QUEM É O MAIOR NO REINO
DOS CÉUS?
Diz
Jesus:
“Vinde
e ouvi. Porque daqui a pouco nos separaremos, Eu quero ensinar-vos ainda, para
formar-vos melhor.
Hoje
Eu vos ouvi discutir, e nem sempre com caridade. Aos maiores entre vós Eu já
dei a lição. Mas eu quero dá-la a vós também, e ela não fará mal a estes entre
vós que são os maiores, se eles a ouvirem de novo. Agora o pequeno Benjamim não
está aqui perto dos meus joelhos. Ele está dormindo em sua cama, e sonhando
seus sonhos inocentes. E talvez a sua alma pura esteja aqui entre nós, do mesmo
modo. Seja como for, fazei de conta que ele ou qualquer outro menino esteja
aqui para vosso exemplo. Vós, em vossos corações, tendes todos, cravado um
prego, uma curiosidade, um perigo.
E o prego é isto: querer ser o primeiro no
reino dos Céus.
A curiosidade é esta: saber quem será o primeiro.
E, enfim, o
perigo: o desejo, ainda muito humano, de ouvir que lhe digam assim: “Tu és o
primeiro no Reino dos Céus”, se for dito pelos companheiros complacentes ou
pelo Mestre, mas sobretudo pelo Mestre, do qual vós sabeis que é verdade o que
Ele diz e qual o conhecimento que Ele tem do futuro. Por acaso, não é assim
mesmo? As perguntas estão tremendo sobre os vossos lábios, e estão vivas no
fundo dos vossos corações.
O
Mestre, para o vosso bem, atende a essa curiosidade, por mais que Ele deteste
ceder às curiosidades humanas. O vosso Mestre não é um charlatão ao qual se faz
uma pergunta por duas moedas, no meio da barulheira de uma feira. Nem tampouco
Ele é tomado pelo espírito de Piton, o qual o ajuda a ganhar dinheiro,
ensinando-o a adivinhar para satisfazer às acanhadas mentes dos homens, que
querem descobrir o futuro, para saberem como haverão “regular-se”. Mas o homem
não pode regular-se por si mesmo. Só Deus é que o regula, se o homem tiver fé
nele! Não adianta saber, ou pensar que se sabe o futuro, se não se tiver meio
para fazer voltar atrás o futuro que foi profetizado. Só existe um meio: a
oração ao Pai e Senhor para que, em sua misericórdia, nos ajude. Em verdade, Eu
vos digo que a oração feita com fé pode mudar um castigo em bênção. Mas quem
recorre aos homens para poder, como homem e com meios humanos, desviar o futuro,
não sabe rezar nada, ou sabe rezar, mas muito mal. Eu, por esta vez, porque
esta vossa curiosidade pode trazer-vos um bom ensinamento, vou responder a ela,
Eu que detesto as perguntas curiosas e desrespeitosas.
Vós vos estáveis perguntando: “Quem de
nós é o maior no Reino dos Céus?”
Eu, deixando de lado essa limitação “do
entre nós”, amplio os confins dela ao mundo inteiro, ao presente, ao passado e
ao futuro, e respondo: O maior no Reino dos Céus é o que for o menor entre os
homens, isto é, aquele que é considerado “o menor”, pelos homens. O que é
simples, o humilde, o que tem confiança, o ignorante. Um exemplo disso é o
menino, ou o que tem uma alma de menino. Não é a ciência, não é o poder, não
são as riquezas, não são as atividades, mesmo que sejam boas, as coisas que vos
tornarão “o maior” no Reino da felicidade. Mas, é sim, o ser como os pequenos
por sua afetuosidade, sua humildade e simplicidade, sua fé.
Observai como Me amam as crianças, e
imitai-as.
Como elas crêem em Mim, e imitai-as.
Como recordam aquilo que digo, como
fazem o que Eu ensino, e imitai-as.
Como não se ensoberbecem pelo que fazem,
e imitai-as.
Como não se enchem de ciúmes de Mim nem
dos companheiros, e imitai-as.
Em
verdade, Eu vos digo que, se não mudardes vosso modo de pensar, de agir e de
amar, e se não vos refizerdes conforme o modelo dos pequenos, não entrareis no
Reino dos Céus. Ele sabem o que vós sabeis, o essencial, de minha doutrina.
Mas, com que diferença eles praticam o que Eu ensino! Vós dizeis, a cada ato
bom que praticais: “Fui eu que o fiz.” O menino me diz: “Jesus, eu me lembrei
de Ti hoje, e por Ti eu obedeci, eu amei, eu contive um desejo de brigar... e
estou contente, porque Tu, eu o sei, sabes quando eu sou bom, e ficas contente
por isso”. E observai também os meninos, quando cometem uma falta. Com que
humildade eles me confessam: “Hoje eu fui mau. E isso me desagradava, porque te
fiz sofrer”. Eles não procuram desculpas. Sabem que Eu sei. Eles crêem. Eles
sofrem por Me verem sofrer.
Oh!
Queridos do meu coração, meninos, nos quais não há soberba, fingimento nem
luxúria! Eu vo-lo digo: tornai-vos como os meninos, se quiserdes entrar no meu
Reino. Amai os meninos, como o exemplo angélico que deles ainda podeis receber.
Porque como anjos vós devereis ser. Por vossa desculpa, poderíeis dizer: “Nós
não vemos os anjos.” Mas, Deus vós dá os meninos como modelos, e vós os tendes
em vosso meio. E, se vós vedes um menino materialmente necessitado, ou
moralmente desprotegido, e que pode perecer, acolhei-o em meu Nome, porque eles
são muito amados por Deus. E quem quer que acolha um menino em meu Nome, acolhe
a Mim mesmo, porque Eu estou na alma dos meninos, que é inocente. E quem me
acolhe, acolhe Aquele que Me enviou, o Senhor Altíssimo.
(de
Jesus à Valtorta, Vol. 5, pgs. 364 a 376)
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