“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 9 de julho de 2018

ADEUS À MÃE ANTES DE ASCENDER AO PAI





ADEUS Á MÃE ANTES DE ASCENDER AO PAI

22 de fevereiro de 1944

Vejo sempre o quarto habitado por Maria. Os sinais da Paixão desapareceram. A Virgem está sentada e lê. Devem ser livros sagrados, porque não lê certamente outra coisa que o rolo que tem nas mãos. Não está mais torturada. O seu rosto permanece mais grave desde a Paixão, mais maduro. Mas não está mais trágico o seu rosto. Agora está majestoso, mas sereno.
Parece manhã, porque há já um belo sol que da janela aberta, entra no quarto quieto, mas se vê que o jardim, fechado com altos muros, sobre o qual se abre a janela, está ainda todo fresco de orvalho.
Entra Jesus. Tem ainda a sua esplêndida veste da manhã da Ressurreição. O seu rosto emana fulgor e as suas feridas são pequenos sóis.
Maria se ajoelha sorrindo e depois se levanta e o beija sobre a mão direita. Jesus a abraça ao coração e a beija na fronte, sorrindo, e lhe pede um beijo que Maria dá também sobre a fronte dele.
“Mamãe! O meu tempo de permanência sobre a terra terminou. Subo ao Pai. Vim dar-te um adeus particular e mostrar-me a ti ainda uma vez, assim como estarei no Céu. Não pude mostrar-me aos homens com esta veste de esplendor. Não teriam podido suportar a beleza do meu Corpo Glorificado. Essa é muito superior às suas possibilidades. Mas a ti, Mamãe, sim. E venho alegar-te ainda uma vez mais com ela.
Beija as minhas feridas. Que Eu sinta no Céu um perfume dos teus lábios e que permaneça sobre esses a doçura do meu Sangue.
Mas estejas segura, Mamãe, que Eu não te deixarei jamais. Sairei do teu coração naqueles poucos instantes necessários à consagração do pão e do vinho, para retornar depois de ter-me separado de ti com fadiga, com uma ânsia de amor semelhante à tua, ó meu Céu vivo do qual Eu sou o Céu.
Não estaremos jamais tão unidos como de agora em diante, Antes havia a minha incapacidade embrional, depois a minha infância, depois a luta da vida e do trabalho, e depois a missão, e depois a Cruz e o sepulcro a manter-me distante e impedido de dizer-te quanto te amo. Mas agora serei em ti não apenas criatura que se forma, não mais junto de ti entre os obstáculos do mundo que impede a fusão de dois que se amam. Agora estarei em ti como Deus, e nada, nada na terra e no Céu será apto a separar-me de ti, tu de Mim, Mãe Santa. Direi a ti palavras de inefável amor, darei carícias de inexprimível doçura. E tu me amarás por quem não me ama.
Oh! Tu plenificas a medida do amor, que o mundo não dará ao Cristo, com teu amor perfeito, Mamãe. Por isso, mais que um adeus, a minha é uma saudação de quem sai por um momento, como se fosse colher rosas e lírios neste jardim florido. Mas te trarei do Céu rosas e outros lírios mais belos que estes aqui floridos. Plenificarei o teu coração, Mamãe, para fazer-te esquecer a podridão da terra, que não quer ser santa, e antecipar-te a auréola do bem-aventurado paraíso, onde és esperada com tanto amor.
E o Amor, que não sabe esperar, virá sobre ti dentro de dez dias. Faze-se bela, com tua mais bela alegria, ó Mãe Virgem, que o teu Esposo vem. O inverno já passou... as vinhas em flor exalam o seu perfume, e Ele canta: “Vem, ó toda bela. Vem, ó minha Esposa, serás coroada.” Do seu Fogo te coroará, ó Santa, e te fará feliz com o teu Esposo, que se infundirá em ti com todos os seus esplendores, ó Rainha da Sabedoria, sua Rainha, que pudeste compreendê-la desde a manhã de tua vida e amá-lo como criatura no mundo jamais o amou.
Mãe. Eu subo ao nosso Pai. Sobre ti, Bendita, a bênção do teu Filho.”
Maria irradia êxtase, no quarto que permanece luminoso pela luz de Cristo.

(O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta, Vol. 10, pgs. 404.405,406)

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