“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O MESTRE E AS CRIANÇAS.


O MESTRE E AS CRIANÇAS.


Eu to digo, com as mesmas palavras que dissestes, há pouco. Um belo salto por sobre a ilha pacífica e florida da espiritualidade, mas é necessário ter a coragem de dar o salto, abandonando a margem, o mundo. Saltar sem ficar pensando se há alguém que pode rir-se de nosso salto meio indeciso, ou zombando de nós pela nossa simplicidade em gostar mais de uma ilhazinha solitária do que do mundo. É preciso saltar sem o medo de ferir-se ou de molhar-se, ou de ficar desiludidos. Deixai tudo, para refugiar-vos em Deus. Ir colocar-se sobre a ilha separada do mundo, e de lá sair-se unicamente para distribuir aos que ficaram nas margens as flores e águas puras apanhadas na ilha do espírito, onde só existe uma árvore: a árvore da Sabedoria. Estando perto dela e longe dos fragores do mundo, compreende-se todas as palavras, e nos tornamos mestres, se soubermos ser discípulos. Isto também é um símbolo.
Mas agora contaremos uma bela parábola aos pequeninos. Vinde cá, bem para perto de Mim.
Os três meninos vão tão para perto de Jesus, que chegam a sentar-se precisamente em suas pernas. Jesus os toma nos braços, e começa a narrar: 
Um dia o Senhor Deus disse:
Irei fazer o homem, e o homem viverá no Paraíso Terrestre, onde está o grande rio, que depois se divide em quatro, e que são: o Fison, o Geon, o Eufrates e o Tigre, que percorrem a terra. E o homem será feliz, tendo todas as belezas e bondades da Natureza e o meu amor para alegria do seu espírito. E assim fez. Era como se o homem estivesse em uma grande ilha, mas ainda mais florida do que esta e com plantas de todas as espécies e com todos os animais. E que acima dele estivesse o amor de Deus, a fazer de sol para sua alma, e a voz de Deus estava nos ventos, mais melodiosa do que o canto dos passarinhos.
Mas aconteceu que nesta bela ilha florida, por entre todos os animais e plantas, entrou, arrastando-se, uma serpente, diferente daquelas que haviam sido criadas por Deus, e que eram todas sem terem veneno nos dentes, nem ferocidade nas espirais de um corpo flexível. Além disso, aquela serpente se havia vestido com uma pele com as cores das pedras preciosas que outras tinham, e até se fizera mais bonita do que elas, chegando até a parecer um grande colar de rei, que estivesse pulando por entre as esplêndidas árvores do jardim. Ela foi enroscar-se ao redor de uma árvore, que se erguia no meio do jardim, uma árvore bonita, solitária, muito mais alta do que esta, coberta de folhas e de frutos maravilhosos. E a serpente parecia uma jóia, ao redor da bela árvore, que cintilava ao sol, e todos os animais olhavam para ela. Porque eles a olhavam? Porque nenhum deles se lembrava de terem visto Deus criá-la, nem de tê-la visto antes. Mas ninguém se aproximava dela, pelo contrário, todos se afastavam da árvore que tinha a serpente ao redor de seu tronco.
Somente o homem e a mulher é que se aproximaram de lá, a mulher antes do homem, porque lhe agradava aquela coisa que Luzia, que brilhava ao sol, e movia a cabeça, parecendo um flor ainda entreaberta, e ouviu o que a serpente estava dizendo, e desobedeceu ao Senhor, e fez que Adão lhe desobedecesse. Somente depois de terem desobedecido, é que viram a serpente como ela era. E compreenderam o pecado, porque já tinham perdido a inocência do coração. E foram esconder-se de Deus, que os estava procurando, e ainda mentiram a Deus que os interrogava.
Então, Deus enviou anjos ás fronteiras do jardim, e expulsou dele os homens. Foi como se os homens tivessem sido jogados da margem segura do Éden aos rios da terra, cheios de água, como quando chegaram as cheias da primavera. Mas Deus deixou ainda no fundo dos corações dos expulsos a lembrança do seu destino eterno, isto é, da passagem pelo belo jardim, onde ouviam a voz e o amor de Deus, no Paraíso, onde tinham, gozado de Deus completamente, e, junto com essa lembrança, deixou-lhes o estímulo santo de procurarem subir de novo para o lugar que haviam perdido, levando agora uma vida de justiça.
Mas, meus meninos, vós o vistes, há pouco como, enquanto a barca vai descendo, é fácil o seu caminho, ao passo que, quando ela tem que subir, sente-se cansada e com dificuldade até só para flutuar, para não ser revirada pela onda, e para não naufragar por entre as ervas, as areias ou pedras do fundo do rio. Se Simão Pedro não tivesse amarrado as vossas barquinhas com os juncos finos da margem, vós teríeis perdido todos, assim como aconteceu ao Isa que, por ter deixado o junco ir-se embora.
O mesmo acontece com os homens jogados sobre as correntes desta terra. Eles precisam estar sempre nas mãos de Deus, entregando suas vontades, como se fez com o junco, as mãos do bom Pai que está nos Céus, e que é Pai de todos, especialmente dos inocentes, e devem ter os olhos vigilantes a fim de evitar as ervas e tropeços, as pedras e redemoinhos e  lama que poderiam impedir-lhes a passagem, ou engolir a barca de sua alma, arrancando o fio da vontade que os conserva unidos a Deus. Porque a Serpente, que não está mais no jardim, está agora sobre a terra, e procura somente isto: fazer que naufraguem as almas, procura impedi-las de subir de novo pelo Eufrates, o Tigre, o Geon e o Fison, para irem ao Grande Rio que corre no Paraíso Eterno e alimenta as árvores da Vida e da Salvação, que estão carregadas com os frutos perenes, dos quais gozarão todos aqueles que souberem subir de novo pela corrente para se reunirem com Deus e com os seus Anjos, sem terem nunca mais de sofrer nada.

( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, pgs. 472, 473,474)


A paz de Jesus.

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