NAS PERSEGUIÇÕES CADA
UM SAIBA CARREGAR SUA CRUZ
Antonio - Nestes dias de perseguições a cristãos em todo
planeta, Jesus nos orienta sobre nossa
decisão de acompanhá-lo e suas consequências. Por isso cada um de nós
devemos aceitar de livre e espontânea vontade, sermos ou não, corredentores,
acompanhando nossos Santos e Mártires do passado, em defesa de nossa fé.
Para se ter uma ideia do ódio que reinava contra Jesus, o que
se segue ocorreu apenas alguns dias depois de Jesus ressuscitar Lázaro, na
presença dos fariseus, sinedritas, escribas, judeus, dos apóstolos e uma
centena de pessoas que lá estavam, na casa de Lázaro em Betânia. A constatação
de que somente Deus poderia restituir um corpo já decomposto, e ainda dar-lhe
vida, fez com que ficassem assombrados, temerosos e ao mesmo tempo furiosos
diante da verdade inquestionável.
Diz Jesus:
“A estas horas está para ser lido nas quinhentas tantas
sinagogas de Jerusalém, e daquelas cidades que o puderam receber, edital,
emitido ontem à hora sexta, onde consta que Eu sou o grande pecador que cada um
que souber onde Eu estou tem o dever de denunciar-me ao Sinédrio, para que ele
me capture.”
Os apóstolos gritam, como se já o estivessem vendo preso.
João se agarra ao pescoço de Jesus gemendo: “Ah! Eu sempre o previa!”, e soluça
fortemente. Alguns fazem imprecauções contra o Sinédrio, outros invocam a
Justiça divina, outros choram, e outros ficam como umas estátuas.
“Calai-vos. Escutai. Eu nunca vos enganei. Eu sempre vos
disse a Verdade. Como Eu pude, vos defendi e protegi. A vossa proximidade de
Mim foi-me sempre amável. Como a de uns filhos. Também Eu não escondi de vós a
minha última hora. Os meus perigos... a minha Paixão. Mas aquilo eram coisas
minhas, exclusivamente minhas. Agora, são os vossos perigos, a vossa segurança
e a de vossas famílias que hão de ser postos em consideração. E Eu vos peço que
o façais, tendes para isso a liberdade completa. Não considereis essas coisas,
pensando no amor que tendes por Mim, nem na escolha que de vós foi feita por
Mim. Fazei de conta que Eu vos dispenso de todas as obrigações para com Deus e
para com o seu Cristo. Fazei de conta que nos encontramos aqui, agora, pela
primeira vez, e que vós, depois de me terdes ouvido, trocais ideias uns com os
outros sobre se convém ou não acompanhar o Desconhecido, cujas palavras vos
haviam comovido. Fazei de conta que Me estais ouvindo e vendo pela primeira
vez, e que Eu vos diga: “Olhai como Eu
sou perseguido e odiado e que quem me segue é perseguido e odiado como Eu, em
sua pessoa, em seus interesses, em seus afetos. Vede bem que a perseguição pode
terminar até com uma morte e com o confisco dos bens de família.”
Pensai e decidi, Eu vos amarei igualmente, mesmo se me
disserdes: “Mestre, eu não posso ir contigo.” Ficais entristecidos? Não deveis
ficar assim. Sejamos bons amigos que decidem em paz e com amor o que se há de
fazer, com uma compaixão recíproca. Eu não posso deixar-vos ir ao encontro com
o futuro, sem fazer-vos refletir antes. Eu não tenho falta de estima para
convosco. Eu vos amo a todos. Mas Eu sou o Mestre. E o Mestre obviamente
conhece os seus discípulos. Eu sou o Pastor, e o Pastor obviamente conhece os
seus cordeiros. Eu sei que os meus discípulos, expostos a uma prova, sem
estarem suficientemente preparados para ela, não somente pela sabedoria que vem
do Mestre, e que por isso é boa e perfeita, mas também pela reflexão que deve
provir deles, poderiam fracassar, ou, pelo menos, deixar de triunfar, como
alguns atletas nos estádios. Moderarem-se a si mesmos e controlem-se, é sempre
uma sábia medida. Tanto nas pequenas, como nas grandes coisas. Eu, como Pastor,
devo dizer aos meus cordeiros: “Agora Eu
vou entrar em uma terra de lobos e de sanguinários. Tereis vós coragem de andar
pelo meio deles?” Eu poderia até dizer-vos já, quem é que não vai ter
coragem de passar pela prova, por mais que Eu vos possa garantir, e com toda
certeza, que nenhum de vós cairá pela mão dos carrascos que irão sacrificar o
Cordeiro de Deus. A minha captura será de tal valor para eles, que só ela já
lhes bastará. Por isso, Eu vos digo: “Refleti”.
Há tempo Eu vos dizia: “Não temais aqueles que matam.” Eu vos dizia: “Aquele
que põe a mão no arado e se vira para considerar o passado e o que pode perder
ou adquirir, não está apto para a minha missão.” Mas aquilo eram normas
para dar-vos a medida do que era ser discípulos, eram normas para o futuro, que
virá, quando Eu não for mais o Mestre, mas serão mestres os que me forem,
fiéis. Aquelas normas vos eram dadas para formar em vós uma alma forte. Mas
mesmo essa fortaleza, que não se pode negar que vós a devais ter, junto com o
nada que vós éreis – Eu falo do vosso espírito – é ainda muito pouca, em
comparação com o tamanho da prova.
Oh! Não fiqueis pensando em vossos corações: “O Mestre está
escandalizado conosco!” Eu não vos escandalizo. Pelo contrário, Eu vos digo que
nem mesmo vós deveis, nem devereis escandalizar-vos com vossa fraqueza. Em
todos os tempos futuros, entre os membros da minha Igreja, tanto os cordeiros
como os pastores serão pessoas inferiores à grandeza de sua missão. Haverá
épocas em que os pastores ídolos serão mais do que os verdadeiros pastores e do
que os verdadeiros fiéis. Haverá épocas de eclipses do espírito de fé no mundo.
Mas o eclipse não é a morte de um astro. Depois a beleza dele reaparece, e
parece até mais luminosa. Assim é que vai ser o meu ovil. Eu vos digo: “Refleti.” Eu vo-lo digo como Mestre,
Pastor e amigo. Eu vos deixo em plena liberdade de discutir entre vós.
Agora vou lá para o meio daquela vegetação para rezar. E, um por um, cada um me
irá dizer o seu pensamento. Eu abençoarei a vossa honestidade sincera, seja
qual for. E vos amarei por tudo o que até aqui já me destes. Adeus.”
Jesus se levanta e lá se vai.”(Valtorta-Vol 8)
Antonio – A resposta dos apóstolos todos nós sabemos qual
foi, seguiram Jesus até a morte. Seremos nós, os remanescentes do final dos
tempos, capazes de fazer o mesmo?
Que a iluminação das consciências venha logo.
Antonio Carlos Calciolari
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