OS JUDEUS EM DEBATE COM JESUS.
Jesus depois de curar uma possessa, onde os próprios demônios disseram
durante o exorcismo, que Jesus é o Filho de Deus. Os judeus espantados começam
a questioná-lo...
Nesse meio tempo, muitos
judeus que se desentocaram daqui e dali. Mas não faz parte do grupo deles
nenhum fariseu, nenhum escriba e nenhum sacerdote, se aproximaram de Jesus e o
rodearam, e um deles se aproxima mais, e diz: “ Grandes coisas Tu fizeste neste
dia! Obras realmente de Profeta, e grande Profeta. E os espíritos do abismo
disseram de Ti grandes coisas. Mas as palavras deles não podem ser aceitas, se
não forem confirmadas pela tua palavra. Nós estamos assustados por aquelas
palavras. Mas também temos medo de algum grande engano, pois é sabido que
Belzebu é espírito de mentira. Não quereríamos enganar-nos a nos mesmos, nem
ser enganados. Dize-nos então, quem és, pela tua boca de verdade e justiça!
E Eu já não vos disse muitas
vezes quem Eu sou? Há quase três anos que Eu venho dizendo, e, antes de Mim, já
o disse João no Jordão e a voz de Deus dos Céus.
É verdade. Mas nós não
estávamos aqui nas outras vezes. Nós... Tu, que és justo, deves entender a
nossa aflição. Nós quereríamos crer em Ti como Messias. Mas muitas vezes o povo
de Deus já foi enganado por falsos Cristos. Consola o nosso coração, que espera
ouvir, e está pronto a ouvir com atenção tua palavra segura, e nós te
adoraremos.
Jesus olha para eles muito
sério. Seus olhos parecem perfurar as carnes e pôr a nu os corações. Depois
diz: Na verdade, muitas vezes os homens sabem dizer mentiras melhor do que
Satanás. Não, Vós não me adorareis. Nunca. Seja lá o que for que Eu vos disser.
E, ainda que chegásseis a fazê-lo, a quem é que adoraríeis?
A quem? Ora! Ao nosso Messias!
Seríeis capazes de fazer isso?
Para vós quem é o Messias? Respondei, para que Eu fique sabendo o que valeis.
O Messias? Mas o Messias é
aquele que, mandado por Deus, reunirá o disperso Israel, e fará dele um povo
triunfante, sob cujo poder estará o mundo. E, então? Tu não sabes o que é o Messias?
Eu o sei. E vós não o sabeis.
Pois para vós será um homem
que, superando Davi, Salomão e Judas Macabeu, fará de Israel a Nação rainha do
mundo.
É isso. Deus o prometeu. Toda
vingança, toda glória toda reivindicação virá do Messias prometido.
Foi dito: “Não adorarás a
outro, mas só ao Senhor teu Deus”. Porque então, vós me adoraríeis, se em mim
só poderíeis ver o Homem Messias?
E que mais devemos ver em Ti?
Que mais? E é com estes
sentimentos que me vindes interrogar? Raça de víboras traiçoeiras e venenosas!
E sacrílegas também. Porque, se em Mim não pudésseis ver mais que um Messias
humano, e me adoraríeis, seríeis idólatras. Somente a Deus se pode adorar. E em
verdade Eu vos digo que vós estais fingindo estar numa missão, tendo os poderes
e os encargos que vós, privados de espírito e de Sabedoria, imagineis ter. O
Messias não vem para dar ao seu povo um reino como vós pensais, não vem para
exercer vingança sobre outros poderosos. O reino dele não é deste mundo, e o
seu poder supera todos os poderes limitados do mundo.
Tu nos estás humilhando,
Mestre. Se Tu és Mestre, e nós somos ignorantes, por quê não nos queres
instruir?
Há três anos que Eu venho
fazendo isso, e vós ficais sempre nas trevas, porque rejeitais a Luz.
É verdade. Talvez seja
verdade. Mas o que aconteceu no passado pode não acontecer no futuro. E, então?
Tu, que tens piedade dos publicanos e das meretrizes, e que absolves os
pecadores, queres ser sem piedade para conosco, só porque somos de cerviz dura
e achamos difícil compreender quem és Tu?
Não é que vós acheis difícil o
que não quereis entender. Ser hebetado não seria culpa. Deus tem tantas luzes,
que poderia fazer brilhar a luz até na inteligência mais obtusa, mas cheia de
boa vontade. E esta em vós esta faltando. Ao contrário, vossa vontade é até o
oposto dessa. É por isso que não compreendeis quem Eu sou.
Será como Tu dizes. Tu estás
vendo como somos humildes. Mas nós te pedimos em nome de Deus. Responde ás
nossas perguntas. Não nos deixes mais suspensos. Até quando o nosso espírito deverá
ficar na incerteza? Se Tu és o Cristo, dize-o a nós abertamente.
Eu já vo-lo disse. Nas casas,
nas praças, pelas estradas, pelos povoados e sobre os montes, ao longo dos
rios, á frente do mar, diante dos desertos, no Templo, nas sinagogas, nas
feiras, Eu já vo-lo disse, e vós não credes. Não há nenhum ponto de Israel que
não tenha ouvido a minha voz. Até os lugares que trazem abusivamente o nome de
Israel há séculos, mas que estão separados do Templo, até os lugares que deram
o nome a esta nossa terra, mas que dominadores se tornaram súbditos, e nunca se
livraram completamente de seus erros, para virem á Verdade, até a Siro-Fenícia,
evitada pelos rabis como terra de pecado, ouviram a minha voz e conheceram o
meu ser. Eu vo-lo disse, e não credes em minhas palavras. Eu agi, e as minhas
ações não prestastes atenção, com boa intenção. Se o tivesses feito com a reta
intenção a respeito de Mim, teríeis chegado á fé em Mim, porque as obras que Eu
faço em nome do Pai dão testemunho de Mim. Aqueles de boa vontade que vieram
acompanhar-me, porque me reconheceram como Pastor, acreditaram em minhas
palavras e no testemunho que dão as minhas obras. E então? Credes talvez que o
que Eu faço não tenha sido feito para vossa utilidade? E de utilidade para
todas as criaturas? Desenganai-vos. E não queirais ficar pensando que o que é
útil já é dado pela saúde para cada um em particular, apenas readquirida pelo
meu poder, ou pela libertação de uma possessão, ou do pecado deste ou daquele.
Pois esta é uma utilidade circunscrita ao indivíduo. É pouca coisa comparada
com o poder que foi usado, e com uma fonte sobrenatural, e mais do que
sobrenatural: Divina, que é usada por ser a única utilidade. Eis aí a utilidade
coletiva nas obras que Eu faço. A utilidade, para tirar todas as dúvidas
daqueles que não têm certeza, e convencer os que lhe são contrários, além de
reforçar sempre mais a fé dos que crêem. É para essa utilidade coletiva, a
favor de todos os homens do presente e do futuro, pois as minhas obras
testemunharão sobre Mim e que o meu Pai me dá poder para Eu fazer o que faço.
Lembrai-vos sempre disso. Meditai nesta verdade.
Jesus para por um momento.
Fixa seu olhar sobre um judeu, que está de cabeça baixa, e depois diz: Tu, que
estás pensando assim, tu, esse da veste da cor da azeitona madura, e estás te
perguntando ser também o Satanás terá um fim bom. Não sejas tolo para seres
contra Mim, e ficares procurando erro em minhas palavras. Eu te respondo que
Satanás não é obra de Deus, mas da livre vontade do anjo rebelde. Deus o tinha
feito seu glorioso ministro, e assim o havia criado para um fim bom. Eis.
Agora, tu, falando com o teu próprio eu, dizes: “ Então, Deus é estulto, por
ter dado a glória a um futuro rebelde, e confiado seus planos a um
desobediente.”
Eu te respondo: Deus não é
estulto, mas perfeito em suas ações e pensamentos. E é perfeitíssimo. As
criaturas são imperfeitas, até as mais perfeitas. Sempre há nelas um ponto de
inferioridade, em comparação com Deus. Mas Deus que as ama, concedeu ás
criaturas o livre arbítrio para que, através dele, a criatura se complete nas
virtudes e se faça por isso semelhante a Deus, seu Pai. E ainda te digo, ó
irrisor e astuto procurador de pecado em minhas palavras, que, do Mal, que
voluntariamente te formou, Deus ainda faz sair um fim bom, que é o de servir
para fazer dos homens possuidores de uma glória merecida. As vitórias sobre o
Mal são a coroa dos eleitos. Se o mal não pudesse suscitar uma conseqüência boa
para os homens dispostos e de boa vontade, Deus o teria destruído.
Porque nada do que existe em
toda a criação deve estar totalmente privado de um incentivo bom ou bons, por
conseqüência.
Não respondes? Será duro para
ti teres que proclamar que Eu li em teu coração e que venci as ilações injustas
de teu pensamento tortuoso? Eu não te forçarei a fazê-lo. Mas, á vista de
todos, Eu te deixarei com a tua soberba. Eu não exijo que tu me proclames
vitorioso. Mas, quando estiveres sozinho com estes, semelhantes a ti, e com
aqueles que vos mandaram, então, confessa, tu também que Jesus de Nazaré leu os
pensamentos de tua mente, e estrangulou as tuas objeções na garganta, somente
com a arma de sua palavra de verdade.
Mas abandonemos esta
interrogação pessoal, e voltemos aos muitos que me estão ouvindo. Se apenas um
só de todos eles pelas minhas palavras convertesse o seu espírito para a luz,
estaria recompensado o meu cansaço por falar a pedras, ou melhor, a sepulcros
cheios de víboras.
Eu estava dizendo que os que
me amam me reconheceram como Pastor, pelas minhas palavras e minhas obras. Mas
vós não credes, não podeis crer, porque não sois as minhas ovelhinhas.
Que é que vós sois? Eu vo-lo
pergunto. Perguntai-o ao interior de vossos corações. Não sejais estultos.
Podeis conhecer-vos pelo que sois. Basta que escuteis a voz de vossa alma, que
não está tranqüila por continuar a ofender o Filho daquele que a criou. Vós
mesmo conhecendo o que sois não o direis. Não sois nem humildes, nem sinceros.
Mas Eu vos digo o que sois. Sois em parte uns lobos, e, em parte uns cabritos
selvagens, mas ninguém de vós, apesar da pele de cordeiro, que levais para
fingir-vos de cordeiros, passais por verdadeiros cordeiros. Por baixo do velo
macio e branco, tendes todas as cores ferozes, e chifres pontudos, dentes e
garras de bode ou de fera, e quereis ficar assim, e vos comprazeis ainda por
serdes assim, e só Se entrais no rebanho, é para fazer-lhe mal, ou causar
sofrimento, ou levar para o meio dele a desordem. As minhas ovelhas têm medo de
vós... Se elas fossem como vós sois, deveriam odiar-vos. Mas elas não sabem
odiar. São os cordeirinhos, do Príncipe da Paz, do Mestre do Amor, do Pastor
misericordioso. Eu não vos odiarei nunca. Deixo para vós o ódio, que é o mau
fruto da tríplice concupiscência, o “eu” desencadeado no animal homem, que vive
esquecido de que é também espírito, e não só carne. Eu fico com o que é meu: o
amor. E isso é o que Eu ensino aos meus cordeirinhos, e ofereço também avós,
para vos tornardes bons. Se vós tornásseis bons, então me entenderíeis, e vos
tornaríeis do meu rebanho, semelhantes aos outros que estão nele. Nós nos
amaríamos. Eu e as minhas ovelhas nos amamos. Elas me escutam, reconhecem a
minha voz.
Vós não sabeis o que é em
verdade conhecer a minha vós e não ter dúvidas sobre sua origem e saber
distingui-la entre mil outras vozes de falsos profetas, como se fosse a
verdadeira voz vinda do Céu. Agora e sempre, e até entre aqueles que crêem, e
que em parte o são, seguidores as Sabedoria, haverá muitos que não saberão
distinguir á minha voz das outras vozes que falarão de Deus, mais ou menos com
justiça, mas que serão todas elas vozes inferiores á minha...
“Dizes sempre que em breve te
vais embora, e depois queres dizer que falarás sempre? Se tiveres ido embora,
não falarás sempre,” diz um judeu, com um tom de desdém, como se falasse a um
débil mental.
Jesus ainda lhe responde, com
o seu tom paciente e amargurado, e que se tornou severo quando falou no começo
aos judeus, e depois, quando respondeu aos pensamentos e objeções daquele
judeu.
Eu falarei sempre, a fim de
que o mundo não se torne todo idólatra. E falarei aos meus escolhidos, para
repetir-vos as minhas palavras. O Espírito de Deus falará, e eles entenderão a
palavra, a frase, o modo, o lugar, o como, o instrumento, através dos quais a
palavra fala, enquanto que os meus eleitos não se perderão nesses estudos
inúteis, mas escutarão, atentos só ao amor, e compreenderão, porque será o Amor
quem vos falará. Eles saberão distinguir as ornadas páginas dos doutos ou as
mentirosas páginas dos falsos profetas, dos escritos que ensinam doutrinas
inquinadas, ou ensinam o que não praticam, das palavras simples e verdadeiras,
profundas, que por Mim serão proferidas. Mas o mundo as odiará por isso, porque
o Mundo me odeia a Mim, a Luz, e odeia os filhos da Luz, esse mundo tenebroso,
que ama as trevas, apropriadas para os seus pecados.
As minhas ovelhas me conhecem
e me conhecerão a Mim, e me seguirão sempre, até pelos caminhos de sangue e de
dor, que Eu percorrerei á frente delas, e que elas percorrerão depois de Mim.
Os caminhos que levam as almas á Sabedoria, os caminhos que o sangue o pranto
dos perseguidos porque ensinam a justiça e os tornam luminosos para que
resplendam no meio da escuridão das fumaças do mundo e de Satanás, e sejam como
fulgores de estrelas para conduzir quem procura o Caminho, a Verdade e a Vida,
mas não encontra quem a tudo isso os conduza. Porque disso é que precisam as
almas de quem as conduza á Vida, a Verdade, ao Caminho certo.
Deus é piedoso para com as
almas, que procuram e não acham, não por culpa delas, mas pela preguiça dos
pastores ídolos. Deus é piedoso para com as almas que, deixadas a si mesmas, se
perdem, e são acolhidas pelos ministros de Lúcifer, prontos para acolher aos
desviados e fazer deles prosélitos de suas doutrinas. Deus é piedoso para com
aqueles que caem no engano, somente porque os rabis de Deus, os assim chamados
rabis de Deus, se desinteressam por elas. Deus é piedoso para com todos esses
que vão ao encontro do desconforto, das escuridões, da morte por culpa dos
falsos mestres, que de mestres não tem mais do que a veste e o orgulho de serem
assim chamados. E por essas pobres almas, como mandou os profetas para o seu
povo, como mandou-me a Mim para todo o mundo, assim, depois de Mim mandará os
servos da Palavra, da Verdade e do Amor, para repetirem as minhas palavras. São
as minhas palavras as que dão a Vida. De tal modo que as minhas ovelhas de
agora, e de depois, terão a vida que Eu lhes darei, através da minha palavra
que é Vida eterna para os que a acolhem, e não perecerão nunca mais, e ninguém
os arrancará de minhas mãos.
“Nós nunca rejeitamos as
palavras dos verdadeiros profetas. Sempre respeitamos o João, o último
profeta”, responde com ira um dos judeus, e os seus companheiros lhe fazem eco.
Ele morreu em tempo, para não
ser mal visto por vós, e ser perseguido também por vós. Se ele ainda estivesse
entre os vivos, suas palavras “não é lícito”, que ele disse referindo-se a um
incesto carnal, ele o diria também a vós, que praticais um adultério
espiritual, fornicando com Satanás contra Deus. E vós o mata ríeis, como tendes
a intenção de me matar.
Os judeus fazem um tumulto,
cheios de ira, e já prontos a atacá-lo, cansados como estão, por precisarem
fingir-se mansos. Mas Jesus não se preocupa com isso. Levanta a voz para
dominar o tumulto, e grita.
E vós me perguntastes quem Eu
sou, ó hipócritas? Dizíeis querer saber para ficardes seguros? E agora dizeis
que João foi o último profeta. E assim duas vezes vos condenais pelo pecado da
mentira.
Uma vez, porque dizeis que nunca rejeitastes as palavras dos
verdadeiros profetas. E na outra, porque dizendo que João é o último profeta e
que vós credes nos verdadeiros profetas, não aceitais que Eu seja também
profeta, e verdadeiro profeta. Bocas mentirosas! Corações enganadores! Sim, em
verdade, em verdade, Eu aqui na casa de meu Pai, proclamo que sou mais do que
profeta. Eu tenho o que o Pai me deu. E o que o Pai me deu é mais precioso do
que tudo e do que todos, pois é uma coisa sobre a qual a vontade, e o poder dos
homens não pode pôr suas mãos rapinantes. Eu tenho o que Deus me deu e que,
mesmo estando em Mim, está sempre em Deus, e ninguém pode arrancá-lo das mãos
de meu Pai nem de Mim, porque é a mesma a nossa Natureza Divina. Eu e o Pai
somos Um.
“Ah! Que horror! Blasfêmia!
Anátema! “A gritaria dos judeus ressoa no Templo e mais uma vez as pedras
usadas pelos cambistas e pelos vendedores de animais para conservarem em ordem
os seus recintos, transformam-se em provisão para os que estão procurando armas
boas para atacar.
Mas Jesus se ergue, com os
braços cruzados sobre o peito. Ele subiu sobre uma cadeira de pedra, a fim de
ficar mais alto e visível, e de lá domina tudo com os raios de seus olhos de
safira. Domina e desfere seus raios. E está tão majestoso, que os paralisa. Em
vez de jogar as pedras, jogam-nas fora, ou seguram na mão, mas já sem terem a
ousadia de jogá-las contra Ele. Até a gritaria se acalma, em um estranho
desânimo. É o próprio Deus que cintila no Cristo. E quando Deus cintila assim,
até o homem mais insolente torna-se pequeno e espavorido. Fico pensando que
mistério está escondido em terem os judeus podido estar tão ferozes na Sexta
feira Santa. E que mistério houve na ausência desse poder dominador em Cristo
naquele dia, verdadeiramente foi a hora das Trevas, a hora de Satanás, e só esses
é que reinavam... A Divindade, a Paternidade de Deus havia abandonado o seu
Cristo, e Ele não era nada mais do que a Vítima...
Jesus fica assim alguns
minutos. Depois começa de novo a falar para esta multidão vendida e vil, que
perdeu toda a sua arrogância, somente por ter visto um relâmpago Divino.
Pois bem. Que quereis fazer?
Vós me havíeis perguntado quem Eu era. E Eu vo-lo disse. Vós ficastes furiosos.
Eu vos fiz lembrar de tudo o que Eu fiz, fiz-vos ver e recordar muitas obras
que provieram de meu Pai e foram feitas com o poder que me vem de meu Pai. Por
qual delas é que me apedrejais? Por haver ensinado a justiça? Por ter trazido
aos homens a Boa Nova? Por ter vindo convidar-vos para o Reino de Deus? Por ter
curado os vosso doentes? E dado a vista aos vossos cegos, dado o movimento aos
paralíticos, a palavra aos mudos, a liberdade aos possessos, perdoado aos
pecadores. Amado a todos, mesmo aos que me odeiam, como vós e os que vos
mandaram? Por qual, então, dessas obras é que me quereis apedrejar?
“Não é pelas boas obras que
fizeste que te apedrejamos, mas pela tua blasfêmia, porque Tu, sendo homem, te
fazes Deus.”
Não está escrito na vossa lei:
“ Eu disse: vós sois deuses e filhos do Altíssimo?” Pois bem. Se Deus chamou de
“deuses” a quem Ele falou, dando-lhe um mandamento, o de viver de tal modo que
a semelhança e a imagem de Deus, que está no homem, apareça claramente, e o
homem não seja um demônio nem um animal. Se “ deuses” são chamados os homens na
Escritura, que é toda inspirada por Deus, e por isso a Escritura não pode ser
alterada nem anulada, segundo o prazer ou o interesse do homem, porque me
dizeis que Eu estou blasfemando, Eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo,
só porque Eu digo: “ Sou o Filho de Deus? Se Eu não fizesse obras do meu Pai,
teríeis razão para não crerdes em Mim. Mas Eu as faço. E vós não quereis
acreditar em Mim. Crede então pelo menos nessas obras, a fim de que saibais e
reconheçais que o Pai está em Mim e que Eu estou no Pai.
A tempestade dos gritos e das
violências recomeça mais forte do que antes. De um dos terraços do Templo,
sobre o qual certamente estavam escutando escondidos os sacerdotes, os escribas
e os fariseus grasnam muitas vezes: “ Agarrai esse blasfemador. Sua culpa já
tornou pública. Todos nós já ouvimos. Morte ao blasfemador, que se proclama
Deus. Daí-lhe o mesmo castigo que foi dado ao filho da Salumit de Dabri. Que
seja levado para fora da cidade e apedrejado. Fazer isso é direito nosso! Está
escrito: “O blasfemador seja condenado á morte.”
Os incitamentos dos chefes
tornam mais aguda a ira dos judeus. E eles tentam apoderar-se de Jesus para
amarrá-lo ás mãos dos magistrados do Templo, que estão chegando, acompanhados
pelos guardas do Templo.
Mas, mais ligeiros do que
eles, uma vez mais, são os legionários que, estando de guarda na Fortaleza
Antônia, acompanharam o tumulto e saem para fora da caserna, indo para o lugar
da gritaria.
E assim Jesus consegue sair
dali...
(O Evangelho como me foi
Revelado – Maria Valtorta, Vol 8, pgs. 309.310,311,312,313,314,315,316,317,318)
A Paz de Jesus.
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