“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 12 de junho de 2015

JESUS CONSOLANDO PEDRO.


JESUS CONSOLANDO PEDRO.

Maria Valtorta viu e ouviu o que se segue por um milagre de Deus.

Não. Mas não posso mais com isto. No alto do Nebo, aquela violência. Antes foi em Esebon, e antes de lá, em Jerusalém, e em Cafarnaum. Depois do Nebo, em Caliroé e agora em Betábara...Oh!
Ele inclina a cabeça entre as mãos e chora...
Não te entristeças, Simão. Não te faças ficar privado até da tua, da vossa coragem! Diz-lhe Jesus, indo para perto dele e pondo uma mão sobre a pesada veste cinzenta com que se cobre o Apóstolo.
Não posso, não posso nem ver. Não posso ver-te sendo maltratado assim... Se me deixasse reagir, talvez eu pudesse. Mas assim... eu ter que conter-me... e ficar ouvindo os insultos deles aos teus sofrimentos, como um pequenino inocente. Oh! Isso me arrebenta todo por dentro, e viro um trapo... Mas olhai se é possível ficar vendo-o assim. Parece um doente, alguém que está morrendo de febre. Parece um culpado que está sendo perseguido e não encontra onde parar, onde encostar a cabeça. Aquela hiena do Nebo! Aquelas serpentes de Caliroé. Aquele doido, que ainda está lá. Sem falar no segundo, que tu dizes ser dominado por Belzebu! Eu tenho medo dos endemoninhados. Penso que Satanás assim os prendeu, devem ter sido muito maus. Mas... o homem pode cair, sem nenhuma vontade de fazê-lo. Contudo aqueles que, sem serem possessos, fazem o que estão fazendo, com todo o seu raciocínio livre! Oh! Não os vencerá nunca, visto que não os queres castigar? E eles... te vencerão. E o pranto do Apóstolo fiel, que se havia enxugado sob o fogo da ira, recomeça forte...
Meu Pedro, e tu crês que eles não sejam possessos? Crês que para o serem, precisam ser como aquele de Caliroé e outros que temos encontrado? Crês que a possessão se manifeste somente com aqueles gritos indecentes, com aqueles pulos, aquelas fúrias, a mania de viver em furnas, com os mutismos, com os membros encolhidos, com a razão entorpecida, de modo que o possesso fala e age inconscientemente? Não. Há também as obsessões e as possessões, mais sutis e fortes, e mais perigosas, porque criam obstáculos á razão e a enfraquecem, a fim de que não faça coisas boas, mas até a desenvolvem, a aumentam para que seja poderosa, a fim de servir aquele que a possui. Deus, quando toma posse de uma inteligência, e faz uso dela a fim que o sirva, transfunde na mesma e nas horas em que o próprio indivíduo está a serviço de Deus, a inteligência sobrenatural, que aumenta de muito a inteligência natural dele. Credes, por exemplo, que Isaías, Ezequiel, Daniel e os outros profetas, se tivessem devido ler e explicar aquelas profecias, como se elas tivessem sido escritas por outros, não teriam eles encontrado nelas as dificuldades indecifráveis que nelas encontram nossos contemporâneos? E no entanto, Eu vos digo que eles , quando as recebiam, as compreendiam perfeitamente.
 Olha Simão, apanhemos esta flor, que nasceu aqui, aos teus pés. O que tu estás vendo na sombra que envolve o cálice? Nada. Vês um cálice profundo, uma pequena boca, e nada mais. Agora, olha para ele, enquanto eu apanho e o trago para cá, para baixo deste raio de sol. Que estás vendo?
“Vejo uns estames, vejo o pólen, uma coroazinha de pequenos pêlos, que parecem uns cílios. E ao redor dos estames, uma tirinha toda cheia de cílios pequeninos, que orna a pétala larga e as duas menores... e vejo uma gotinha de orvalho no fundo do cálice... e... oh! Aí está! Um mosquitinho cheio de cílios, que não consegue livrar-se mais... Mas, então! Deixa-me ver melhor! O pequeno pêlo parece ter sido untado com mel, e está pegajoso... Já entendi! Deus o fez assim, ou para que a planta se nutra, ou para que se nutram os passarinhos que vêm apanhar as moscas, ou para que o ar fique limpo delas... Que maravilha!”
Mas, sem a forte luz do sol, não terias visto nada.
É verdade. Não teria.
Igualmente acontece com o que é da propriedade de Deus. A criatura que de seu “eu”, leva somente a boa vontade de amar totalmente ao seu Deus, com o abandono de seus desejos, com a prática das virtudes e o domínio de suas paixões, fica absorta em Deus, na Sabedoria que é Deus, tudo vê e compreende. Depois de terminada essa ação, penetra na criatura um estado no qual o que foi recebido se transforme em norma de vida e santificação, mas faz ficar escuro, ou melhor, crepuscular, o que antes parecia tão claro. O demônio, perpétuo inimigo de Deus, produz um efeito análogo nos obsessos da mente, ainda que mais limitado, porque somente Deus é infinito, naqueles que espontaneamente se lhe entregam para triunfarem, e comunica-lhes uma inteligência superior, mas unicamente voltada para o mal, para prejudicar, para ofender a Deus e ao homem. Mas a ação de Satanás encontrando o consentimento da alma, é contínua, levando-lhe assim, gradualmente á ciência total do mal. Estas são as piores possessões. Nada disso aparece externamente, e por isso não são evitados esses possessos. Como Eu já disse muitas vezes, o Filho do homem vai ser ferido pelos possessos desta qualidade.
(O Evangelho como me foi Revelado, Maria Valtorta, Vol 8, pgs 17,18,19)

A paz de Jesus.

Antonio Carlos Calciolari.

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