A PERFEITA LEI DO AMOR
"Considera estas pessoas, que abandonaram o pecado mortal por
causa do temor servil; é necessário que passem ao amor virtuoso. O temor
servil, sozinho, não basta para lhes dar a vida eterna.
O medo constituía a lei antiga, que eu dei através de Moisés.
Ela se baseava no temor, pois o castigo seguia imediatamente à culpa. A lei
nova é a do amor e veio com meu Filho; fundamenta-se na caridade. A nova lei
não cancelou a antiga, mas a aperfeiçoou; meu Filho o disse: "Não vim
abolir a lei, mas cumpri-la". Jesus fundiu a lei do temor com a lei do
amor; eliminou o imperfeito medo de castigos e deu-lhe o temor santo, isto é, o
medo de ofender-me. Assim, a lei imperfeita tornou-se perfeita lei do amor. Por
sua vinda, meu Filho - qual carro de fogo - trouxe o fogo da caridade através
da natureza humana e a misericórdia em abundância. Ele aboliu o castigo pelas
faltas. Na lei mosaica, antigamente, havia a ordem de se punir imediatamente a
culpa; hoje não é mais assim. A culpa não é mais castigada nesta vida. Agora
ninguém mais deve ter temor servil, pois a culpa não é punida, mas deixa-se
para depois, na vida futura, quando a alma estiver separada do corpo. Assim
mesmo, só no caso de que o homem não se emende pela contrição perfeita.
Enquanto viver (aqui), o homem estará no tempo do perdão; só depois de morto
terá o tempo da justiça. É necessário, portanto, abandonar o temor servil e
praticar o temor santo, o amor por mim. Em caso contrário, recai-se no rio do
pecado por ocasião das adversidades ou das consolações. Estas últimas, se a
pessoa a elas se apegar desordenadamente, tornam-se espinhos que ferem a alma."
(Do Livro “O Diálogo – Santa Catarina de Sena)
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