Você é cristão? Então responda: Em qual destas comemorações você iria?
O
simbólico gesto do Papa Francisco comemorando o heresiarca Lutero
Luiz Sérgio
Solimeo
Muitas vezes os atos e gestos simbólicos têm
maior força de persuasão do que as palavras e os raciocínios, embora ambos se
completem. Foi assim com o Divino Salvador, que alternava continuamente sua
pregação com gestos simbólicos e o uso de metáforas e parábolas.
Também por essa razão a Igreja sempre se
cercou de símbolos, a fim de tornar mais perceptíveis a beleza de sua doutrina,
a sacralidade de sua liturgia, a dignidade e a autoridade de seus hierarcas. O
Papa era coroado solenemente, para simbolizar o poder a ele conferido por Nosso
Senhor como sucessor de São Pedro no governo da Igreja e orientação da
Cristandade.
Magistério por atos simbólicos
O Sumo Pontífice atual faz muito uso dos
gestos simbólicos e tem um magistério mais feito de atos e atitudes do que
propriamente de palavras, embora as utilize, infelizmente com frequência, de
modo confuso e mesmo escandaloso, como o famoso “quem sou eu para julgar?”
Na linha de seu magistério através de atos e
gestos, reveste-se de suma gravidade sua anunciada participação nas
comemorações da revolta do monge apóstata e heresiarca Martinho Lutero.
Com efeito, como informou o “Vatican
Informative Service” de 25 de janeiro último, Francisco irá neste ano à cidade
de Lund, na Suécia, onde “presidirá uma comemoração conjunta da Reforma
em 31 de Outubro” com dirigentes luteranos Como se recorda, foi nessa data
que, em 1517, Lutero teria afixado as suas 95 teses na porta da igreja do
castelo de Wittenberg.
A comemoração de um fato histórico não é uma
simples lembrança do mesmo, como poderia ocorrer numa aula de história. É a
rememoração festiva e com louvor de algo que se julga digno de admiração,
imitação ou mesmo de devoção. É assim que o orbe católico comemorará em 2017 o
centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima.
Como pode o Papa Francisco participar
ativamente das comemorações da revolta de Lutero contra a Igreja e o Papado sem
dar a impressão a católicos e não-católicos de que ele admira os atos e as
doutrinas do heresiarca?
Condenação solene dos erros de Lutero
Convém lembrar que na Bula Exurge
Domine, de 15 de junho de 1520, o Papa Leão X condenou solenemente 41 dos
erros defendidos por Lutero em 1517:
“Pela autoridade do Deus Todo-Poderoso, dos
santos apóstolos Pedro e Paulo, e de nossa própria autoridade, nós condenamos,
reprovamos, e rejeitamos completamente cada uma dessas teses ou erros como
heréticos, escandalosos, falsos, ofensivos aos ouvidos piedosos ou sedutores
das mentes simples, e contra a verdade católica. Listando-os, nós decretamos e
declaramos que todos os fiéis de ambos os sexos devem considerá-los como
condenados, reprovados e rejeitados [...] Nós os proibimos a todos em nome da
santa obediência e sob as penas de uma automática excomunhão...”
Do mesmo modo, o Papa condenava os outros
escritos de Lutero:
“Ainda mais, por causa dos precedentes erros
e de muitos outros contidos nos livros ou escritos e sermões de Martinho
Lutero, nós do mesmo modo condenamos, reprovamos e rejeitamos completamente os
livros e todos os escritos e sermões do citado Martinho, seja em Latim seja em
qualquer outra língua, que contenham os referidos erros ou qualquer um deles; e
desejamos que sejam considerados totalmente condenados, reprovados e
rejeitados. Proibimos a todos e a qualquer um dos fiéis de ambos os sexos, em
nome da santa obediência e sob as penas acima em que incorrerão
automaticamente, de ler, sustentar, pregar, louvar, imprimir, publicar ou
defendê-los”.
Furor contra o Papado
Em seu estilo arrogante e vulgar, a resposta
do heresiarca foi o panfleto de 4 novembro desse mesmo ano,Contra a
Execrável Bula do Anticristo, no qual proclamava: “Tu,
então, Leão X, e vós cardeais e o resto de vós em Roma, eu vos digo em vossa
face [...] a renunciar à vossa blasfêmia diabólica e impiedade audaciosa, e, se
não mudardes, teremos vosso lugar como possuído e oprimido por Satanás e como o
maldito assento do Anticristo.”
O furor de Lutero
contra o Papado levou-o a incorrer sempre mais na vulgaridade, chegando a usar
termos e a encomendar e promover gravuras inimagináveis.
Com um pedido de
desculpas ao leitor, transcrevemos aqui uma amostra. Trata-se da apreciação
feita por um historiador protestante do libelo de Lutero Contra o Papado em
Roma, fundado pelo diabo,publicado na revista Concordia Theological Quarterly da Igreja Luterana do Sínodo
de Missouri:
“Lutero superou
até mesmo a violência e a vulgaridade da Contra Hanswurst [na qual atacava o
duque católico Henrique de Brunswick] em seu libelo de
1545 intitulado Contra
o Papado em Roma, fundado pelo diabo.Na esteira desses tratados, publicou uma série de xilogravuras
escatológicas e violentas que, de um modo gráfico, sugeria como os bons
cristãos deviam tratar o Papado. Nesses e em outros tratados, Lutero
bestializava seus oponentes, com maior frequência comparando-os com suínos ou
burros, ou chamando-os de mentirosos, assassinos, e hipócritas. Eles eram todos
os asseclas do demônio. [...] [chamou o Papa Paulo III, 1534-1549] ‘Sua
Sodomita Infernal’ Papa Paula III, e utilizou palavras como excremento por toda
parte com toda naturalidade. Nas xilogravuras por Lucas Cranach, que Lutero
encomendou no final de sua vida, a Igreja papista era apresentada como saindo
de uma enorme diaba, e sugeria, mais uma vez, que o Papa, os cardeais e bispos
deviam ser pendurados na forca com suas línguas de fora”.
O mesmo artigo
informa: “Quando
perguntado por que havia publicado as caricaturas, Lutero respondeu ter
percebido que não tinha muito tempo de vida e que ainda tinha muito a ser
revelado sobre o Papado e seu reino. Por esta razão, ele havia publicado as
figuras, cada uma valendo por um livro, do que deveria ser escrito sobre o
Papado. Era – afirmou ele – seu testamento”.
Em 1529, Lutero
proclamava: “Sob o
papismo nós estávamos possuídos por cem mil diabos”.
Uma das mais
suaves críticas de Lutero ao Papa é este seu comentário nas Conversas à mesa: “Anticristo é o papa e o Turco [o Grão-Turco] em conjunto; uma besta cheia de vida deve ter um corpo e uma alma; o
espírito ou alma do anticristo é o papa, sua carne ou o corpo, o Turco. O
segundo assalta e persegue a igreja de Deus corporalmente; o primeiro,
espiritual e também corporalmente, com enforcamentos, fogueiras, assassinatos,etc.”
Doutrina da falsa
misericórdia
A essência da doutrina
de Lutero é a justificação somente pela fé. Mas a consequência dessa doutrina é
um falso conceito da misericórdia de Deus. Analisando o livro do Cardeal Walter
Kasper, Misericórdia:
A Essência do Evangelho e a chave da vida cristã, Frei Serafino Lanzetta escreve:
“Historicamente,
segundo julga Kasper, apoiado por O. H. Pesch, ‘a idéia de um Deus vingativo e
castigador lançou muitos na angústia em relação à sua salvação eterna. O caso
mais conhecido, e um prenúncio de graves consequências para a História, é o do
jovem Martin Lutero, que foi durante muito tempo atormentado pela pergunta:
‘Como posso encontrar um Deus bondoso?’, até que ele reconheceu um dia que, no
sentido da Bíblia, a justiça de Deus não é a sua justiça punitiva, mas a sua
justiça justificadora e, portanto, sua Misericórdia’”.
Essa doutrina está
bem sintetizada na famosa carta de Lutero a Melanchthon em 1521: “Se você é um
pregador da misericórdia, não pregue uma misericórdia imaginária, mas a
verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, você deve levar em conta um
verdadeiro pecado, não um pecado imaginário. Deus não salva aqueles que são
apenas pecadores imaginários. Seja um pecador, e
peque fortemente, mas que sua confiança em Cristo seja mais forte, e alegre-se
em Cristo, que é o vencedor do pecado, da morte e do mundo. [...] Basta que
através da glória de Deus reconheçamos o Cordeiro que tira o
pecado do mundo. Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo que matemos e cometamos adultério milhares de vezes por dia. Você acha que tal Cordeiro exaltado pagou apenas um pequeno preço com um magro sacrifício pelos nossos pecados? Reze forte porque você é um grande pecador. No dia da Festa de São Pedro Apóstolo, 1521”.
através da glória de Deus reconheçamos o Cordeiro que tira o
pecado do mundo. Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo que matemos e cometamos adultério milhares de vezes por dia. Você acha que tal Cordeiro exaltado pagou apenas um pequeno preço com um magro sacrifício pelos nossos pecados? Reze forte porque você é um grande pecador. No dia da Festa de São Pedro Apóstolo, 1521”.
Em outro lugar,
escreveu Lutero: “É conveniente que nós nos tornemos injustos e pecadores, a fim que Deus
seja reconhecido justo em suas palavras”.
Alguns escritores,
mesmo católicos, procuram apresentar essas palavras de Lutero como meras hipérboles,
uma vez que ele também fala contra o pecado. No entanto, essa doutrina do pecca fortiter (peca fortemente)é a consequência da
“iluminação” que ele recebeu na cloaca do convento, ou seja, de que é somente a
fé, sem as obras — a “sola fide” — que salva.
Já em 1516,
portanto antes de sua revolta pública, Lutero escrevia ao seu confrade agostiniano
George Spenlein: “Sê um real pecador, porque Cristo habita apenas nos pecadores”.
No seu panfleto A Igreja no Cativeiro da Babilônia, Lutero deixa claro que o único
pecado pelo qual uma pessoa pode se perder é o da incredulidade. Crendo, uma
pessoa, por maior pecador que seja, estará salva:
“Veja quão rico é,
portanto, um cristão, aquele que é batizado! Mesmo que ele queira, ele não
poderá se perder, por mais que peque, a menos que deixe de crer. Porque nenhum
pecado pode condená-lo, fora a incredulidade. Todos os outros pecados, enquanto
retorne ou permaneça a fé na promessa de Deus feita no batismo, todos os outros
pecados, digo eu, são imediatamente apagados por essa mesma fé, ou melhor,
através da verdade de Deus, porque Ele não pode negar a si mesmo”.
Em um sermão de
1532, Lutero pregava: “Tirando a incredulidade, não há mais pecados: todo o resto são
bagatelas. Quando meu pequeno Joãozinho vai defecar em um canto, a gente ri e
acabou-se.Fides facit ut stercus non feteat[A fé faz com que as
fezes não cheirem]. Resumo dos
resumos: a incredulidade é o único pecado em relação ao Filho [de Deus]”.
Lutero: a Missa
católica, pior que um prostíbulo
Lutero pregava em
1524: “Sim,
eu o digo, todos os prostíbulos, condenados, entretanto, severamente por Deus,
todos os homicídios, mortes, roubos e adultérios, são menos prejudiciais do que
a abominação da Missa papista”.
No já citado
panfleto O Cativeiro da
Igreja na Babilônia, Lutero
dizia que o padre “oferecendo a
missa como um sacrifício [...] é o auge da perversidade!”.
O Espirito de
Verdade não induz ao erro
As citações
poderiam continuar, mas os textos apresentados são suficientes para deixar
claro que as doutrinas e a personalidade do heresiarca — cuja revolta arrastou
nações inteiras para fora do único redil de Cristo — nada têm de comum com a
Igreja Católica.
Não se entende
então por que o atual Papa, ele mesmo um jesuíta, Ordem religiosa suscitada por
Deus para combater o Protestantismo, empreenda uma viagem para comemorar o
centenário de uma revolta contra a Igreja.
A missão dada a
São Pedro foi a de alimentar as ovelhas de Cristo; o encargo de confirmar os
irmãos na fé; ele recebeu as chaves do reino dos Céus para conduzir as almas à
bem-aventurança eterna.
O Concílio
Vaticano I deixou claro que: “O Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro não para que eles
possam, por sua revelação, dar a conhecer algumas novas doutrinas, mas que,
pela sua assistência, possam guardar religiosamente e expor fielmente a
revelação ou depósito da fé transmitida pelos apóstolos”.
Com efeito, o
Espírito Santo é um “Espírito de Verdade” e não pode inspirar o erro, seja por
meio de palavras, atos, gestos ou atitudes.
“Um sinistro
supermercado de religiões”
Em situação
semelhante, por ocasião do quinto centenário do nascimento do monge apóstata, o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que dedicou sua vida à defesa da Igreja e do
Papado, escreveu estas palavras de advertência: “Não compreendo como homens da Igreja
contemporâneos, inclusive dos mais cultos, doutos ou ilustres, mitifiquem a
figura de Lutero, o heresiarca, no empenho de favorecer uma aproximação
ecumênica, de imediato com o protestantismo e indiretamente com todas as
religiões, escolas filosóficas etc.
E concluiu: “Não discernem
eles o perigo que a todos nos espreita, no fim deste caminho, ou seja, a
formação, em escala mundial, de um sinistro supermercado de religiões,
filosofias e sistemas de todas as ordens, em que a verdade e o erro se
apresentarão fracionados, misturados e postos em balbúrdia? Ausente do mundo só
estaria — se até lá se pudesse chegar — a verdade total; isto é, a fé católica
apostólica romana, sem nódoa nem jaça”.
A Igreja vencerá
mais esta crise
No seu luminoso
ensaio Revolução e Contra-Revolução, o mesmo pensador católico escreveu estas palavras cheias de esperança
sobre a Igreja: “Alios ego vidi ventos; alias prospexi animo procellas, poderia ela
dizer ufana e tranquila em meio às tormentas por que passa hoje. A Igreja já
lutou em outras terras, com adversários oriundos de outras gentes, e por certo
enfrentará ainda, até o fim dos tempos, problemas e inimigos bem diversos dos
de hoje”.
Aproximando-se o
centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, peçamos a Ela que apresse o
cumprimento da promessa feita nessa ocasião: “Por fim o meu Imaculado Coração
triunfará”.
Do Site: catolicismo.com.br
OBS:
No centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, o Antipapa Francisco
nem mesmo comenta, mas vai entusiasmado comemorar os 500 anos da divisão da
Igreja de Cristo. Onde o fundador desta seita já está condenado ao Inferno.
Sim, Lutero está no Inferno. Ou seja, ele dá as costas para Cristo e abraça o
demônio. E sabem por que este falso Papa faz isso? Porque ele não é cristão, e
muito menos Católico, mas sim um Maçon que adora Lúcifer, e somente a ele
presta conta de seus atos. O tempo passa e logo logo a pele de cordeiro vai
deixar exposto o verdadeiro animal que o encobre: O Lobo.
Antonio
C. Calciolari
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