“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

domingo, 2 de agosto de 2015

TODOS NÓS SOMOS FILHOS DE UM ÚNICO PAI.


TODOS NÓS SOMOS FILHOS DE UM ÚNICO PAI.



“Ainda que pareça não haver parentesco, ele sempre existe entre os homens. É aquele parentesco por parte do único Criador, que foi o mesmo para todos. E, se depois os filhos de um Pai único se foram separando, isso não significa que se alterou o liame de origem, assim como não fica mudado o sangue de um filho, quando ele abandona a casa paterna. Nas veias de Caim estava o sangue de Adão, mesmo depois que seu delito o obrigou a fugir pelo mundo a fora. E nas veias dos filhos nascidos depois das dores de Eva, que gemeu sobre o cadáver de seu filho assassinado, estava o mesmo sangue que circulava nas do distante Caim. A mesma coisa, e ainda com mais razão, se pode falar sobre a igualdade entre os filhos do Criador.
 Estão eles dispersos? Sim. Estão exilados? Sim. São culpados? Sim. Falam eles outras línguas, e crêem em outra fé, por nós não aceitas? Sim. Estão eles corrompidos por suas uniões com os pagãos? Sim. Mas a alma deles veio de Um só, e há de ser sempre ela, ainda que ferida, desviada, exilada, corrompida... Ainda que seja um motivo de dor para Deus Pai, ela é sempre uma alma por Ele criada. Os filhos bons de um Pai muito bom devem ter sentimentos bons. Bons para com o Pai, bons para com os irmãos, tais como eles se tornaram, porque são filhos de um mesmo Pai. Bons para com o Pai, procurando consolá-lo em sua dor, fazendo voltar a Ele os filhos causadores de sua dor, ou porque são pecadores, ou se tornaram apóstatas, ou porque são pagãos. Bons para com os próprios homens, porque eles têm uma alma, que veio do Pai, e está encerrada num corpo culpado, embrutecida, tornada obtusa por alguma religião errada, mas sempre uma alma do Senhor, igual à nossa.
 Lembrai-vos, ó vós de Israel, de que não há ninguém, ainda que fosse o idólatra mais afastado de Deus, por sua religião idolátrica, ainda que fosse o mais pagão entre os pagãos, ele não estaria absolutamente privado de um traço de sua origem. Lembrai-vos, ó vós, que errastes, ao afastar-vos da justa Religião, descendo a uma mistura de sexos que a nossa Religião condena e, ainda que vos pareça que o que era Israel já morreu em vós, e morreu sufocado pelo amor a um homem de fé e raça diferente, morto não está. É alguém que ainda está vivo. É Israel. E vós tendes o dever de soprar sobre esse fogo que está morrendo, de sustentar a labareda, que subsiste ainda por vontade de Deus, para fazê-la crescer acima do amor carnal. Este acaba com a morte.
 Lembrai-vos disso. E vós, vós, quem quer que sejais, que estais vendo, e muitas vezes ficais horrorizados, ao verdes os híbridos conúbios de filhas de Israel com alguém de outra raça ou de outra fé, lembrai-vos que tendes a obrigação, o dever de ajudar com caridade a irmã extraviada, para que ela reencontre os caminhos do Pai. Esta é a nova Lei, santa e agradável ao Senhor: que os seguidores do Redentor redimam onde houver alguém para ser redimido, a fim de que Deus sorria pelas almas que voltam à casa Paterna, e para que não fique estéril ou muito vilipendiado o sacrifício do Redentor.  Para fazer que muita farinha fermente, a dona de casa toma um pouquinho da massa feita na semana que passou.
 Oh! Apenas uma migalha é tirada da grande quantidade de massa. E ela a enterra na montanha de farinha e conserva tudo isso ao abrigo dos ventos contrários, à temperatura morna e propícia da casa. Fazei assim, vós, que sois seguidores do Bem, fazei assim vós, ó criaturas, que vos afastastes do Pai e do seu Reino. Dai vós, por primeiro, uma migalha do vosso fermento para aumentar e ajudar as moléculas da justiça que ainda subsistem nelas. E vós e elas conservai o fermento novo ao abrigo dos ventos contrários do Mal, na temperatura agradável da Caridade, conforme o vosso estado: se ela é que manda em vós como senhora, ou se ainda se esforça para estar viva em vós, por mais que já esteja moribunda. Fechai ainda as paredes da casa de uma falta de religião a respeito daquilo que está fermentando no coração a uma pessoa que tem a vossa mesma fé, mas está tão desviada, que se sinta ainda amada por Israel, ainda filha de Sião e irmã nossa, para que assim fermentem todas as boas vontades e venha às almas e para as almas todas o Reino dos Céus.”


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta)

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