Eu estou em cada mendigo, em cada necessitado do mundo.
ENSINAMENTOS DE JESUS PARA SE VIVER COM
JUSTIÇA
Diz
Jesus:
“Estou vendo tudo. E todas estas coisas
quem vos ajudou a construí-las não foram esses que agora, por entre queixumes
vos pedem um pão? Vós dizeis que sim? E, então, porquê é que vós estais
aproveitando do que eles vos ajudaram a ter, não dais a eles nem uma migalha de
prazer? O pão, sem que eles o peçam. Uma pequena cama, para que eles não sejam
obrigados a dividir as cavernas com os animais selvagens. Um socorro para as
suas doenças que, se forem curadas, eles teriam ainda um modo de fazer alguma
coisa, em vez de ficarem se aviltando em um ócio forçado e humilhante. Como
podeis sentar-vos contentes à mesa e repartir com alegria o alimento abundante
por entre os filhos sorridentes, sabendo que pouco longe deles estão alguns
vossos irmãos passando fome? Como ir tomar descanso em um leito bem
confortável, quando sabeis que lá fora, no meio da noite, há homens sem uma
enxerga, e sem poderem descansar? Não vos queimam a consciência aquelas moedas
que pondes nos cofres, sabendo que muitos não têm nem uma moedinha para comprar
um pão?
Vós
me dissestes que credes no Senhor Altíssimo e que observais a Lei, que
conheceis os profetas, e os livros da Sabedoria. Vós me dissestes que credes em
Mim e que estais ávidos da minha Doutrina. Mas então, haveis de ter um coração
bom, porque Deus é amor e prescreve o amor, porque a Lei é Amor, porque os
profetas e os livros da Sabedoria aconselham o amor, se a minha doutrina é uma
doutrina de amor. Os sacrifícios e as orações são vazios, se eles não tiverem
por base e altar o amor do próximo, especialmente do próximo indigente, ao qual
podem ser dadas as formas de amor com o pão, a cama, a roupa, junto com o
conforto e o ensino e com um acompanhamento para levá-los a Deus. A miséria,
aviltando o homem, leva o espírito à perda daquela fé na Providência, que é
essencial para se poder resistir nas provações desta vida.
Como
podeis pretender que o miserável seja sempre bom, paciente, piedoso, quando ele
vê que os beneficiados nesta vida, que segundo o conceito comum, assim o são
pela Providência, ficam duros de coração e sem uma verdadeira religião, porque
a religião deles faz falta a primeira e a mais essencial das partes: o amor, e
ficam sem paciência, e, aqueles que tudo têm não sabem suportar nem mesmo o
pedido de quem está com fome? As vezes eles maldizem a Deus e a vós? Mas, quem
os leva a este pecado? Nunca pensais vós, ó ricos cidadãos de uma cidade rica
como esta, que tendes um grande dever: o de ensinar a Sabedoria aos que ficam
abandonados pelo vosso modo de agir.
Eu
já ouvi alguém dizer: “Todos gostaríamos de ser teus discípulos, para pregarmos
a tua doutrina.” A todos Eu digo: bem que o podeis fazer. Esses que vêm com
medo, com vergonha, porque suas vestes estão rasgadas, com seus rostos
chupados, são os que estão esperando a Boa Nova, a que veio sobretudo para os
pobres, a fim de que eles tenham um conforto sobrenatural, na esperança de uma
vida gloriosa, depois da realidade de sua triste vida presente. Vós a podeis
viver com menos cansaço material, mas com mais cansaço espiritual, pois que as
riquezas são perigosas para a santidade e a justiça, esta é a minha doutrina.
Eles com cansaços de toda sorte, o podem fazer. O pão que falta, a roupa
insuficiente, o teto inexistente os movem a fazer esta pergunta: “Como eu posso
crer que Deus é meu Pai, se eu não tenho nem o que um passarinho do ar tem?” As
durezas do próximo como é que podem fazer crer a eles que é preciso que se amem
como irmãos? Vós tendes a obrigação de ensinar-lhes que Deus é Pai e que vós
sois irmãos, com o vosso amor por meio de boas obras. A Providência existe, e
dela vós sois os ministros, vós, os ricos do mundo. Considerai que estes meios
são como a maior honra que Deus vos faz, como único meio para tornar santas as
perigosas riquezas.
E agi como se em cada um deles vísseis a
Mim mesmo. Eu estou neles. Eu quis ser pobre e perseguido para ser como eles, e
porque a lembrança do Cristo pobre e perseguido continuasse pelos séculos
afora, projetando uma luz sobrenatural sobre os pobres e os perseguidos como
Cristo, uma luz que vo-los fizesse amar como a outros Mim mesmo. Pois Eu de
fato estou no mendigo, ao qual matastes a fome, ao qual matastes a sede, ao que
vestistes, ao que abrigastes. Eu estou no órfão que foi recolhido com amor, no
velhinho socorrido, na viúva ajudada no peregrino hospedado, no doente curada.
Eu estou no aflito confortado, no ignorante que foi instruído. Eu estou onde se
recebe amor. E tudo o que for feito a um irmão pobre, tanto com meios materiais,
como espirituais, a Mim foi feito. Porque Eu sou o Pobre, o Aflito, o Homem das
dores, e o sou para dar Riqueza, Alegria, Vida sobrenatural a todos os homens,
que muitas vezes nem o sabem, mas assim é, são ricos apenas na aparência, e
alegres com uma alegria apenas aparente, e são todos pobres das riquezas e
alegrias verdadeiras, porque estão sem a Graça por causa da Culpa Original, que
os priva dela.
Vós
sabeis que sem a Redenção, não há Graça, não há alegria nem Vida. E Eu, para
dar-vos Graça e Vida, não quis nascer como um rei ou poderoso, mas como um
pobre, um homem do povo, um humilde, porque nada é a coroa, nada é o trono,
nada é o poder para quem vem do Céu, a fim de conduzir para o Céu, pois tudo
isso é o exemplo que um verdadeiro Mestre deve dar, para dar força à sua
Doutrina.
Porque
os em maior número são os pobres e os infelizes, ao passo que os poderosos e os
felizes são em menor número. Porque a bondade é Piedade. Para isto é que Eu
vim, e que o Senhor ungiu o seu Cristo: para que Eu anunciasse a Boa Nova aos
mansos, e cuidasse dos que têm o coração amargurado, para pregar a liberdade a
ser dada aos escravos, a liberdade aos prisioneiros, para consolar aos que
choram, colocar nos filhos de Deus, nos filhos que sabem permanecer tais, tanto
na alegria como na dor, o seu diadema, a veste da justiça, e transformá-los de
árvores selvagens em plantas do Senhor, em seus campeões, em suas glórias.
Eu
sou tudo para todos e a todos quero comigo no Reino dos Céus. Este para todos
está aberto, contanto que se saiba viver na justiça. A justiça está na prática
da Lei e no exercício do amor. A esse Reino não se chega por direitos de censo,
mas pelo heroísmo de santidade. Quem quer entrar nele, que me siga, e faça o
que Eu faço: ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como Eu o amo, não
blasfeme contra o Senhor, santifique as suas festas, honre os seus pais, não
levante a mão violenta contra o seu semelhante, não cometa adultério, não roube
ao seu próximo de maneira nenhuma, não dê falso testemunho, não deseje o que
não tem e que ou outros têm, mas fique contente com a sua sorte, pensando que
ela é sempre transitória, e é o caminho e o meio par conquistar uma sorte
melhor e eterna, ame os pobres, os aflitos, os peregrinos da terra, os órfãos,
as viúvas, não pratique usura. Quem fizer isto, seja qual for a sua nação e língua,
sua condição e categoria, poderá entrar no Reino de Deus, do qual Eu vos abro
as portas.
Vinde
a Mim, todos vós de reta vontade. Que não vos espante o que sois, ou o que
fostes. Eu sou Água que lava o passado e fortifica o futuro. Vinde a Mim, vós
que sois pobres de Sabedoria. Na minha palavra há Sabedoria. Vinde a Mim.
Refazei para vós uma vida nova, baseada em novos conceitos. Não tenhais medo de
não saberdes, de não poderdes fazer. A minha doutrina é fácil, o meu jugo é
leve. Eu sou o Rabi, que dá sem pedir compensação, sem pedir outra compensação,
a não ser o vosso amor. Se me amardes, amareis a minha Doutrina e por isso
também ao vosso próximo, e tereis a Vida e o Reino. Ricos, despojai-vos do
apego as riquezas, e comprai com elas o Reino, com todas as obras de um
misericordioso amor ao próximo. Pobres despojai-vos do vosso aviltamento, e
vinde para o caminho do vosso Rei. Com Isaías, Eu vos digo: “Sedentos, vinde às
águas, vós também, que não tendes dinheiro, vinde comprar.” Com o amor
comprareis o que é amor, o que é alimento que não perece, alimento que
realmente sacia e fortifica.”
(de
Jesus à Valtorta, Vol. 7, pgs. 145 a 148)
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