A TRANSFORMAÇÃO DOS APÓSTOLOS
Demonstrar o poder de minha Palavra e os efeitos diversos da mesma, sob
a condição de que quem a recebesse pertencesse à fileira dos homens de boa
vontade, ou a daqueles, entre eles, que tinham uma vontade sensual, que nunca é
reta.
Os
Apóstolos e Judas. Ai estão dois exemplos opostos, Os primeiros,
imperfeitíssimos, rústicos, ignorantes, violentos, mas tinham boa vontade.
Judas, douto mais do que a maioria deles, refinado pela sua vida na Capital e
no Templo, mas de má vontade. Observai a evolução dos primeiros no Bem e sua
subida.
Observai
essa evolução na perfeição dos Onze bons, sobretudo a daqueles que, por um
visível defeito mental, estavam acostumados a desnaturar a realidade dos
santos, fazendo do homem que atinge a santidade, como uma dura, duríssima luta
contra as forças poderosas e tenebrosas. Um ser desnaturado, sem concupiscência
e sem arrepios, e, portanto sem méritos. Porque o mérito vem justamente da
vitória sobre as paixões desordenadas e as tentações, vitória conseguida por
amor a Deus, e para conseguir o último fim: gozar de Deus para sempre.
Que
observem isto aqueles que pretendem que o milagre da conversa deva vir só de
Deus. Deus dá os meios para converter-se, mas Ele não violenta a vontade do
homem e, se o homem não quer converter-se, inutilmente terá o que ao outro
serve para a conversão.
Considerem
aqueles que examinam os múltiplos efeitos da minha Palavra, não somente sobre o
homem humano, mas também sobre o homem espiritual. E não só sobre o homem
espiritual, mas também sobre o homem humano. A minha Palavra, recebida com a
boa vontade, transforma um e o outro, conduzindo-os a perfeição externa e à
interna.
Os
Apóstolos que por sua ignorância e por minha humildade tratavam o Filho do
homem com uma confiança excessiva um bom mestre entre eles, e nada mais, um
mestre humilde e paciente, com o qual era lícito tomar liberdades, às vezes
excessivas. Mas isso, feito por eles, não era uma falta de respeito, mas uma
ignorância, e por isso está desculpada, os apóstolos, briguentos entre si,
egoístas, ciumentos no seu amor e do meu amor, impacientes com o povo, um pouco
orgulhosos de serem “os apóstolos”, ansiosos por verem tudo o que causa
admiração ao povo, como os milagres feitos por Jesus, que os fazem ser vistos
como uns dotados de um poder extraordinário e, devagar mas continuamente, se
vão transformando em homens novos, que antes dominam as suas paixões, a fim de
Me imitarem, e Me fazem ficar contente, depois que eles, conhecendo sempre mais
o meu verdadeiro Eu, mudando os modos e o amor, até Me verem, Me amarem e Me
tratarem como Senhor Divino. São eles talvez o termo desta minha vida sobre a
terra, ainda aqueles companheiros superficiais e alegres dos primeiros tempos?
Eles o são, sobretudo depois da Ressurreição, os amigos que tratam o Filho do
Homem como Amigo? Não. Primeiro, eles são ministros do Rei. Depois são os
sacerdotes de Deus. Todos diferentes, completamente transformados.
Considerem
isto aqueles que o julgarem muito fortes, e julgarão, então desnaturada a
natureza dos apóstolos, que era como está descrita. Eu não era um doutor
difícil, nem um rei soberbo, não era um mestre que julga indignos dele os
outros homens. Eu soube compadecer-me deles. Eu quis formar usando materiais
brutos, encher de perfeições de toda espécie uns vasos vazios, e mostrar que
Deus tudo pode, e que de uma pedra Ele tira um filho de Abraão, um filho de
Deus, e de um mestre, a fim de confundir os mestres jactanciosos de sua
ciência, que, muitas vezes perdeu o perfume da minha.
(de
Jesus à Valtorta –O Evangelho como me foi revelado – Vol. 10)
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