“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A PARÁBOLA DO JUIZ E DA VIÚVA.


A PARÁBOLA DO JUIZ E DA VIÚVA.

Maria Valtorta viu e ouviu o que se segue por um milagre de Deus.

Vós sabeis o que diz o Deuteronômio, ao tratar dos juízes e magistrados. Eles deveriam ser justos e misericordiosos ouvindo com serenidade de espírito a quem s eles recorre, pensando sempre em julgar, como se o caso que lhes é apresentado, fosse um caso acontecido com eles próprios, sem levar em conta os presentes nem as ameaças, sem condescendência para com os amigos culpados, e sem durezas para com os que estão de mal com os amigos do juiz. Mas se são justas as palavras da Lei, não são igualmente justos os homens, e não sabem obedecer á Lei. Por aí se vê que a justiça humana é muitas vezes imperfeita, pois raros são os juízes que sabem conservar-se puros da corrupção, misericordiosos, tão pacientes para com os ricos como para com os pobres, para com as viúvas e os órfãos, como eles o são para com aqueles que tais não são.
Diz Jesus:”Escutai esta parábola, que vos ensinará o valor da oração constante.”
Em uma cidade havia um juiz muito indigno do seu ofício, que foi conseguido por meio de parentes muito influentes. Ele era extraordinariamente desigual em seus julgamentos, estando sempre propenso a dar razão ao rico e ao poderoso, ou a quem pelos ricos e poderosos era recomendado, ou então para quem o comprava com grandes donativos. Ele não temia a Deus, escarnecia dos lamentos do pobre e de quem era fraco, por estar este sozinho e sem boas defesas. Quando não queria atender a quem tivesse tão evidentes razões de vitória contra um rico, a ponto de não poder dar razão a este de maneira alguma, fazia que expulsassem o outro de sua presença, ameaçando-o ainda de pô-lo na cadeia. E os presentes ao julgamento sofriam com suas violências, retirando-se de lá derrotados, e resignados com a derrota. Até mesmo antes que a causa tivesse sido discutida.
Mas naquela cidade havia também uma viúva carregada de filhos, a qual feitos por seu falecido esposo. E ela, obrigada pelas necessidades e pelo amor materno, havia procurado receber do rico aquela soma, que lhe daria as condições de matar a fome de seus filhos e dar-lhes roupas no inverno que se aproximava. Mas, tendo-se tornado inúteis todas as pressões e súplicas que ela fazia ao rico, ela então recorreu ao juiz.
O juiz era amigo do rico, o qual lhe havia dito: “Se me deres ganho de causa, a terça parte da soma será tua.” Por isso o juiz se fez de surdo ás palavras da viúva, que assim lhe rogava:” Faze-me justiça contra o meu adversário. Tu estás vendo se eu estou ou não precisando disso. Todos podem dizer se estou, ou não precisando daquela soma.” O juiz se fez de surdo, e mandou que seus ajudantes a expulsassem. Mas a mulher voltou, uma, duas, dez vezes, pela manhã, ás nove horas, ao meio-dia e á tarde, incansavelmente. E o acompanhava pela rua gritando: “ Faze-me justiça. Meus filhos estão com fome e frio. E eu não tenho dinheiro para comprar farinha e roupas.” Depois ela ia ficar esperando na soleira da casa do juiz, quando ele voltava para casa, e ia sentar-se á mesa com seus filhos. E a viúva gritava: “Faze-me justiça contra meu adversário, porque eu estou com fome e com frio e também os meus filhos.” E entrava pela casa adentro, até a sala de jantar, e no quarto de dormir á noite, insistindo sempre, como se fosse o grito de uma poupa: “Faze-me justiça. Lembra-te de que a viúva e os órfãos são consagrados a Deus, e ai de quem os conculcar! Faze-me justiça, se não queres sofrer um dia o que nós estamos sofrendo. A nossa fome e o nosso frio, tu os encontrarás na outra vida, se não fizeres justiça. Infeliz de ti!
O juiz não temia a Deus, nem temia ao próximo. Mas de ficar sendo sempre molestado, de ser feito objeto de chacota por parte da cidade inteira, por causa da perseguição que lhe fazia a viúva, e de ser feito também de censura de todos, de tudo isso já estava cansado. Por isso, um dia ele disse a si mesmo: “Ainda que eu não tema a Deus nem ás ameaças da mulher nem em que pensam os cidadãos, contudo, para pôr fim a coisas tão aborrecidas, eu vou dar ouvidos á viúva, e farei justiça, obrigando o rico a pagar. Basta que ela não me persiga mais, e saia de ao redor de mim.” E tendo chamado o amigo rico, lhe disse: “Não é mais possível que eu te contente. Cumpre o teu dever, e paga, porque eu não suporto mais ser molestado por tua causa. É isto. “E o rico teve que desembolsar a soma conforme a justiça.”
(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 8, pags 43,44,45)

A paz de Jesus.

Antonio Carlos Calciolari.

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