O VERBO FALA E OS HOMENS ESCUTAM.
Jesus pede aos Apóstolos para continuarem sua obra.
Aquela torrente lá em baixo
não tem sua origem na nascente que goteja daquele despenhadeiro? Lembrai-vos
sempre disso. É uma lição para a vossa vida futura. Para quando Eu não estiver
mais entre vós. Se encontrardes pelos caminhos por onde estiverdes viajando
pessoas delinqüentes, não façais como os fariseus, que desprezam a todos e não
tratam de desprezar primeiro a si mesmos, corrompidos como eles são. Mas
aproximai-vos deles com um grande amor. Eu gostaria de poder dizer com “
infinito amor”. E Eu o digo. E é possível que assim aconteça, mesmo sendo o
homem “ finito e limitado” em seus atos e ações.
Sabeis como o homem pode
possuir um infinito amor? Sendo ele de tal modo unido a Deus, que forme um todo
com Deus. Então é que verdadeiramente desaparecendo a criatura em seu Criador,
opera nela o Criador que é infinito. E assim unidos com o seu Deus pelo poder
do amor que tanto se une á sua origem a ponto de se fundir junto com ela, assim
deverão ser os meus Apóstolos. Não será pelo modo como falareis, mas pelo modo
como amareis, que convertereis os corações. Encontrareis predadores? Amai-os.
Sofrerei por causa dos discípulos que se extraviaram? Procurai salvá-los pelo
amor. Lembrai-vos da parábola da ovelhinha perdida. Oh! Pelos séculos dos
séculos essa parábola será o chamado mais carinhoso que foi dirigido aos
pecadores. Mas será também a ordem segura dada aos meus sacerdotes. Com toda
arte, com todo sacrifício e até a custa de perder a vida, na tentativa de
salvar uma alma, com toda paciência vós devereis buscar os extraviados para
trazê-los de novo para o Ovil. O amor vos dará alegria. Ele vos dirá: “ Não
tenhais medo”. Ele vos dará um poder de expansão no mundo, um poder tal que nem
Eu mesmo tive.
Não deve mais o amor dos
justos futuros ser colocado como um sinal exterior sobre o coração ou sobre o
braço, como diz o Cântico dos Cânticos. Mas deve ser colocado no coração. Deve
ser a alavanca que impele a alma para todas as ações. E todas as ações hão de
ser uma superabundância da caridade, que não se contenta mais só com amar a
Deus ou ao próximo, só mentalmente, mas desce para a liça, para lutar contra os
inimigos de Deus, para amar a Deus e ao próximo, ainda que em certas
circunstâncias deva fazê-lo, acudindo-o em suas necessidades materiais, o que o
conduzirá a obras em um horizonte mais amplo e perfeitas, que terminam com a
redenção e santificação dos irmãos. Pela contemplação se ama a Deus, mas pela
ação se ama ao próximo, e, amando o próximo amamos a Deus que nos ordena esse
amor e que nos deu o nosso próximo como um nosso irmão.
Não podereis vós e não poderão
dizer os sacerdotes futuros que sois meus amigos se a vossa caridade e a deles
não se voltar toda para a salvação das almas, pelas quais Eu me encarnei e pelas
quais irei sofrer. Eu vos dou o exemplo de como se ama. Mas o que Eu faço vós e
os que virão depois de vós, deveis fazer. O novo tempo ai vem. O tempo do amor.
Eu vim para acender esse fogo nos corações, e esse fogo crescerá ainda mais
depois da minha Paixão e Ascensão. E vos incendiará quando o amor do Pai e do
Filho descer para consagrar-vos ao ministério.
...Felizes daqueles que amam
porque serão amados e sua alma não cessará um só momento de cantar a Deus junto
com os anjos até chegarem a cantar a eterna glória na luz dos Céus. Assim
aconteça convosco meus amigos. Agora ide e fazei com amor o que Eu vos disse.(Valtorta,
dos livros “ O Evangelho como me foi Revelado”.)
A paz de Jesus.
Antonio Carlos Calciolari.
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