A genuína justiça não tira vinganças, nem faz restrições.
Um homem, ou melhor, o Homem,
o Filho do Homem, tem inimigos e amigos. Muitos inimigos e poucos amigos. Os
inimigos e cujos pensamentos Ele não ignora, e dos quais ele sabe qual é a
vontade que não se desviará de nenhuma ação, por mais horrenda que ela seja.
Nisso eles são mais fortes do que os seus amigos, nos quais o medo ou a
desilusão, ou uma excessiva confiança servem como uns aríetes destruidores de
sua fortaleza.
Este Filho do Homem, que tem muitos inimigos,
e do qual se censuram tantas coisas não verdadeiras, encontrou ontem um pobre
menino, o mais desolado dos meninos, filho de um homem que é inimigo dele. O
menino estava deforme e estropiado, e pedia uma graça estranha: a graça de
morrer.
Todos pedem honras e alegrias
ao Filho do Homem, pedem saúde, pedem vida. Mas este menino pedia a morte, para
não sofrer mais. Ele já conheceu toda a dor da carne e do coração, porque
aquele que o gerou, e que me odeia sem razão, odeia também ao inocente infeliz
que ele gerou. E Eu o curei, para que não sofra mais, porque além da saúde
física, possa conseguir também a saúde do espírito. Também sua pequena alma
está doente. O ódio do pai e o escárnio dos homens a encheram de chagas,
fizeram dela uma despojada de amor. Só o que ficou nele foi a fé no Céu, no
Filho do Homem, ao qual, ou melhor, aos quais ele pede para morrer. Agora, vós
o ouvireis falar.
O menino limpo e alinhado, com
sua vestezinha de lã branca, que a Noemi acordada durante a noite, coseu, vem
para a frente pela mão da velha nutriz. Ele é pequeno, ainda que, não estando
mais corcovado, nem manco, esteja hoje parecendo mais alto do que ontem. Tem um
rostinho irregular e um pouco enrugado de quem a dor fez que ficasse adulto
antes do tempo.
Mas não está mais deformado.
Seus pezinhos descalços pisam com firmeza no chão, com um passo que não tem
mais aquela incerteza dos moncos, e os ombros magros estão bem de acordo com a
sua magreza. Seu pescoço fino passa acima dos ombros e parece mais longo, em
comparação com o tamanho que tinha ontem, quando ele se afundava por entre as
clavículas assimétricas.

“Eu não faço milagres para granjear amigos. Mas por piedade das
criaturas e para prestar honra ao meu Pai. Não faço distinções nem cálculos
nunca, quando Eu me curvo com piedade sobre uma miséria humana. Não me vingo de
quem me persegue..”, diz Jesus.
( O Evangelho como me foi
Revelado – Maria Valtorta, Vol 9, pgs 266,267)
Obs:
O pai do menino curado por Jesus, era Naum, homem de confiança de Anás, líder
junto com Caifas do Sinédrio, que com outros fariseus, comprou Judas Iscariodes
com trinta moedas para trair Jesus, e depois, sentenciaram-no a morte.
Jesus
quando curou o menino sabia disso, e mesmo assim o curou. A Misericórdia e a
piedade falam mais alto do que a vingança ou qualquer tipo de restrições.
Jesus
foi de fato o próprio Amor que andou na terra. E amou... amou até se doar
totalmente por nós. E Ele próprio já nos dizia: Se quiserem ser perfeitos, amem
os teus inimigos como se fossem seus amigos.
A paz de Jesus.
Sem comentários:
Enviar um comentário