A MÃE AGRADECE POR SER A MÃE DA PALAVRA
“Deus
te abençoe, meu Filho, neste dia.”
“Deus
esteja contigo, minha mãe. Foi difícil a noite para ti?”
“De
fato. Mas também muito feliz. Parecia-me ter-te em meus braços, quando eras
pequeno... E eu sonhei que algo como um nó de ouro saísse de tua boca,
produzindo um som de uma doçura indizível, e que uma voz me estivesse
dizendo... Oh! Mas que voz: “Esta é a Palavra que enriquece o mundo e que dá
felicidade a quem a ouve e lhe obedece. Ela não tem limite em seu poder, nem no
tempo, nem no espaço. Ela salvará.”
Oh!
Meu Filho! E és Tu, o meu Filho, esta Palavra! Que farei para viver tanto e
para fazer tanto, quanto é necessário para poder agradecer ao Eterno por me ter
feito tua Mãe?”
“Não
fiques pensando nisso, minha Mãe. Cada batida do teu coração já é um
agradecimento a Deus. Tu és o louvor vivo a Deus, e sempre o serás, minha Mãe.
Tu lhe agradece desde que existes...”
“Não
me parece que estou fazendo isso o tanto que é necessário, Jesus. É uma coisa
tão grande a que Deus me fez! Afinal, que eu estou fazendo a mais do que o que
fazem todas essas boas mulheres, que, como eu são tuas discípulas? Dize-me
isto, meu Filho, dize ao nosso Pai que me dê um modo de agradecer-lhe, como o
dom recebido por mim o merece.”
“Minha
Mãe! E achas que o Pai tenha necessidade que Eu lhe faça essa pergunta por ti?
Ele já preparou o sacrifício que tu lhe deverás oferecer, para este louvor
perfeito. E perfeita o serás, quando o tiveres oferecido.”
“Meu
Jesus!... Eu compreendo o que queres dizer... Mas, serei eu capaz de pensar
naquela hora? A tua pobre Mãe...”
“És
a bem aventurada Esposa do Amor Eterno! Minha Mãe, tu és isto. E o Amor pensará
em ti.”
“Tu
o estás dizendo, meu Filho e eu vou descansar sobre a tua Palavra... Mas Tu...
reza por mim, naquela hora, que nenhum desses entende, e que já está para
chegar... Não é verdade? Pois não é verdade mesmo?”
Dizer
qual a expressão do rosto de Maria, durante este diálogo, é impossível. Não há
escritor que possa traduzi-la em palavras, sem deixar de alterá-la com
afetações, ou tintas imprecisas. Somente quem tem coração, e um coração bom, é
que pode dar ao rosto de Maria, com o poder de sua mente, a expressão que ela
tem neste momento.
Jesus
olha para ela. E essa é outra impressão intraduzível em nossas palavras. E lhe
responde: “E tu, reza por Mim, na hora de minha morte... Sim, nenhum desses
entende... Mas é culpa deles. É Satanás que cria as fumaças, para que eles não
vejam, e fiquem como uns ébrios, sem entenderem, e por isso, não estão
preparados... e mais fáceis de ser derrubados. Mas Eu e tu os salvaremos das
insídias de Satanás. Desde agora, Eu os confio a ti, minha Mãe. Lembra-te
destas minhas palavras. Eu tos confio. Dou-te a minha herança. Sê para eles a Nutriz.
Há pouco Eu estava pensando em quantos, através dos séculos, irá tornar a viver
o homem de Keriot, com todas as suas taras. Estava pensando que alguém, que não
fosse Jesus, haveria de repelir este ser tarado. Mas Eu não o repelirei. Eu sou
Jesus.
Tu, durante o tempo em que ainda ficares na Terra, como
segunda depois de Pedro, na hierarquia eclesiástica, ele como cabeça e tu como
fiel, a primeira de todos como mãe da Igreja, tendo dado a luz a mim, que sou
cabeça deste corpo místico, tu não repelirá os muitos Judas, mas socorre e
ensina a Pedro. Aos irmãos, a João, a Tiago, a Simão, a Filipe, a Bartolomeu, a
André, a Tomé e a Mateus a não repelir, e a socorrer. Defende-me em meus
seguidores, e defende-me contra aqueles que quererão dispersar e desmembrar a
Igreja nascente. E, através dos séculos, sê tu sempre a que intercede e
protege, a que defende e ajuda a minha Igreja, os meus sacerdotes, os meus
fiéis do Mal e do castigo, e também deles mesmos. Quantos Judas, ó Mãe através
dos séculos! E quantos, como uns deficientes que não sabem entender, ou uns
cegos e surdos que não sabem ver ou ouvir, ou estropiados e paralíticos, que
não sabem vir... Mãe, todos sob o teu
manto! Somente tu podes e poderás mudar os decretos de castigo do eterno para um
ou para muitos. Porque a trindade nunca poderá negar nada a sua flor.
“Assim farei, meu Filho. No que depende de mim, vai em paz,
rumo a sua meta. A tua Mãe está aqui para te defender em tua Igreja sempre.”
“Deus te abençoe, minha Mãe... Vem! Eu colherei para ti
cálices de flores cheios de orvalho perfumado, e com ele refrescarás o teu
rosto, como Eu fiz. Preparou-os para nós o nosso Pai Santíssimo, e os
passarinhos nos mostraram. Olha como tudo serve na ordenada criação de Deus!
Esta esplanada, que está a boa altura, e perto do lago, tão fértil por causa
das névoas, que atraem as orvalhadas, oferecem condições para este vicejar de
ervas e de flores, até mesmo no mais forte calor do verão. Estas chuvas
abundantes de orvalho servem para encher os cálices, a fim de que seus filhos
possam lavar seus rostos... Vede quantas coisas o Pai pôs à disposição dos que
o amam, Toma. Água de Deus, servida em cálices de Deus, para que se refresque a
Eva do Novo Paraíso.”
(de Jesus à Valtorta, Vol 7, pgs. 161, 162)
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