“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 2 de abril de 2016

O MILAGRE DA MOEDA DENTRO DO PEIXE


O MILAGRE DA MOEDA DENTRO DO PEIXE PARA PAGAR A ENTRADA NO TEMPLO

Diz Jesus:

“Que me dizes Simão? Conforme as regras, os reis da terra, de quem recebem os tributos e impostos? É dos próprios filhos ou dos estranhos?”
Pedro tem um sobressalto, e diz: “Como sabes, Senhor, aquilo que eu te ia dizer?”
Jesus sorri, fazendo um gesto, como para dizer: “Deixa para lá.”
Depois diz: “Responde ao que te perguntei.”
“Dos estranhos Senhor.”
“Portanto, os filhos estão isentos deles, como de fato é justo. Porque um filho é do sangue e da casa do pai e não deve pagar ao pai outra coisa senão o tributo de amor e obediência. Por isso, Eu, Filho do Pai, não teria que pagar o tributo ao Templo, que é a casa do Pai. Tu respondeste bem a eles. Mas, visto que há uma diferença entre ti e eles, e é esta: tu crês que Eu sou o Filho de Deus e eles e os que os mandaram não o crêem. Então, para não escandalizá-los, Eu pagarei o tributo e logo, enquanto eles ainda estão aí na praça recebendo.”
“E com que, se não temos nem uma moedinha?”, pergunta Judas, que se aproxima com os outros. “Estás vendo como é necessário ter alguma coisa.”
“Nós iremos pedir emprestado ao dono da casa”, diz Filipe.
Jesus faz um sinal com a mão para que se calem, e diz: “Simão de Jonas, vá à beira do mar e joga, o mais longe que puderes, uma linha de pescar, puxa a linha para ti. Será um peixe grande. Na beira do mar, abre a boca dele e nela encontrarás a moeda de um estáter. Pega-a, vai no encalço daqueles dois, e paga-lhes por Mim e por ti. Depois, traze-nos o peixe. Nós o assaremos e Tomé nos fará a caridade, com um pouco de pão. Nós comeremos e, em seguida, iremos àquele que está para morrer. Tiago e André preparai as barcas, pois iremos com elas a Magdala, e voltaremos a pé, de tarde, para não estorvarmos a pesca de Zebdedeu e do cunhado de Simão.”
Pedro lá se vai e logo depois já o vemos na beira, subindo para uma pequena barca, que está pela metade sobre a água, e joga um cordel fino, munido de uma pedrinha ou chumbo perto da ponta e terminando numa cordinha mais fina que a linha verdadeira e propriamente dita. As águas do lago se abrem em borrifos de prata quando aquele peso bate e se afunda nelas. Depois tudo volta a ficar muito quieto, enquanto as águas se vão acalmando, depois de terem-se afastado daquele ponto em círculos concêntricos...
Pouco depois, a cordinha, que estava frouxa dentro das mãos de Pedro, de repente se estica e vibra... Pedro puxa, puxa, enquanto a cordinha vai recebendo sacudidas cada vez mais fortes. Por fim, ele dá um arranco e a cordinha vem toda para fora com a sua presa, que está dando pinotes no ar, fazendo um arco acima da cabeça do pescador e vindo cair sobre a areia amarelada, onde se contorce, pelo espasmo que lhe causa o anzol nela agarrado e que lhe rasga o palato, e pela asfixia que já começa.
É um peixe muito bonito, que tanto tem de grosso como de rombudo, pesando uns três quilos. Pedro lhe arranca o anzol dos beiços carnudos, enfia-lhe pela garganta o seu dedo grosso e de lá tira uma grande moeda de prata. Levanta-a entre o polegar e o indicador para mostrá-la ao Mestre, que está no parapeito do terraço. Depois, recolhe a cordinha e a enrola, apanha o peixe e sai correndo pela praça.
Os Apóstolos estão todos assombrados... Jesus sorri e lhes diz: “E assim teremos evitado um escândalo...”
Pedro está de volta: “Eles estavam para vir até aqui. E com Eli o fariseu. Eu procurei ser gentil como uma moça para com eles e os chamei dizendo: “Ó vós, os enviados pelo fisco! Tomai. Estas são quatro dragmas, não é? Duas pelo Mestre e duas por mim. E estamos quites, não é mesmo? Até a vista, no vale de Josafá, especialmente contigo, meu caro amigo.” Eles ficaram ressentidos porque eu falei em “fisco”.
“Nós somos do Templo, não do fisco.”
“Vós cobrais taxas, como os arrecadadores. Todo arrecadador para mim é do fisco”, respondi eu.
“Insolente! Tu me desejas a morte?”
“Não, amigo! De modo nenhum! Eu te auguro uma feliz viagem até o vale de Josafá. Tu não vais pela Páscoa a Jerusalém? Então, poderemos encontrar-nos por lá, amigo”.
“Eu não desejo e não quero que tomes a liberdade de me chamar de teu amigo.”
“De fato, é honra demais”, respondi eu. E vim-me embora. O bonito mesmo foi que lá estava metade de Cafarnaum e me viu pagando por Ti e por mim. E aquela velha serpente não poderá dizer mais nada.”
Os Apóstolos todos devem ter rido do que Pedro contou e dos seus gestos. Jesus quer ficar sério, mas um leve sorriso escapa de seus lábios enquanto Ele diz: “És pior do que mostarda”, e termina: “Assai o peixe e vamos logo. Ao pôr-do-sol Eu quero estar aqui novamente.”

( de Jesus à Valtorta, Vol.5, pgs. 364, 364, 366)


OBS: Apenas para enriquecer este texto, um pouco antes destes acontecimentos, Judas, o apóstolo traidor, questionou Jesus por Ele estar sempre sem dinheiro, e Jesus lhe respondeu:
“Que nós estejamos sem uns trocados é muito bom. Assim irá brilhar a paternidade de Deus até nas coisas mais humildes.”
Mas, o apóstolo mau continuou a questionar, e Jesus completa:
“É o meu melhor valor ser um homem que não valho nada para a vida material... E repito: é muito bom estar sem uns trocados.”

E Jesus disse estas frases sorrindo.

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