“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 29 de julho de 2016

OS TRÊS REIS MAGOS


MARIA DE ÁGREDA – DO LIVRO: MÍSTICA CIDADE DE DEUS


Vêm os três Reis magos do oriente e adoraram o Verbo humanado em Belém.

Muito copiosa e clara foi esta ilustração sobre o mistério da Encarnação, feita aos Reis. Foram informados que o Rei dos judeus havia nascido, Deus e homem verdadeiro, o Messias e Redentor esperado, prometido pelas Escrituras e profecias e como sinal para o encontrar, lhes seria mostrada a estrela profetizada por Balaão. Entenderam também, cada um dos três Reis, que o mesmo aviso era dado aos dois outros, e que tal prodígio e favor não devia ser negligenciado, mas cumpria-lhes atender ao que a luz divina lhes inspirava.  Neste ínterim, o santo Anjo enviado de Belém aos reis, formou da matéria do ar uma estrela fulgurante, ainda que menor que as do firmamento. Permaneceu na altura necessária para a finalidade de Sua formação, e na região aérea guiaria os santos reis até à gruta do Menino Deus. Sua claridade era nova e diferente da do Sol e das outras estrelas. De luz belíssima, à noite brilhava como tocha claríssima, e de dia, mesmo ao esplendor do Sol, podia ser vista. Ao sair de casa, cada um dos Reis viu a estrela, por que se encontrava em posição e altitude que os três, em diferentes lugares, puderam vê-la. Dirigindo- se pela estrela, logo se encontraram e quando se reuniram, ela desceu consideravelmente na região do ar, de modo que gozavam mais de perto de sua refulgência. Juntos, conferiram as revelações que haviam recebido, suas resoluções, e viram que todos tinham o mesmo propósito. Esta palestra aumentou-lhes o entusiasmo, devoção e desejos de adorar ao Menino Deus recém-nascido. Encheram-se de admiração e enaltecendo o Todo-Poderoso em suas obras e sublimes mistérios.  Ao sair de Jerusalém, os Magos avistaram novamente a estrela que desaparecera ao ali entrarem. Seguindo sua luz chegaram a Belém, na gruta do nascimento. Ali a estrela desceu, entrou, pousou sobre a cabeça do Menino Jesus iluminando-o com seu brilho, em seguida, se desintegrou na matéria de que havia sido formada e desapareceu. Fora nossa grande Rainha avisada pelo Senhor da vinda dos três Reis. Quando se aproximavam da gruta, Ela avisou São José, pedindo-lhe que não saísse e permanecesse ao seu lado.
A prudentíssima Senhora, porém, retirou a Sua e ofereceu a do Redentor do mundo, dizendo: Meu espírito se alegra no Senhor e minha alma O bendiz porque, entre todas as nações, vos escolheu e chamou, para que com vossos olhos contempleis o Verbo feito homem, o que muitos reis e profetas desejaram e não alcançaram. Exaltemos e bendigamos Seu nome pelas misericórdias que derrama sobre Seu povo. Beijemos a terra que santifica com Sua Real presença.

Não é extraordinário que isto acontecesse, porque mediante as palavras de Maria Santíssima foram ilustrados pelo Espírito Santo e cheios de ciência infusa sobre quanto perguntaram e ainda em outras muitas matérias.  Recebeu a divina Mãe os dons dos reis e, em nome deles, os ofereceu ao infante Jesus. Este, com agradável semblante, demonstrou que os aceitava. Abençoou-os, de maneira que os Reis compreenderam que retribuía os dons oferecidos, com abundância de Graças celestes, mais do que cem por um. À divina Princesa ofereceram algumas jóias de grande valor, segundo o costume de suas terras. Como, porém, isto não se referia ao mistério, não as aceitou, e só ficou com os três dons de ouro, incenso e mirra. Para enviá-los mais consolados, deu-lhes alguns panos nos quais envolvera o Menino Deus. Não tinha, nem podia ter, prendas mais ricas para lhes oferecer. Receberam os três reis estas relíquias, com tanta veneração e apreço, que as guardaram guarnecendo-as com ouro e pedras preciosas. Em testemunho de Sua grandeza, estas relíquias exalavam tanta fragrância que era percebida de quase uma légua de distância. Este perfume, todavia, era sentido só pelos que tinham Fé na vinda de Deus ao mundo. Os incrédulos não participavam dessa Graça e nada sentiam. Com estas preciosas relíquias, operaram os Reis grandes milagres em suas pátrias.

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