TORRE DE BABEL
A DIVISÃO DA PALAVRA DE DEUS E O ESQUECIMENTO PARTIU DA SOBERBA DO PRÓPRIO HOMEM ATRAVÉS DOS TEMPOS
Também
as almas de povos antiquíssimos, que deram uma religião à tua terra, se
lembraram. De um modo confuso e imperfeito, como podia fazê-lo alguém separado
da religião revelada. Mas sempre se lembraram. No mundo há muitas religiões.
Pois bem. Se nós tivéssemos aqui, em um quadro claro, todos os pormenores
delas, veríamos que há como que um fio de ouro, perdido no meio de muita lama,
um fio cheio de nós, nos quais estão encerrados pedacinhos da Verdade
verdadeira.
“Mas, não vimos todos de um tronco? Tu assim o dizes. Então, por
que os antigos mais antigos, que vieram do primeiro tronco de origem, por que
eles não souberam trazer consigo a Verdade? Não é uma injustiça havê-los
privado dela?”
Tu
leste o Gênesis, não é mesmo? Que encontraste? Um pecado complexo em seu
começo. Um pecado abrangendo os três estados do homem: a matéria, o pensamento
e o espírito. Depois um fratricídio. Depois um homicídio; para contrabalançar a
obra de Enoque de conservar luz nos corações, depois corrupção, unindo por
libidinagem dos sentidos os filhos de Deus com as filhas do sangue. E, não
obstante a purificação do Dilúvio e a restauração da raça por uma boa semente,
não nascendo das pedras, como se diz nos vossos mitos, bem como também, não por
rapto do fogo vital por obra do homem, eis que de novo aparece o fermento da
soberba, o ultraje feito a Deus: “ Vamos tocar no Céu”, e a maldição divina:
“Sejam dispersos, e não se entendam um ao outro”... E o único tronco, como a
água que se choca com uma pedra e se espalha em pequenos rios, e não se reúne
mais, assim se dividiu a raça, e se repartiu em várias raças. A humanidade,
posta em fuga pelo seu pecado e pela punição divina, eis que se espalha e não
se reúne mais, levando consigo a confusão, que a soberba havia criado. As almas
se lembram. Alguma coisa sempre permanece nelas. E as mais virtuosas e sábias
entrevêem uma luz, ainda que fraca, nas trevas dos mitos, a luz da Verdade. E
essa lembrança da Luz antes da Vida é o que agita nelas as verdades nas quais
estão os pedacinhos das Verdades reveladas.
Compreendeste-me?
Em parte. Mas vou pensar nisso.
A
noite é amiga de quem pensa e se concentra em si.
Então,
vamos concentrar-nos cada um em si mesmo.
Vamos
amigos.
A
paz a vós, mulheres, a paz a vós, meus discípulos.
(
O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta, Vol. 4, pg. 418,419)
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