agrada.
O farei, o ordenas. Mas não me agrada.
Não
tenhas medo. O Espírito Paráclito descerá sobre todos, e vos dará pensamentos
santos para a glória de Deus em sua Igreja.
E
não haverá mais aquelas discussões tão... tão desagradáveis, que há agora?
Também Judas de Simão não será mais causador de aborrecimentos?
Não
será mais, fica tranqüilo. Mas divergência, ainda haverá. E por isso que Eu te
disse: vela muito, sem te cansares nunca, fazendo o teu dever com firmeza.
Ainda
uma pergunta, meu Senhor. Em tempo de perseguição, como devo me comportar?
Parece, pelo que Tu dizes, que eu terei que ficar sozinho dentre os doze. Os
outros, portanto, ir-se-ão embora para escaparem da perseguição. E eu?
Tu
continuarás no teu posto. Porque, se é necessário que não sejais exterminados,
enquanto não estiver bem consolidada a Igreja, -- isso justifica a dispersão de
muitos discípulos e de quase todos os apóstolos, nada justificaria a tua
deserção e abandono por parte de ti da Igreja de Jerusalém. Ao contrário,
quanto mais ela estiver em perigo, mais deverás zelar por ela, como se fosse a
tua filha mais querida, e estando prestes a morrer. O teu exemplo fortalecerá o
espírito dos fiéis. Terão necessidade para superarem a prova. Mais fracos os
vireis, mais deverás confortá-los, com compaixão e sabedoria. Se tu fores
forte, não sejas sem piedade para com os fracos. Mas sustenha-os pensando:” Eu
tudo recebi de Deus, para chegar a esta minha força. Humildemente devo dizê-lo
e carinhosamente devo agir pelos menos abençoados com os dons de Deus,” e dar,
dar a tua força, junto com a palavra, com o socorro, com a calma, com o
exemplo.
E,
se entre os fiéis houvessem malvados, causa de escândalos e servindo de perigo
para os outros, que deverei fazer?
Prudência,
ao aceitá-los, porque é melhor serem poucos e bons, do que muitos e não bons.
Tu conheces o velho apólogo das maçãs sãs e das maçãs doentes. Faça que não se
repita na tua Igreja. Mas, se tu também encontrares teus traidores, procura
adverti-los de todos os modos, reservando os modos severos só como meios
externos. Mas, se tratar-se apenas de pequenas culpas individuais, não sejas de
uma severidade que assusta. Perdoa, perdoa... Faz mais um perdão com lágrimas e
com palavras de amor, do que uma maldição, para redimir um coração. Se a culpa
for grave, mas cometida por um repentino assalto de Satanás, tão grave, que o
culpado sinta necessidade de fugir da tua presença, vai tu á procura do
culpado. Porque ele é cordeirinho extraviado e tu és pastor. Não tenhas medo de
te aviltares a ti mesmo descendo por estradas lamacentas, com a procura por
brejos e precipícios. A tua fronte se coroará, então, com a coroa do mártir do
amor, que será a primeira das três coroas... E, se tu mesmo fores traído, como
foi o Batista e muitos outros, porque cada santo tem o seu traidor, perdoa.
Mais a este do que a qualquer outro. Perdoa, como Deus perdoou aos homens e
como ainda perdoará. Chama ainda “ filho” aquele que dará dor, porque o Pai
assim chama por minha boca e, em verdade, não existe homem que não tenha dado
dor ao Pai dos Céus...
Um
longo silêncio...
(
O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 4 pgs 214 – 219)
Sem comentários:
Enviar um comentário